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Fernando Collor e a reinserção do Brasil no cenário global

Discursos de FERNANDO COLLOR : Relações Internacionais

Fernando Collor


África

Visão Política

"Com os países da África deveremos trabalhar para restituir dinamismo ao nosso relacionamento, muito afetado nos últimos anos pelas dificuldades que se abateram, de modo geral, sobre os países em desenvolvimento. É imprescindível a identificação de possibilidades concretas de cooperação que dêem, o quanto antes, impulso a esse esforço".
(Discurso Pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

"O Brasil buscará aproveitar ao máximo o potencial de diálogo e colaboração existente no seio da comunidade de expressão portuguesa, à qual estamos ligados por estreitos laços, cujas origens remontam a quase cinco séculos".


[...] "Saúdo, com todos os brasileiros a independência da Namíbia, processo com que meu País sempre esteve solidário, e auguramos ao novo Estado a realização de suas enormes potencialidades".

(Discurso pronunciado na abertura da XLV Sessão da Assembléia-Geral das Nações Unidas, Nova Iorque-EUA, 24/09/90)



Apartheid
[...] "Acentuaremos [com os povos africanos] nossa identidades, aprofundando uma noção de comunidade cultural e histórica, e condenando o racismo, particularmente o regime de apartheid na África do Sul, que esperamos esteja em sua etapa terminal".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

[...] "Saúdo igualmente a libertação de Nelson Mandela, recebida com entusiasmo pelo Brasil, e lhe desejo todo o êxito em sua corajosa luta".

(Discurso pronunciado na abertura da XLV Sessão da Assembléia-Geral das Nações Unidas, Nova Iorque-EUA, 24/09/90)


América Latina

Visão Política

"Para o Brasil, o grande espaço imediato é a América Latina, com seu epicentro econômico no Cone Sul. A tradição de amizade, de esforço pela paz regional, de cooperação e diálogo será reforçada".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

"No curto lapso de tempo entre a passada Assembléia-Geral [da OEA] e esta, dezenas de milhões de brasileiros foram às urnas para livremente eleger seus governantes, em extraordinária manifestação de civismo e maturidade política. Esse acontecimento, de grande significado para a Nação brasileira, ganha ainda em relevo quando verificamos que processos semelhantes ocorreram no mesmo período, em vários outros países irmãos do Continente".

(Discurso pronunciado na abertura da XX Sessão da Assembléia-Geral da Organização dos Estados Americanos, Assunção-Paraguai, 04/06/90)

"Muitos serão os desafios a enfrentar [pelos países da América Latina]. Destes, impõe-se pela urgência o reequacionamento do problema da dívida externa. Não podemos mais sacrificar o nosso crescimento econômico para continuar a transferir injustamente recursos que nos são essenciais. Perdemos uma década. Fizemos opções penosas para reencontrar o caminho do desenvolvimento, modernizar nossas economias e sanear nossas finanças. Acenamos nossa disposição sincera para o diálogo aberto, franco e honesto. Confiamos em que obteremos uma resposta positiva e sensível às justas aspirações e prementes necessidades. Devemos mobilizar esforços para encontrar, pela via da negociação, um desfecho construtivo e urgente para a matéria".


[...] "O esforço de desenvolvimento de cada um de nossos países tem por objetivo maior o de alcançar a condição de desenvolvido. Essa é a idéia que deve pautar a segunda dimensão, que é a do relacionamento da América Latina com as Nações mais avançadas. Essas relações devem ser fundamentadas nos princípios básicos da convivência internacional, devem visar ao benefício mútuo, mas não podem deixar de levar em conta, na definição de seus parâmetros, os diferenciais de desenvolvimento entre os parceiros".

(Entrevista concedida ao jornal "Granma" de Cuba, 17/06/90)

"Ao afirmar a unidade latino-americana, estamos afirmando a autenticidade de cada um de nossos países, com suas peculiaridades e suas diversidades. Incumbe precipuamente a nós identificar o caminho de uma efetiva cooperação latino-americana, diante das novas perspectivas que se abrem no plano hemisférico e em escala mundial".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido pelo Presidente da Argentina, Carlos Saul Menem, Buenos Aires-Argentina, 05/07/90)

"No caso do Brasil e da América Latina, sabemos claramente o que desejamos. Queremos compartilhar os benefícios do progresso da Humanidade, queremos ser contemporâneos da vanguarda de nossa era. Queremos que os nossos povos tenham acesso ao que há de melhor em matéria de bem-estar, de segurança, de formação e de informação. Queremos, em suma, que a nossa gente possa concretizar sua legítima aspiração de ser feliz.

"Depois de uma longa espera e de graves percalços, o caminho já está traçado: é o da democracia. Talvez mais do que os povos que sempre viveram, ou que há muito vivem em democracia, tivemos de aprender da forma mais difícil que esse é o melhor caminho e que, sendo o melhor, deve ser o único".

(Palestra na Universidade de Yale, New Haven-EUA, 28/09/90)

"A democracia chegou na América do Sul para ficar. Ainda estamos cultivando-a, com cuidado, como uma planta tenra. Temos ainda que demonstrar que a democracia, que esse processo de afirmação das liberdades democráticas, tem condições de resolver as questões sociais mais graves por que passam as nossas populações, não só no Brasil, mas no conjunto da América Latina".

