O Setor siderúrgico brasileiro registrou queda na produção e nas Vendas em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil (IABr).

A produção de aço bruto em junho foi de 2,7 milhões de Toneladas, recuo de 4,7% ante junho de 2022. Já a fabricação de laminados caiu 11,8%, para 1,9 milhão de toneladas. Por outro lado, a produção de semiacabados aumentou 40,1%, chegando a 715 mil toneladas.

As exportações do setor caíram 13,8% em junho, somando 828 mil toneladas. As importações, por sua vez, subiram expressivos 78,5%, alcançando 481 mil toneladas. As vendas no mercado interno recuaram 8,4%, para 1,6 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos no Brasil avançou tímidos 0,8%, para 2 milhões de toneladas.

No acumulado dos primeiros sete meses de 2023, houve quedas de 8,6% na produção de aço bruto (18,6 milhões de toneladas), de 9,5% na de laminados (12,8 milhões de toneladas) e de 5,2% nas vendas domésticas (11,3 milhões de toneladas). Por outro lado, as importações tiveram alta de 48,4% e as exportações recuaram 6,2%.

Analistas atribuem o fraco desempenho à disparidade de preços entre o mercado doméstico e o exterior. Os valores praticados internamente chegam a ser 30% maiores que os internacionais, incentivando importações e desestimulando exportações e vendas locais.

Tradicionalmente, a diferença de preços é limitada a 10% para evitar que importadores e consumidores substituam o aço nacional pelo estrangeiro. O setor brasileiro, porém, alega que a desvalorização cambial e custos locais mais elevados impedem a equalização.

O cenário desafiador para a siderurgia brasileira em 2023 reflete a desaceleração da economia global e o arrefecimento da demanda chinesa. A perspectiva é de continuidade da estagnação do setor ao longo do segundo semestre. A retomada depende da recuperação do parque industrial nacional e de mercados consumidores importantes como a construção civil.