Colapso econômico : Os recentes ataques de drones ucranianos em partes nobres de Moscou contribuíram para o nervosismo da elite, enquanto os ataques de drones nas remessas marítimas de petróleo russo farão com que as seguradoras aumentem os preços, reduzindo ainda mais a estreita margem de lucro nas exportações da Rússia.

Ainda nesta semana, o petróleo russo vendido para a Índia atingiu seu preço mais baixo de todos os tempos.

Tudo isso está acontecendo com o pano de fundo da China tendo seus próprios problemas econômicos e sinais claros de que está se cansando da guerra de Moscou. 

A Rússia tem queimado somas incríveis de reservas em moeda estrangeira para manter o rublo - que perdeu mais de 50% de seu valor este ano e 20% apenas no mês passado.

Mas a estratégia do Banco Central para controlar a inflação, aumentando os juros de 8,5% para 9,5% na semana passada, está sendo prejudicada pelo Kremlin, que continua despejando dinheiro na economia doméstica do país, criando uma bolha ilusória de crescimento com a falsa aparência de normalidade.

Economistas alertaram que essa bolha criada artificialmente está cada vez mais perto de estourar, como sempre acontece com todas as bolhas, o que colocaria a Rússia no caminho da hiperinflação. 

Colapso militar : Dentro do exército russo, de acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra, há sinais crescentes de insubordinação.

Como o czar viu em 1916, as tropas que se recusam a obedecer a seus oficiais podem ser o prenúncio de uma crise que se desenrola nas fileiras.

Outro incidente semelhante ao de Prigozhin poderia causar uma total falta de confiança entre os soldados russos.

Ainda mais provável, porém, é que um fio de soldados desertando se transforme em um fluxo constante, já que ninguém deseja ser o último homem a morrer em uma campanha militar abandonada.

Colapso político : Um golpe é sempre possível - a história da Rússia está mergulhada na súbita “remoção” de líderes do poder.

A corrida do chefe mercenário Yevgeny Prigozhin para Rostov mostrou que a maior parte da liderança do Kremlin, em vez de apoiar Putin, permaneceu em silêncio.

Parece bastante claro agora que, se houvesse uma tentativa séria de derrubar o governo, os círculos internos do poder do Kremlin provavelmente estariam focados em negociar sua própria fuga, não implorando pela vida de seu antigo patrono-ditador.

Embora alguns se preocupem com o fato de que “talvez uma pessoa ainda pior do que Putin ocupe seu cargo”, a principal prioridade do novo líder seria obter “legitimidade” para que sua própria reivindicação ao poder não seja contestada.

O novo governante, por interesse próprio, provavelmente estaria disposto a fechar acordos com o Ocidente, inclusive desistir das reivindicações imperiais sobre a Ucrânia, em troca do apoio do Ocidente.

Para garantir isso, os Estados Unidos deveriam estar trabalhando – agora – com a oposição democrática russa, amiga dos interesses americanos, que está do lado da Ucrânia desde o início da guerra em 2014, para traçar a melhor forma de se preparar para um mundo pós-Putin. 

Há pouco tempo a perder, já que a Rússia entrou em sua espiral da morte, e a qualquer dia um evento de cisne negro pode causar uma hiperinflação repentina do rublo, deixando o exército sem dinheiro e o governo caindo.

Precisamos garantir os interesses dos Estados Unidos fazendo aliados estratégicos que juram “nunca mais” a um governo como o de Putin.

Se agirmos agora, o colapso do regime de Putin e a vitória da Ucrânia pagarão dividendos aos Estados Unidos nas próximas gerações.