(Entrevista concedida à "CNN", Brasília-DF, 03/12/90)

[...] "Sabemos [...] que a democracia latino-americana enfrenta o desafio do desenvolvimento. Temos de apagar da memória a impressão de que só o autoritarismo traz o pão e a casa. Historicamente não foi assim. O autoritarismo promove um desenvolvimento perverso, porque impõe desequilíbrios inaceitáveis na distribuição de renda e fere a dignidade do cidadão. A nossa democracia criará condições de justiça social. E nossos parceiros, especialmente aqueles países onde nasceu a democracia, haverão de participar solidariamente de nossos esforços, auxiliando o encaminhamento de questões prementes como a da dívida externa e de outras que são requisitos para a retomada do desenvolvimento".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente dos Estados Unidos da América, George Bush, Palácio Itamaraty, 03/12/90)


Integração

[...] "Penso que a integração é passo obrigatório para a modernização de nossas economias e, portanto, condição para que a América Latina possa juntar-se aos protagonistas deste momento de mudança do cenário mundial. A integração latino-americana vai deixando de ser um sonho para se tornar realidade tão concreta quanto fecunda. O desenvolvimento econômico e social de toda a região há de aproximar ainda mais nossos povos irmãos, fortalecendo o regime democrático por eles escolhido".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

"A integração latino-americana é irreversível, porque ela não depende de circunstâncias de países que eventualmente estejam passando por um momento de prosperidade ou por momentos de dificuldade. O que é importante é o ideal de integração latino-americana. Esse é imorredouro, esse não se destrói. Esse é passado de governo a governo, de geração a geração...".

(Entrevista coletiva, Palácio do Planalto, 27/03/90)

[...] "a integração latino-americana tem que começar pelo Cone Sul, não porque o presidente argentino, o presidente uruguaio e o presidente brasileiro assim o desejem. Não! É porque naturalmente as coisas determinam que assim se estabeleça: pelas vinculações que temos, pelos laços comerciais, pela proximidade que já temos de longa época, pelo comércio que já se estabelece de uma forma bem nítida entre as nossas economias" [...].

(Entrevista coletiva, Palácio do Planalto, 27/03/90)

"Meu Governo impulsionará, de modo determinado, a integração latino-americana, objetivo inscrito na própria Constituição do Brasil. Trataremos a integração não com a retórica "redencionista" que jamais dará frutos expressivos, mas com a objetividade indispensável à consecução de avanços reais. Buscaremos progressos tanto no aperfeiçoamento dos mecanismos de diálogo e concertação política, como na construção de um espaço econômico mais integrado".

(Entrevista concedida ao jornal "Granma" de Cuba, 17/06/90)

"A iniciativa levada a cabo por nossos países abre perspectiva favorável para a integração da América Latina. Seu sucesso pode contribuir de forma significativa para a maior aproximação sub-regional e regional, baseada, desta vez, em novos métodos e em abordagens criativas. Não pretendemos - longe disso - ser modelos ou padrões de conduta a serem seguidos. Desejamos, sim, que nosso empenhado esforço sirva para propiciar de alguma forma o maior estreitamento entre os povos latino-americanos".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido pelo Presidente da Argentina, Carlos Saul Menem, Buenos Aires-Argentina, 05/07/90)

"Na América do Sul encontramos exemplos claros de percepções e aspirações comuns. Aí está o Pacto Andino, que, por força do espírito prospectivo dos líderes dos países que o compõem, ganha novo e salutar impulso. No Cone Sul também avançam, com vigor, os esforços de integração. Nenhuma dessas iniciativas deve ser vista como excludente. Ao contrário, certamente serão fenômemos complementares. Acreditamos que a integração latino-americana, imperativo constitucional para o Brasil e prioridade de nossa política externa, irá desenvolver-se progressivamente, assentada sobre bases realistas e traduzida em ações efetivas".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente da Bolívia, Jaime Paz Zamora, Palácio Itamaraty, 14/08/90)


Argentina

"O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento Brasil-Argentina é peça fundamental do processo. Daremos hoje mais um passo decisivo em sua implementação ao definir, como prescreve o seu artigo 6º, a composição da Comissão Executiva. Será coordenada pelos Ministros de Estado das Relações Exteriores e integrada por outros membros do Ministério, o que testemunha o empenho político de chegarmos a bom termo em nossos propósitos integracionistas".

(Discurso pronunciado na solenidade de composição da Comissão Executiva do Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento Brasil-Argentina, Brasília-DF, 16/03/90)

"Assinamos hoje [...] dois atos que realizam claramente os objetivos de efetiva integração bilateral: a Declaração sobre a Ponte Santo Tomé-São Borja, que será mais um vínculo entre nossos países, e a Diretriz de Prioridade para a execução do projeto de aquisição de gás argentino e construção do gasoduto, elemento fundamental para a reconstrução industrial do nordeste argentino e do Rio Grande do Sul".

"Apesar dos problemas econômicos enfrentados por nossos países, vejo, com satisfação, o continuado êxito da experiência pioneira da integração bilateral: juntos, Brasil e Argentina formam um mercado de quase 180 milhões de habitantes, com um Produto Interno Bruto conjunto de 400 bilhões de dólares. O comércio em ambos os sentidos aproxima-se dos 2 bilhões de dólares, havendo propiciado, em 1989, um notável saldo favorável à Argentina".


"O fato de, logo no dia seguinte à minha posse como Presidente da República, estar assinando, junto com Vossa Excelência, esses importantes atos é, por si só, significativo. Estou certo de que, no decorrer de nossos mandatos, muito faremos em prol da amizade que une indissoluvelmente o Brasil à Argentina".


[...] "Brasil e Argentina, em nova etapa de sua história e do seu relacionamento, vêm reforçando seu valioso patrimônio de confiança mútua, por intermédio de constante concertação bilateral a respeito dos principais temas internacionais. Com esse procedimento, buscamos fortalecer nossa posição negociadora, proporcionando uma nova e mais justa inserção de nossos países no cenário mundial".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido pelo Presidente da Argentina, Carlos Saul Menem, Buenos Aires-Argentina, 05/07/90)

"Esta é a primeira visita de Estado que empreendo ao exterior. Foi uma escolha deliberada, como prova de apreço especial pela Nação Argentina e em reciprocidade ao gesto do Presidente Carlos Menem, cuja visita de Estado ao Brasil, em agosto de 1989, foi também a primeira que realizou em seu mandato".

