Por ocasião de um recente incidente envolvendo suspeitas de envolvimento do presidente, Douglas César da Silva Santos, e de um dos diretores, Thiago Lyra Alves dos Santos, ambos ligados à torcida organizada "Grêmio Recreativo Esportivo e Cultural Torcida Mancha Azul" de do Centro Esportivo Alagoano (CSA), o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da Delegacia de Assuntos do Torcedor, representada pelos procuradores Sandra Malta e Bruno Baptista, recomendou uma medida de suspensão com duração de seis meses que restringiria o acesso de integrantes da torcida "Mancha Azul" aos estádios de futebol de todo o território nacional. A Federação Alagoana de Futebol (FAF) manifestou a intenção de atender a esta recomendação.

O Ministério Público emitiu esta recomendação tanto à Federação Alagoana de Futebol (FAF) quanto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sugerindo que os documentos sejam divulgados em seus respectivos sites oficiais. Adicionalmente, a Polícia Militar de Alagoas (PMAL), sob o comando do General Paulo Amorim, recebeu intimação para divulgar interna e externamente o documento, principalmente entre as polícias de outros estados da Federação.

Em janeiro de 2023, atendendo ao apelo do MPAL, todas as torcidas organizadas, em articulação com a PMAL e a FAF, celebraram um Termo de Ajustamento de Conduta (CCA). Nesse acordo, eles se comprometeram a se abster de promover a violência. “Convidamos representantes das torcidas organizadas, discutimos pontos críticos que exigiam a assinatura urgente do CCA e todas as partes assumiram seus compromissos com as cláusulas bastante detalhadas. inaceitável que um indivíduo enfrente uma tentativa de homicídio simplesmente porque está vestindo a camisa de sua torcida e é flagrado por torcedores rivais. Isso se aplica a ambos os clubes, pois ambos participaram da audiência e foram informados de que todas as medidas cabíveis seriam tomadas se necessário.

Os procuradores deixam claro na recomendação que, apesar da PMAL elaborar um plano de segurança e aumentar o efetivo para garantir a segurança dos torcedores, o desequilíbrio impulsionado pelo fervor dos membros das torcidas organizadas continua sendo um fator decisivo para a ocorrência de atos violentos.

Uma das considerações destacadas pelo MPAL ressalta que a presença da torcida Mancha Azul na capital alagoana e em cidades do interior tem contribuído para o aumento da violência entre os torcedores. A procuradora Sandra Malta lembra ainda que o Estatuto do Torcedor expressamente estipula que "a torcida organizada responde legal, objetiva e solidariamente pelos danos causados ​​por qualquer de seus associados ou integrantes no local do evento esportivo, suas imediações, ou no deslocamento até e do evento."

Por um período de 180 dias, vale ressaltar, a recomendação prevê a proibição de entrada nos estádios de qualquer torcedor que esteja vestindo camisa, uniforme ou qualquer traje relacionado à Mancha Azul, portando bandeiras, estandartes, usando bonés, portando instrumentos musicais , ou quaisquer itens que representem a Mancha Azul. Além disso, seus integrantes são obrigados a permanecer a uma distância de cinco quilômetros dos estádios.

Essas medidas entram em vigor na quarta-feira (09), e o vice-presidente da associação tem prazo de 10 dias para se manifestar.