O dólar americano domina o sistema financeiro global há décadas. Desde a Segunda Guerra Mundial, o dólar se consolidou como principal Moeda de reserva e de transações internacionais. Atualmente, cerca de 60% das reservas mundiais são em dólares.

dólar americano

Essa hegemonia tem raízes geopolíticas na dominância americana, mas também traz impactos significativos. Como emite a moeda de referência global, os EUA podem tomar empréstimos e financiar déficits de forma mais fácil que outros países. Além disso, sanções aplicadas por Washington afetam nações que dependem do dólar.

Portanto, a possível ascensão de uma moeda dos Brics desafiaria não somente a supremacia do dólar, mas a influência americana sobre a economia mundial. Reduziria a capacidade dos EUA de exercer poder via sistema financeiro.

Porém, questiona-se se os interesses dos integrantes do BRICS são suficientemente convergentes para criar uma união monetária. O grupo reúne economias muito distintas, com diferenças políticas e estratégicas significativas.

Por exemplo, Rússia e China rivalizam por influência geopolítica em suas regiões. Já Brasil e Índia têm laços mais estreitos com os EUA. Seria complexo harmonizar as visões e ambições de cada país em uma moeda única, como ocorreu no euro.

Portanto, embora o BRICS tenha potencial para diminuir a dependência do dólar, as divergências políticas internas podem minar uma cooperação financeira mais profunda. A viabilidade de uma moeda conjunta ainda parece incerta frente aos interesses contraditórios.