(Discurso pronunciado no Congresso Argentino, Buenos Aires-Argentina, 06/07/90)

[...] "Ao ampliar o espaço econômico para empresários e produtores, queremos também o benefício social do consumidor e do contribuinte. Para tanto, a participação da cidadania é indispensável. Nesse sentido, como porta-vozes diretos da vontade popular, é e será decisivo - no processo de integração - o papel dos Parlamentos dos dois países, conforme previsto no Tratado de 1988".


"A construção de um mercado comum Brasil-Argentina - até dezembro de 1994 - constituirá certamente um estímulo ainda mais decisivo para a integração sub-regional, em bases cada vez mais amplas. O significado dessa experiência de cooperação não é apenas econômico-comercial. Seu alcance é - em definitivo - político e como tal deve ser preservado. Estamos demonstrando nossa capacidade de afirmação, sem qualquer pretensão ociosa de protagonismo. Ao contrário: Brasil e Argentina estão concorrendo para a unidade latino-americana, sem exclusivismos, mas também com todos os cuidados que impõe uma filosofia de ação realista, flexível, gradativa e equilibrada".


"O diálogo fraterno e a cooperação entre o Brasil e a Argentina acabam de produzir mais um resultado extraordinário. [...] O avião CBA-123 simboliza com grande eloqüência os nossos propósitos. [...] incorporando juntos insumos de tecnologias de terceiras procedências, pois não nos queremos fechar numa fortaleza do Cone Sul. Queremos, sim, um espaço de prosperidade e paz, um espaço de crescente harmonia e justiça sociais, um espaço à altura de nossa gente, um povo formado pela união de povos, um povo aberto a todos os povos da terra".

(Discurso pronunciado na apresentação oficial do avião de transporte CBA-123, São José dos Campos-SP, 30/07/90)

"Registro ainda, com grande satisfação, o nosso Acordo de Princípios para que, formalizado o Acordo de Salvaguardas com a Agência Internacional para a Energia Atômica, caminhemos no sentido de implementar nos dois países o Tratado de Tlatelolco, fato que sem dúvida coroará esse processo singularmente bem-sucedido, de aproximação entre as duas grandes Repúblicas".

(Discurso pronunciado no encontro com o Presidente da Argentina, Foz do Iguaçu-PR, 28/11/90)

"Desejo fazer uma referência especial à Nação Argentina, ao mesmo tempo em que todos nós nos solidarizamos com o Excelentíssimo Senhor Presidente Carlos Menem pelo ocorrido nos dias passados. Nós queremos brindar o fortalecimento do processo democrático nessa grande e amiga nação, de realçar a fortaleza da constitucionalidade dessa nação e exaltar que este almoço tenha caído, coincidentemente, no dia em que finalmente se demonstrou que a democracia é muito mais vigorosa, é muito mais forte do que qualquer outro atentado que queira se cometer contra ela".

(Discurso na Embaixada da Argentina, Brasília-DF, 04/12/90)


Bolívia

"Merecem ainda registro dois projetos de singular importância para nós: a integração energética e a cooperação fronteiriça.

"Os acordos de integração energética [...] representam um salto qualitativo cujas repercussões talvez não possamos ainda avaliar por inteiro.

"A cooperação fronteiriça, cujos primeiros resultados esperamos celebrar a curto prazo, reforça nossa determinação de harmonizar nossas áreas de contato, tendo presentes os interesses e aspirações de brasileiros e bolivianos que ali vivem e trabalham".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente da Bolívia, Jaime Paz Zamora, Palácio Itamaraty, 14/08/90)

"O Brasil e a Bolívia alimentam - há muitos anos - a expectativa de poder consolidar seu processo de integração. Diversas foram as fórmulas cogitadas. Longas e complexas têm sido as negociações, nem sempre com resultados imediatos. Nunca permitimos, porém, que as demoras momentâneas debilitassem nosso propósito de cooperação crescente".

(Discurso pronunciado na assinatura de Atos entre Brasil-Bolívia, Brasília-DF, 15/08/90)

"Antevejo, por força dos novos instrumentos, o surgimento de novos pólos de desenvolvimento em nossas fronteiras, tanto no campo energético, como também nas áreas agrícola e industrial. Dispomos, agora, de quadro necessário para a exploração racional das províncias minerais de Corumbá e Puerto Suarez. Em síntese, todas essas iniciativas tenderão a propiciar importantes transformações sócio-econômicas de que se beneficiarão brasileiros e bolivianos".


"Cabe, ainda, registro específico ao convênio para a proteção dos recursos naturais em área de fronteira, que reafirma o compromisso dos dois governos com o manejo racional e a conservação do meio ambiente. Do mesmo modo, vale assinalar o convênio pelo qual o Governo brasileiro autoriza a Bolívia a estabelecer um depósito franco no Porto de Paranaguá, reiterando, assim, a constante preocupação do Brasil em mitigar as dificuldades derivadas da mediterraneidade da Nação amiga".


Chile

[...] "Hoje podemos celebrar a abertura de novo e auspicioso ciclo nas relações bilaterais - o Presidente do Chile está entre nós, desembarca em terra brasileira".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente do Chile, Patrício Aylwin, Palácio Itamaraty, 25/07/90)

[...] "Chile e Brasil voltam a se dar as mãos como duas democracias consagradas pela vontade popular. Nos dois países, as eleições para a Presidência da República representaram o coroamento de uma transição pacífica".


