Relatório da ONU destaca que o objetivo de alcançar a Igualdade de gênero até 2030 não será cumprido devido aos preconceitos profundos e arraigados contra as Mulheres em todo o mundo. O acesso desigual à saúde sexual e reprodutiva, representação política desigual, disparidades econômicas e falta de proteção legal são alguns dos obstáculos que impedem um progresso tangível.

A secretária-geral adjunta da ONU, Maria-Francesca Spatolisano, enfatizou os recentes retrocessos para as mulheres e meninas em países afetados por conflitos e as consequências das mudanças climáticas, bem como a resistência ativa à igualdade. O relatório também destaca que uma em cada dez mulheres vive em extrema pobreza e que, se as tendências atuais persistirem, 8% da população feminina mundial ainda estará nessa situação em 2030, principalmente na África Subsaariana.

Em relação à educação, milhões de meninas ficam sem acesso à escola, especialmente em áreas de conflito. O relatório projeta que até 129 milhões de meninas e mulheres jovens podem ficar fora da escola em todo o mundo em 2023 e que, ao ritmo atual, estima-se que 110 milhões de pessoas ainda estarão privadas de educação em 2030.

Além disso, o relatório destaca a desigualdade na participação das mulheres no mercado de trabalho, com menos de dois terços das mulheres entre 25 e 54 anos (61,4%) integradas na força de trabalho em 2022, em comparação com 90,6% dos homens. As mulheres também ganham consideravelmente menos, com apenas 51 centavos de dólar para cada dólar que os homens ganham em 2019.

Em termos de conflitos, o relatório revela que 614 milhões de mulheres e meninas viviam em contextos afetados por conflitos em 2022, mostrando o impacto significativo dos conflitos armados e da violência em suas vidas.

Essas conclusões ressaltam a urgência de aumentar os esforços para promover a igualdade de gênero e superar os vários desafios enfrentados pelas mulheres em todo o mundo, se o objetivo de alcançar a igualdade de gênero até 2030 for realmente alcançado.