O presidente do Gabão, Ali Bongo, surgiu em um vídeo fazendo um apelo aos seus "amigos" para se manifestarem, após oficiais militares do rico estado centro-africano, abundantemente abastecido de petróleo, terem realizado um golpe de Estado.

No clipe compartilhado nas redes sociais, ele expressou em inglês: "Estou enviando uma mensagem a todos os nossos amigos pelo mundo afora, pedindo que façam soar suas vozes em solidariedade às pessoas aqui, que nos prenderam a mim e à minha família."

Ali Bongo, com 64 anos de idade e cuja família detém o poder no Gabão por mais de 55 anos, foi colocado em prisão domiciliar, e um dos seus filhos foi detido sob a acusação de traição, conforme relatado pelos líderes do golpe.

Sentado em sua gravação, Bongo apresentava uma clara expressão de preocupação. Ele informou que seu filho estava em um local não especificado, enquanto sua esposa se encontrava "em outro lugar".

Ele disse: "Estou na minha residência e não estou ciente de nenhuma atividade em andamento. Desconheço os eventos atuais. Peço que vocês se unam a mim em protesto."

A Agência France-Presse (AFP) não conseguiu determinar o local e a data da captura do vídeo.

Previamemte, um líder militar anunciou que o filho e próximo conselheiro de Bongo, Noureddin Bongo Valentin, além do chefe de gabinete Ian Ghislain Ngoulou e o vice-presidente, bem como outros dois conselheiros presidenciais e dois altos membros do governante Partido Democrático Gabonês (PDG), haviam sido detidos.

Eles enfrentam acusações que variam de traição, peculato, corrupção até falsificação da assinatura do presidente, de acordo com o líder militar.

A China apelou pela garantia da segurança de Ali Bongo, enquanto a ex-potência colonial, a França, afirmou estar monitorando os desenvolvimentos no Gabão "com extrema atenção".