[...] "Devemos atuar de forma concertada, sobretudo ante os novos horizontes que parecem abrir-se para uma ampla solidariedade hemisférica, à qual seria bom que oferecêssemos, como pressuposto, a consistência da unidade latino-americana".


"Sua visita ao Brasil, Presidente Patricio Aylwin, renova a imagem do Chile que aprendemos a admirar, na perspectiva de uma América do Sul crescentemente solidária".

(Discurso na solenidade de imposição das Insígnias do Grande Colar da Ordem ao Mérito do Chile, Palácio do Planalto, 26/07/90)

[...] "Os novos Governos que se instalaram simultaneamente no Chile e no Brasil em março último acenam com a perspectiva de um relacionamento revigorado no Cone Sul. Com esse dinamismo, empreendemos hoje um movimento irreversível de aproximação integradora, de que esperamos haverá de beneficiar-se todo o continente latino-americano".

[...] "nossas mais legítimas aspirações no cenário internacional passam obrigatoriamente pelo reforço de nosso relacionamento com os nossos vizinhos, em geral, e os do Cone Sul, em particular. Devemos não só aproveitar nossa geografia no que ela nos aproxima, mas também transcendê-la, reclamando espaço dentro do núcleo dinâmico das grandes transformações que estão revolucionando o mundo de hoje".

(Discurso na solenidade de imposição das Insígnias do Grande Colar da Ordem ao Mérito do Chile, Palácio do Planalto, 26/07/90)


Equador

"Em poucos momentos da história contemporânea, o processo de integração latino-americana recobra tamanha importância como no presente. Generaliza-se a consciência de que somente na solidariedade continental encontrarão nossos povos uma resposta segura e permanente às suas justas reivindicações de desenvolvimento e justiça social. Complementares e harmônicos, os diferentes esforços de integração sub-regional registrados na América Latina, dos quais Equador e Brasil participam com firme empenho, devem estar voltados, de maneira inequívoca, a esse ideal comum de prosperidade".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente do Equador, Rodrigo Borja Cevallos, Palácio Itamaraty, 06/11/90)

[...] "Nos anos recentes, multiplicam-se as iniciativas de cooperação bilateral [entre Brasil e Equador], em busca de crescente complementaridade. Citem-se, nesse contexto, a recente conclusão da rodovia Mendez-Morona, o andamento do Projeto de Irrigação do Transvase de Santa Elena, o contrato para construção das instalações para o fornecimento de água potável a Quito, entre diversas outras iniciativas".


"No campo comercial, registro com satisfação o fato de o Brasil atualmente representar o segundo maior parceiro do Equador. Nosso intercâmbio tem alcançado cifras relevantes no contexto latino-americano e tem incluído diversificada gama de produtos. Esses dados positivos espelham autêntica vontade mútua de cooperar e clara identidade de interesses entre nossos países, convergências que se tornam cada vez mais evidentes ante a sintonia de nossas atuações em foros regionais, como a ALADI, e o SELA".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente do Equador, Rodrigo Borja Cevallos, Palácio Itamaraty, 06/11/90)

"Equador e Brasil têm ainda a uni-los o fato de serem ambos países integrantes da Bacia Amazônica. Com seis outros parceiros, firmamos em 1978 instrumento jurídico de cooperação multilateral, cuja vertente ligada à questão do meio ambiente se revelaria profética. Em seus 10 anos de vigência, o Tratado de Cooperação Amazônica tem cumprido exemplarmente seu papel de promotor da aproximação entre os povos amazônicos, balizando o caminho que haverá de levar-nos ao desenvolvimento sustentado da região".


"Abre inúmeras perspectivas o Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica há pouco firmado, sedimentando nossas relações em área tão profícua e conferindo-lhes maior densidade".

(Discurso pronunciado na assinatura de Atos entre Brasil-Equador, Palácio Itamaraty, 07/11/90)

"A cooperação entre Equador e Brasil [...] ganha renovado impulso com a celebração do Acordo para o Combate ao Narcotráfico".


[...] "a assinatura do Acordo Brasil-Equador na área da Cooperação Nuclear [...] responde ao nosso desejo de obter benefícios desse campo do conhecimento humano, sem nenhum prejuízo à paz e à segurança coletiva".


[...] "no Grupo do Rio [...] a admissão do Equador, por todos esperada, contou desde a primeira hora com o apoio irrestrito do Brasil. Nesse foro Equador e Brasil encontrarão campo propício para mais uma vez exercitar uma parceria valiosa".


México

"Entre as muitas identidades que aproximam o Brasil e o México, uma das mais decisivas, talvez a de maior incidência sobre o nosso potencial comum, é a consciência de nossas sociedades e de nossos Governos de que já passou o tempo do isolamento, da vocação da autarquia, dos modelos baseados no protecionismo e na onipresença do Estado no domínio econômico. Essas políticas não mais se justificam como defesa contra um ambiente internacional tido por hostil. Passaram a constituir ameaças. Deixaram de ser promessa de desenvolvimento e progresso social e passaram a ser risco, a que não podemos submeter os nossos povos".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente do México, Carlos Salinas de Gortari, Palácio Itamaraty, 09/10/90)

"O grau de desenvolvimento que vêm alcançando nossas economias [Brasil e México], a existência de ampla gama de interesses comuns nas agendas regional e internacional, o próprio peso específico de nossos países, a vocação igualmente universalista e empreendedora de nossas diplomacias e a amizade que une nossos povos ganharam terreno nesta nova etapa do diálogo Brasil-México que desejamos construir, e para o qual a visita de Vossa Excelência constitui um marco signiticativo".

"A nova etapa do relacionamento bilateral [Brasil e México] [...] se baseia agora em dados concretos da realidade econômica de cada um de nossos países. Ela se beneficia necessariamente da coragem das reformas que estamos promovendo.

