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Fuga de mercenários gera alerta na Polônia e Lituânia sobre possível agressão russa pelo corredor de Suwalki

Aliados bálticos veem risco de 'possível agressão' do Grupo Wagner contra a OTAN

Wagner Group, fala com soldados bielorrussos

Nesta foto extraída do vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Bielorrússia via VoenTV na sexta-feira, 14 de julho de 2023, um instrutor, membro da empresa militar Wagner Group, fala com soldados bielorrussos durante um treinamento perto da vila de Tsel, cerca de 90 quilômetros (cerca de 55 milhas ) a sudeste de Minsk, Bielorrússia. Combatentes mercenários da empresa militar privada Wagner estão treinando soldados bielorrussos na Bielo-Rússia, informou o Ministério da Defesa do país na sexta-feira. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que ofereceu à companhia militar privada Wagner a opção de continuar servindo como uma unidade única sob o mesmo comandante
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Cerca de 4000 mercenários do Grupo Wagner fugiram para a Bielorrússia de acordo com dados da Polônia e Lituânia. Eles fugiram após um acordo para acabar rapidamente com a revolta amotinada do chefe mercenário Yevgeny Prigozhin em Moscou. Prigozhin manteve um papel de destaque no círculo próximo do Kremlin nas semanas desde sua revolta fracassada. Seu entrincheiramento na Bielorrússia provocou uma discussão transatlântica sobre uma possível agressão contra a Polônia ou os estados bálticos. A Letônia em particular está preocupada, como principal guardiã da fronteira.

Polônia e Letônia temem provocações na fronteira após fuga de mercenários russos para a Bielorrússia

"Vimos nos últimos anos que a ameaça vem da Bielorrússia", disse o comandante da Guarda de Fronteira da Letônia, Guntis Pujats, em entrevista na quinta-feira. "Acho que poderemos observar preparativos sérios do outro lado da fronteira. Se precisarmos, temos recursos suficientes para combatê-los."

Estrategistas da OTAN há muito consideram a fronteira da Polônia com a Lituânia, conhecida como Corredor de Suwalki, um dos locais mais vulneráveis da Europa. Essa faixa de 40 milhas de território é tudo o que separa a Bielorrússia, um estado cliente russo liderado pelo ditador Alexander Lukashenko, de Kaliningrado, um enclave russo no Mar Báltico.

O governo Biden alertou a Rússia especificamente para não tentar conectar esses territórios no verão passado. Foi depois de um oficial de inteligência russo ameaçar "sérias consequências" para a Lituânia por causa de disputas de sanções.

"Acredito que o Corredor de Suwalki continua sendo um alvo potencial de provocação tanto da Rússia quanto da Bielorrússia", disse o presidente lituano Nausėda. Ainda assim, analistas ocidentais duvidam da capacidade do Grupo Wagner de projetar poder significativo no território da OTAN após a breve revolta.

"As forças de Wagner na Bielorrússia não representam uma ameaça militar à Polônia ou à Ucrânia até que sejam reequipadas", avaliou uma equipe do Instituto para o Estudo da Guerra nesta semana.

Essa dinâmica militar sustenta algum ceticismo interno sobre as ameaças descritas por líderes da Polônia e países bálticos. Particularmente à medida que as eleições parlamentares polonesas se aproximam neste outono.

"As pessoas no poder estão jogando jogos estranhos", disse o coronel polonês aposentado Andrzej Kruczyński a uma emissora pública lituana. "As forças de Wagner não são de forma alguma uma ameaça para nós. É preciso olhar a situação com calma. Podemos continuar fortalecendo a fronteira, mas não para provocar agitação na sociedade."

Varsóvia acusou a Bielorrússia de violar o espaço aéreo polonês na segunda-feira. As autoridades bielorrussas negaram, mesmo quando o ditador Lukashenko reiterou ser "uma piada" o Grupo Wagner querer atacar as tropas americanas estacionadas em Rzeszow, cidade fronteiriça polonesa que funciona como centro de ajuda militar à Ucrânia.

"Qualquer ataque do Grupo Wagner será visto como um ataque do governo russo", disse a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield.
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