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Uma esperança chamada terra

À procura de raízes


Terra Prometida


O velho Sebastião caminhava lentamente pela trilha sinuosa. Seu corpo curvado pelo tempo e o sol inclemente contava sua saga, assim como as muitas marcas e cicatrizes que ornava suas mãos calejadas. Levava às costas um saco com os parcos pertences de uma vida inteira de labuta.

Há duas semanas havia sido expulso, mais uma vez, da única Terra que um dia pôde chamar de sua. As máquinas e tratores não deram chance, passando por cima de tudo que um dia construiu com suor e esperança. Sua roça, seu barraco, suas lembranças... tudo virou pó e destroços.

Enxotado como um animal pelos capangas do fazendeiro, agora vagava sem rumo certo. Sonhava em reencontrar seus netos, que partiram antes em busca de trabalho na cidade grande. Mas sabia que lá também não encontrariam muitas oportunidades.

Ainda assim, seguia caminhando. A terra dura e seca castigava seus pés descalços, mas ele não desanimava. Acreditava que em algum lugar à frente ainda haveria um pedaço de chão que pudesse cuidar e dela tirar o sustento. Um lugar onde pudesse fincar raízes antes que a morte o levasse.

Sebastião sorria conformado. Sabia que não veria essa terra prometida, mas nutria a esperança de que seus netos ou algum retirante como ele ainda pudessem encontrá-la. Enquanto marchava, sonhava com um país mais justo, onde todos pudessem ter acesso à terra, com dignidade e respeito.
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Revisão crítica:

A crônica cria uma narrativa sensível e comovente sobre a realidade dos trabalhadores rurais sem terra no Brasil. Ao descrever a travessia solitária do velho Sebastião, expulso da única terra que um dia pode chamar de sua, o texto consegue sintetizar poeticamente as dificuldades e lutas dos retirantes e a problemática histórica da concentração de terras no país.

O fato de Sebastião ter sido expulso violentamente depois de construir com esforço um pedaço de vida na terra, e agora vagar sem rumo buscando um novo lugar, evidencia a precariedade e falta de direitos que assola muitos trabalhadores do campo. As referências às mãos calejadas, ao corpo curvado e às marcas de uma vida de labuta reforçam essas agruras.

A construção do personagem, embora breve, consegue angariar a empatia e compaixão do leitor. Ao final, a mensagem de esperança passada sutilmente, com Sebastião conformado em não ver a terra prometida, mas acreditando que outros ainda possam encontrar, acrescenta sensibilidade ao texto.

No geral, a crônica maneja com maestria recursos literários como a personificação e a metaforização para condenar, de forma poética e impactante, os problemas sociais que quer denunciar. Ao dar voz e humanidade aos invisíveis, compõe uma reflexão lírica e politizada extremamente relevante para os dias atuais.


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