"O Brasil e o México, mais abertos ao mundo, comprometidos com a modernidade e orientados para a retomada do desenvolvimento, reúnem hoje condições especialmente favoráveis para fazerem de suas relações um instrumento operativo de seu projeto nacional".

(Discurso pronunciado na assinatura de Atos entre Brasil-México, Palácio Itamaraty, 10/10/90)

[...] "Registramos, com otimismo e sentido de responsabilidade, o significativo aumento das trocas entre os dois países [Brasil e México], em ritmo que - se mantida a tendência verificada em 1989, de crescimento de mais de 50% no comércio - nos permitirá retomar os níveis expressivos do final da década de 70 e início da década de 80: mais de 1 bilhão de dólares nos dois sentidos".

(Discurso pronunciado na assinatura de Atos entre Brasil-México, Palácio Itamaraty, 10/10/90)


Venezuela

"O processo de integração entre a Venezuela e o Brasil assume [...] renovada importância. O caminho da modernização de nossas economias será sem dúvida abreviado pelo intercâmbio, tanto de informações e experiências, quanto de produtos e capitais, em iniciativas múltiplas".

(Discurso pronunciado no almoço oferecido pelo Presidente da Venezuela, Carlos Andrés Perez, Santa Elena do Uairén-Venezuela, 20/07/90)

"Decidimos realizar nossa primeira reunião no cenário amazônico, porque este é o ponto de encontro natural entre a Venezuela e o Brasil. Valorizamos a responsabilidade que nos cabe como protetores do mais diversificado ecossistema da Terra e juntos trabalharemos [...] para integrar este espaço à vida econômica e produtiva de nossos países".


"Nossas fronteiras, Senhor Presidente, não nos separam, unem-nos".


[...] "No curso dos anos 80, a vizinhança entre a Venezuela e o Brasil deixou de ser simples fato cartográfico, para tornar-se estímulo à aproximação entre venezuelanos e brasileiros. Não nos encontramos de costas um para o outro: à cercania física estamos fazendo corresponder nosso encontro definitivo, à força de interesses compartilhados e objetivos comuns".

(Discurso pronunciado no almoço oferecido pelo Presidente da Venezuela, Carlos Andrés Perez, Santa Elena do Uairén-Venezuela, 20/07/90)

Ásia


Visão Política

"Com a República Popular da China e com a India, dois grandes atores do cenário internacional, o Brasil tratará de ampliar e multiplicar as vias de entendimento e cooperação. Temos consciência plena do peso desses Estados, de suas semelhanças conosco - em termos de dimensão, estágio de desenvolvimento e potencial - e sobretudo da necessidade de que tais semelhanças sirvam de base ao maior benefício de nossos povos".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

"O mesmo ânimo [cooperação e entendimento] valerá também para os demais países em desenvolvimento da Ásia e do Pacífico, que se encontram agora inseridos num dos espaços de maior dinamismo econômico do planeta. O Brasil não deixará de enriquecer-se com o exemplo dessas experiências e cuidará de abrir com essas nações novas frentes de cooperação".



China

"Evoco, com particular apreço, a viagem que fiz à China, em dezembro de 1987, como Governador do Estado de Alagoas. Tenho presentes a generosa hospitalidade e a amabilidade do povo chinês. Como Presidente eleito, fui honrado por um convite de Vossa Excelência para visitar a China. Espero poder realizar, muito em breve, o desejo de voltar a seu grande país".

(Discurso pronunciado no almoço oferecido ao Presidente da China, Yang Shangkun, Palácio Itamaraty, 18/05/90)

"Celebramos, há pouco, 15 anos do relacionamento entre o Brasil e a República Popular da China. Nesse espaço de tempo, foram muitas as realizações. Desenvolvemos diálogo político, permanentemente enriquecido pelo contato direto, cordial e franco entre governantes de nossos países".


"Na verdade, Brasil e China têm atuação que os aproxima no plano internacional. Na Assembléia-Geral das Nações Unidas a concordância de nossas posições e a coincidência de nossos votos é significativa. Encontram-nos lado a lado as causas do respeito à independência e soberania dos Estados. As diplomacias brasileira e chinesa cooperam ativamente em foros internacionais, com vistas a reformar um sistema injusto, que penaliza economias como as de nossos países, carentes de capitais e tecnologia avançada e necessitadas de novas aberturas comerciais. Preocupam-nos as novas formas de protecionismo, que limitam nosso acesso à tecnologia de ponta. Não aceitamos a cristalização da divisão dos países entre aqueles possuidores de alta tecnologia e aqueles que ficarão marginalizados, no quadro de acelerado desenvolvimento científico e tecnológico".

"O Brasil e a China acreditam no potencial do diálogo Sul-Sul e trabalham decididamente no sentido de aprofundar, em todos os campos, o relacionamento entre as nações em desenvolvimento".


"No plano bilateral, ao longo desse período de 15 anos, construímos [Brasil e China] expressivo quadro institucional, fundado em mais de 25 atos bilaterais. Desenvolvem-se, entre outras, a cooperação no terreno espacial, para a construção de satélites de levantamento de recursos terrestres, e foram já lançados os alicerces da cooperação em energia nuclear para fins pacíficos. Esperamos que em breve essas atividades compreendam ainda outros setores de tecnologia avançada, como química fina e novos materiais".

(Discurso pronunciado no almoço oferecido ao Presidente da China, Yang Shangkun, Palácio Itamaraty, 18/05/90)


Japão

"O Japão ocupará posição de especial realce na política externa do Novo Brasil. Nossas realizações comuns já constituem uma história de êxitos. Temos bases suficientemente sólidas para nos lançarmos a uma nova e mais ambiciosa etapa da cooperação brasileiro-japonesa no plano dos investimentos, da tecnologia, do comércio e do diálogo político".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

"Temos no Brasil investimentos japoneses maciços na área da siderurgia. Então, é claro, esses assuntos deverão tomar uma parte importante de nossa agenda. Precisamos do Japão como um grande parceiro".

