O jato particular do milionário russo Evgeny Prigozhin , líder do grupo mercenário Wagner , que liderou uma rebelião militar em junho que deixou o Kremlin em alerta, caiu na quarta-feira com pelo menos dez pessoas a bordo enquanto sobrevoava uma região russa e teria sido atingido. pelo fogo antiaéreo do Exército de Moscou.

Segundo a agência oficial russa TASS , que citou o Ministério de Emergências, o avião caiu na região russa de Tver, ao norte de Moscou.

Segundo esse relatório, o regulador aéreo russo, Rosaviatsiya, indicou que o chefe dos mercenários de Wagner e muito próximo de Vladimir Putin estava na lista de passageiros do avião.

O avião, a caminho de Moscou para São Petersburgo, cidade natal de Prigozhin, transportava sete passageiros e três tripulantes, informou a TASS. Antes da queda, testemunhas ouviram dois estrondos.

O ex-vice-ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashenko, compartilhou no Twitter vídeos da queda do aparelho registrados por testemunhas oculares do ocorrido.

"Foi iniciada uma investigação sobre o acidente de avião ocorrido esta tarde na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, entre eles está o nome e sobrenome de Yevgeny Prigozhin", disse Rosaviatsiya.

O canal Gray Zone Telegram, próximo a Wagner, afirmou, por sua vez, que o avião de Prigozhin foi abatido por fogo de defesa aérea.

No início desta semana,  Prigozhin apareceu em vídeo e sugeriu que estava na África para tornar a Rússia “ainda maior em todos os continentes”.

“O grupo Wagner torna a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África ainda mais livre”, afirmou Prigozhin na gravação, transmitida pelos canais Telegram próximos da milícia russa e citada pela EFE.

No vídeo, Prigozhin não diz explicitamente que está em África, mas é mostrado numa paisagem que lembra a savana africana e afirma que a temperatura à sua volta é de 50 graus.

“Justiça e felicidade para os povos africanos”, proclamou na mensagem vídeo, na qual assegura que o seu grupo paramilitar é o “pesadelo” do Estado Islâmico, da Al Qaeda “e de outros bandidos”.

Prigozhin anunciou também que Wagner continua a contratar “verdadeiros heróis” e a “cumprir as tarefas atribuídas”, depois de a empresa paramilitar ter anunciado, em junho, que deixou de recrutar novos combatentes, deixando de intervir na invasão da Ucrânia.

No entanto, garantiu que “quando a Pátria assim o exigir”, os wagneristas, que até recentemente eram a principal força de assalto russa na Ucrânia, criarão mais uma vez uma “unidade adicional” para defender os interesses nacionais.

Acrescentou que o grupo continuará as suas actividades em África e na Bielorrússia, este último país para onde as suas tropas se deslocaram após a fracassada rebelião armada contra o Kremlin.

As declarações do magnata próximo de Vladimir Putin deixaram claro que ele ainda servia ao Kremlin , apesar das especulações sobre um suposto rompimento entre Wagner e Moscou após o levante dos mercenários.

Wagner, batizado em homenagem ao compositor favorito de Adolf Hitler, de quem é um conhecido admirador, tem forças armadas na República Centro-Africana, no Mali, em Burkina Faso e no Sudão, embora vários serviços de inteligência ocidentais acreditem que o grupo tenha forjado laços com o grupo. os líderes golpistas da junta militar do Níger que derrubou o presidente Mohamed Bazoum no final de julho.