A eleição presidencial na Guatemala deste domingo estará decidindo o segundo turno entre Bernardo Arévalo, do pequeno partido de esquerda Movimiento Semilla, e Sandra Torres, ex-esposa do ex-presidente Álvaro Colom.

Arévalo, de 64 anos, surpreendeu ao ficar em segundo lugar no primeiro turno em junho, com quase 12% dos votos. Seu partido Semilla surgiu de protestos contra a corrupção em 2015. Sua campanha se baseia em uma agenda de centro-esquerda modesta construída sobre a premissa de eliminar a corrupção.

O atual presidente Alejandro Giammattei temlaçado esforços para influenciar as eleições. Três candidatos proeminentes foram inicialmente desqualificados, incluindo a única candidata indígena. Isso acabou limpando o campo e alienando o público.

O governo depois tentou desqualificar o Movimiento Semilla, alegando fraude em suas assinaturas para registro como partido. O Ministério Público também invadiu os escritórios do tribunal eleitoral.

Arévalo atribui seu sucesso ao Voto Dos Jovens, que se tornaram seus principais defensores. Sua mensagem ressoa pelo eco histórico de seu pai Juan José Arévalo, o primeiro presidente democraticamente eleito da Guatemala.

Sandra Torres está associando Arévalo ao comunismo e expropriação de terras, assim como fizeram com seu pai nos anos 1950. Ela firmou apoio dos militares veteranos conservadores.

O Ministério Público segue investigando o Movimiento Semilla e ameaçando prisões. Enquetes mostram Arévalo com grande liderança, mas não está claro se ele poderá assumir se ganhar devido aos esforços do governo para bloqueá-lo.

A estratégia do governo para influenciar a eleição acabou trazendo uma oportunidade inesperada para Arévalo e seu partido combaterem a corrupção. Seu sucesso se baseia no voto dos jovens que rejeitam o establishment político e no legado de reformas democráticas de seu pai nos anos 1940.