(Entrevista concedida ao jornal japonês "Nihon Keizai Shimbum", Brasília-DF, 09/11/90)

[...] "O importante [...] será conceber projetos para um Brasil diferente. É necessário entender as transformações ocorridas e agir de acordo com o tempo presente e a perspectiva de um futuro de progresso. Os novos projetos serão acolhidos com entusiasmo. Abre-se aí uma fase interessante para que o empresário japonês, que sempre teve percepção atilada do desenvolvimento nacional, volte a manter um intenso diálogo com as autoridades brasileiras e com os nossos empresários e vice-versa, para redesenhar sua presença no Brasil".

(Discurso pronunciado no encontro com empresários da Keidaren, Tóquio-Japão, 14/11/90)

"No âmbito do processo de retomada de confiança, a solução de contenciosos com empresas japonesas tem merecido prioridade".


"As economias brasileira e japonesa apresentam alto grau de complementaridade. O Brasil tem um potencial agroindustrial espetacular. Dispomos de matérias-primas abundantes, particularmente no setor mineral. As nossas fontes de energia hidráulica estão localizadas em diversos pontos do território nacional. Dispomos de um mercado de grande porte e que tende a crescer a sua renda disponível já a partir do próximo ano. O nosso hardware industrial está montado, resultado da política de substituição de importações, e hoje produzimos praticamente tudo que consumimos (as importações em 1989 representaram aproximadamente 5% do PIB).

"Por outro lado, estamos carentes de tecnologias, de experiência empresarial moderna, particularmente na adoção dos novos métodos de gestão que provocam impactos significativos na qualidade e na produtividade".


"As inversões nipônicas estão presentes em muitos setores. Registra-se, porém, que os maiores investimentos japoneses de risco no Brasil associaram-se com o capital estatal. É preciso ampliar o seu escopo para alcançar a empresa privada deste País, fazendo-se acompanhar de efetiva transferência de tecnologia".


Estados Unidos da América

"Pretendo exercer, no relacionamento bilateral com os Estados Unidos, a melhor disposição para o diálogo e o entendimento. Na convivência entre duas democracias, deve prevalecer o reconhecimento das suas características próprias, o respeito por opiniões distintas ou mesmo divergentes. Tenho certeza de que diferenças de interesse e percepção, naturais em intercâmbio denso como o nosso, serão tratadas de forma construtiva, para benefício mútuo. O Brasil deseja sincera e fortemente que as relações com os Estados Unidos tenham sentido positivo. Entre parceiros de tão longa data, com afinidades passadas e presentes, são as coincidências e não as discrepâncias que devem dar o tom do diálogo".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

[...] "Nessa mesma viagem [como Presidente-eleito] que me levou aos Estados Unidos. [...] Eu dizia: "Eu não estou aqui para pedir nada aos senhores. Vim apenas para dizer - se é do interesse dos senhores ouvir - o que me move para esse início próximo de governo, qual é o meu programa de governo, o que farei, quais as intenções do Governo que foi eleito. Se em função disso, da aplicação desse nosso programa de governo, o Brasil começar a gerar expectativas positivas, eu estarei lá para recebê-los, dentro das regras que nós estabelecermos, e que serão poucas, estáveis e inteiramente abertas ao mundo, sem nenhum tipo de preconceito"".

(Entrevista concedida à televisão, Palácio do Planalto, 04/07/90)

[...] "não poderia deixar de saudar o importante pronunciamento feito pelo Presidente George Bush no dia 27 de junho último, quando anunciou uma revisão da política econômica dos Estados Unidos com relação à América Latina e ao Caribe. Trata-se de uma iniciativa corajosa, inovadora e abrangente, que se fundamenta também na premissa de que "cada país da região deve fazer suas opções próprias"".

(Discurso pronunciado no Congresso Argentino, Buenos Aires-Argentina, 06/07/90)

"Todos nós, talvez com raríssimas excessões, entendemos a iniciativa [para as Américas] do Presidente Bush como inovadora, na medida em que abre a discussão sobre temas tão importantes como a dívida externa, as relações comerciais e a integração, que são fundamentais para o desenvolvimento conjunto de nossa região".

(Entrevista concedida à revista "Newsweek", Nova Iorque-EUA, 10/90)

"Nós temos três pontos que fundamentalmente nos preocupam e que eu poderia vir a colocar, uma vez mais, para o Presidente Bush, assim como tenho colocado a outros visitantes estrangeiros. Temos, em primeiro lugar, essa nova conformação geopolítica do mundo, a formação desses megablocos que parecem tender à formação de mercados extremamente protegidos, mercados fechados ao acesso dos produtos dos países em desenvolvimento. O segundo ponto seria a questão do acesso à tecnologia, a necessidade de vencer a resistência dos detentores de tecnologia em transferí-la a países que, como o nosso, querem diminuir sua ineficiência. Em terceiro lugar, a questão da dívida externa, que tem peso significativo sobre a economia dos países em desenvolvimento".

(Entrevista concedida ao jornal "Financial Times", Brasília-DF, 27/11/90)

"Consideramos muito interessante a chamada "Iniciativa para as Américas", proposta pelo Presidente Bush, porque aborda questões como essas que enumerei: a questão da dívida, a questão do comércio e a questão dos investimentos. [...] Fica faltando, na iniciativa Bush, apenas um desses pontos que elegemos como prioritários, que é o acesso a novas tecnologias".


