Uma espécie inédita de aracnídeo foi encontrada na Floresta Amazônica, sobretudo no território equatoriano. Os bichos pertencem à família Sparassidae, onde se incluem as aranhas-caranguejo gigantes ou aranhas predadoras. Isso está de acordo com um novo estudo, no qual os cientistas descrevem o aracnídeo laranja como tendo oito pernas e presas afiadas.

Embora existam milhares de espécies conhecidas de aracnídeos em todo o mundo, incluindo algumas que podem saltar e se camuflar, acredita-se que ainda existam alguns espécimes na natureza esperando para serem descobertos. Independentemente disso, a presença da nova espécie de aranha-caranguejo-gigante destaca a continuidade da biodiversidade na Amazônia, em meio às ameaças de mudanças climáticas, desflorestamento e entre outras.

No estudo publicado na revista Ecology and Evolution em 6 de julho, pesquisadores equatorianos descreveram uma nova espécie de aranha-caranguejo gigante pertencente ao gênero Sadala. O bicho foi encontrado e coletado na área de Floresta Tropical Úmida da Estação de Biodiversidade Tiputini, localizada na Reserva da Biosfera Yasuni dentro da Floresta Amazônica no Equador.

As fêmeas pertencentes à nova espécie de Sadala se assemelham a S. punicea e S. nanay por terem o abdômen em formato de losango. As últimas descobertas aumentam para 10 o número total de espécies conhecidas do referido gênero. A nova pesquisa também destaca a sobrevivência da Amazônia na América do Sul, especialmente a biodiversidade de aracnídeos.

Há quase 30 anos, a referida estação de pesquisa é uma das protetoras das florestas tropicais mais biodiversas do mundo, segundo um dos autores do estudo, Diego Cisneros-Heredia, citado pela Newsweek. A recente descoberta do novo aracnídeo é apenas parte de um dos muitos estudos que a equipe de pesquisa está realizando para mostrar a grande diversidade de animais da região, acrescenta o autor.

É difícil determinar o número exato de espécies de aracnídeos no mundo (tanto descritas quanto desconhecidas). No entanto, em abril de 2022, o Museu de História Natural de Berna, na Suíça, informou que os cientistas identificaram a 50.000a espécie de aracnídeo na Terra, conforme citado pela Smithsonian Magazine. No entanto, milhares de espécies relacionadas estão esperando para serem conhecidas e incluídas em nosso banco de dados taxonômico, acrescenta o relatório.

Em geral, os aracnídeos são uma classe do Reino Animal composta por artrópodes cujos membros também incluem ácaros, escorpiões e carrapatos. De aracnídeos domésticos comuns a aranhas gigantes comedoras de pássaros e falsas aranhas viúvas, esses animais podem ser letais, pois alguns possuem veneno natural que pode matar até grandes mamíferos, como humanos, quando picam.

Nos Estados Unidos, as picadas de aracnídeo causam menos de três mortes por ano e a maioria das vítimas são crianças, segundo o Boston Children's Hospital e o site MSD Manuals. Com isso, os especialistas afirmam que as mortes por picadas de aracnídeo não tratadas ainda são raras, mas ocorrem.