[...] "Pudemos [Presidente Collor e Presidente Bush] comprovar a existência de consideráveis semelhanças de pontos-de-vista entre nossos governos e, ao mesmo tempo, demos passos importantes e fixamos bases sólidas de entendimento no sentido de que as duas partes encarem com maior naturalidade e com espírito construtivo as naturais diferenças de interesses e de perspectiva que nos distinguem".

(Artigo publicado na Gazeta Mercantil: "As base para superar as divergências", 12/90)

"A democracia, como indica a própria história dos Estados Unidos, só pode ser construída onde houver igualdade de oportunidades. Se queremos transformar o mundo numa grande democracia, temos que buscar oportunidades equilibradas para todos os povos".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido ao Presidente dos Estados Unidos da América, George Bush, Palácio Itamaraty, 03/12/90)

[...] "É natural que existam entre nós perspectivas diversas, e até conflitantes, em algumas questões. É fundamental que nossa parceria parta exatamente da premissa de que nossa vontade tópica pode discrepar no dia de hoje porque estamos unidos por ideais e expectativas para o futuro de nossos compatriotas e de todos os Homens".

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Europa


Alemanha

"As relações Brasil-Alemanha sempre foram muito boas. Afinal de contas, o segundo parque industrial alemão depois da Alemanha está instalado aqui no Brasil" [...].

(Entrevista concedida ao jornal alemão "Die Welt", Brasília-DF, 04/09/90)

[...] "Quando pessoas me manifestam que, com os eventos da Europa do Leste, a Alemanha buscando a sua unidade, não haveria mais investimentos no Brasil, sempre procuro tranqüilizá-las dizendo que os compromissos e os interesses que ligam Brasil e Alemanha são muito maiores do que qualquer evento que venha a ocorrer, como os da Europa do Leste" [...].


[...] "Não se pode desconhecer que os investimentos alemães feitos no Brasil nos ajudaram muito a promover o nosso desenvolvimento. E nós queremos ampliar esses investimentos, criar melhores condições para que continuem a ocorrer em volumes crescentes, de modo a que possamos ter as vantagens recíprocas desse intercâmbio comercial".

"O processo de reunificação da Alemanha constitui um dos eventos de maior significado político do cenário internacional do pós-guerra. Pode-se, aliás, considerar que a reunificação - que constitui o resultado mais palpável do processo de distensão nas relações Leste-Oeste - representa um verdadeiro ponto final às seqüelas da Segunda Guerra Mundial".

(Entrevista concedida à rádio alemã "Deutsche Welle", 21/09/90)


Comunidade Econômica Europeia

"Continuarei exortando as lideranças dos países da Europa a reconhecerem na América Latina aquela parte do mundo em desenvolvimento onde as próprias raízes são também européias. Confio em que a unificação comunitária prevista para 1993 não tenha um perfil excludente. De nossa parte, como disse a vários governantes europeus em meu périplo de Presidente-eleito, trataremos de explorar todas as potencialidades que a nova dinâmica da Comunidade possa trazer em termos de comércio, capitais e tecnologia. Senti essa disposição de arrojo e abertura por parte do Brasil muito bem acolhida na Alemanha, França, Inglaterra e Itália".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

"Na Europa, Portugal será necessariamente o interlocutor mais próximo do Brasil. Esse é um fato que dispensa explicações. Afinal, da ação histórica dos irmãos portugueses deriva nossa própria existência como Nação e como Estado. A Espanha, por sua vez, não deixará de ser vista pelo Brasil, tal como por nossos vizinhos, como parceiro bilateral e ator destacado no diálogo entre a América Latina e a Europa. Espero de ambos os governos o apoio para o necessário fortalecimento dos laços do Brasil com a Comunidade Européia".


"Acreditamos que a Alemanha reunificada representará um importante fator de aceleração do processo de integração econômica européia, bem como de intensificação da cooperação entre as Europas Ocidental, Central e Oriental."

(Entrevista concedida à rádio alemã "Deutsche Welle", 21/09/90)

[...] "a Europa dos Doze está ultimando os preparativos para o surgimento, a partir de janeiro de 1993, do Mercado único. O Brasil acompanha com grande interesse a evolução desse histórico processo de integração, que elevará a Comunidade Econômica Européia ao status de grande potência econômica deste final de século, com um mercado de 320 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto ainda maior que o dos Estados Unidos da América".

(Discurso pronunciado na sessão solene da Assembléia da República Portuguesa, Lisboa-Portugual, 23/10/90)

"A Comunidade Econômica Européia já é hoje o maior parceiro comercial do Brasil. Por isso, preferimos ver no advento do Mercado único não uma ameaça de fechamento à cooperação com os tradicionais parceiros comerciais da Comunidade, mas antes como uma oportunidade privilegiada para incrementar a cooperação ora existente".


"Vejo com muita preocupação a posição da Comunidade Econômica Européia na mesa de negociação do GATT. Essa posição extremamente protecionista da Comunidade Econômica Européia não está de acordo com esse novo momento por que passa o mundo".

(Entrevista concedida ao jornal "ABC" de Madrid, Brasília-DF, 14/12/90)

"Se hoje estamos advogando, junto aos países-membros da CEE, uma posição mais maleável em termos das restrições que eles impõem aos produtos importados, é porque temos autoridade para advogar, para reivindicar isso. E naturalmente eu espero, postergado que foi, adiado que foi o fim da "Rodada Uruguai", eu espero que alguns avanços possam ser alcançados. Mas para isso é fundamental que a Comunidade Européia nos despreocupe, flexibilizando um pouco a sua posição".


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Portugal

"Hoje, cerca de 180 milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo transformam o português numa das línguas de maior trânsito".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido pelo Presidente Mário Soares, Palácio da Ajuda, Lisboa-Portugal, 22/10/90)

[...] "Creio chegada a hora de promovermos movimento conjunto, inspirado nos princípios básicos de igualdade e respeito mútuo, no sentido de reforçar as relações entre todos os países que se expressam no idioma de Camões. A propósito, menciono a iniciativa da Constituição do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, que merece todo o apoio do Governo brasileiro".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido pelo Presidente Mário Soares, Palácio da Ajuda, Lisboa-Portugal, 22/10/90)

"Recordo, nesta oportunidade, que, tanto na visita que Vossa Excelência realizou ao Brasil, em junho de 1988, como nos contatos que mantivemos este ano em Lisboa e em Nova Iorque, houve a preocupação constante de conferir às relações luso-brasileiras sentido pragmático. Queremos que as relações entre nossos países, unidos por tantos laços fraternos de história, língua e cultura, também sejam dotadas de sólido lastro econômico e técnico-científico."

(Discurso pronunciado no almoço oferecido pelo Primeiro-Ministro de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, Palácio de Cintra, Portugal, 23/10/90)

[...] "também nos voltamos para a dinamização das relações luso-brasileiras. Bem sabe Vossa Excelência que estas, embora ainda não correspondam a seu pleno potencial, têm experimentado notável crescimento nos últimos anos, sobretudo no que se refere aos investimentos brasileiros em Portugal e à formação de joint-ventures".


"Meu governo está pronto a associar-se a iniciativas, especialmente nos campos da cooperação educacional, científica, técnica e cultural, que visem a reforçar a nossa comunidade de países de língua portuguesa e a dar-lhe a projeção que merece nas relações internacionais".


"O Brasil sabe que pode contar com Portugal como atuante aliado de seus interesses junto à Comunidade Econômica Européia. O que postulamos, aliás, não é mais do que aquilo que a própria Comunidade solicita a seus parceiros comerciais, ou seja a redução das barreiras protecionistas que, entre outras coisas, bloqueiam o acesso de nossos produtos manufaturados ao mercado comunitário. Estou convencido de que, com o avizinhar-se de 1993, o apoio de Portugal, com a ressonância que sua voz certamente terá no seio da Comunidade, será de fundamental importância na condução desses temas".

(Discurso pronunciado na sessão solene da Assembléia da República Portuguesa, Lisboa-Portugual, 23/10/90)

[...] "Em alguns meses, esta é a terceira vez que nos reunimos. Cumprimos assim a vontade de nossa gente, vontade de que trilhemos os caminhos da democracia na construção de um intercâmbio ainda mais rico entre brasileiros e portugueses".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido pelo Presidente Mário Soares, Palácio do Ducal, Guimar_es-Portugal, 24/10/90)

[...] "somos parceiros também na modernidade, pois os dois países entendem como fundamental sua inserção competitiva no mercado internacional. No caso de Portugal, a inserção na Comunidade Econômica Européia, do mesmo modo que nós estamos procurando nos integrar na América Latina, a partir do Cone Sul".

(Entrevista coletiva, Palácio do Planalto, 26/10/90)

[...] "essa nossa visita a Portugal marca uma nova fase no nosso relacionamento. [...] devemos ingressar numa fase mais pragmática, mais objetiva, consolidando também no âmbito econômico um relacionamento que já é muito bom nos campos político e cultural".


[...] "motivos não nos faltam para justificar essa posição do Brasil e de Portugal de estarem associados, se ajudando mutuamente através dessa formação de joint-ventures que nos permitam participar de um mercado tão importante quanto o da Comunidade Européia".



Tcheco-Eslováquia

"Em passado não muito distante, barreiras ideológicas cercearam as possibilidades de expansão de nosso relacionamento, que permaneceu limitado ao plano de algumas operações comerciais avulsas.

"O momento político vivido hoje por nossos países abre vastíssimas possibilidades de cooperação. O conjunto de instrumentos bilaterais de que dispomos - dentre os quais o Acordo de Cooperação Econômica de 1988, que estabelece a audaciosa meta de que nosso comércio bilateral alcance um bilhão de dólares no ano 2000 - constitui base sólida para que nossas relações adquiram exemplar dinamismo".

(Discurso pronunciado no jantar oferecido pelo Presidente da Tcheco-Eslováquia, Václav Havel, Castelo de Praga, Praga-Tcheco-Eslováquia, 01/10/90)

"O grau de avanço e variedade alcançados pela indústria brasileira, mesmo em áreas de tecnologia de ponta, permite-nos o desejo de participar desse processo de reestruturação econômica. Vislumbro amplas possibilidades de cooperação entre empresas dos dois países para a criação de empreendimentos conjuntos no domínio dos bens de consumo, da automação bancária e comercial, da produção de equipamentos".


"Buscando competir com êxito no mercado internacional, os dois países devem enfrentar o desafio tecnológico. Também nesse campo devem ser exploradas todas as possibilidades de cooperação entre empresas e instituições de pesquisa".


"A Declaração sobre Relações Bilaterais condensa e reitera a essência dos acordos em vigor entre os dois países e cria mecanismo de consultas políticas para conferir ao entendimento que mantemos o caráter de exercício periódico.

"Os encontros regulares, que representam a contrapartida no plano político das reuniões de caráter econômico-comercial da Comissão Mista, hão de permitir a constante atualidade da análise de nossas relações bilaterais, dos processos de integração regional e da conjuntura internacional".

(Discurso pronunciado na assinatura de atos entre Brasil e Tcheco-Eslováquia, Castelo de Praga, 02/10/90)


União Soviética

"Darei ênfase especial à modernização do relacionamento com a União Soviética, tanto no plano do diálogo político como no do intercâmbio econômico, científico, tecnológico e cultural".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)
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Oriente Médio

"Aos países do Oriente Médio, o Brasil está ligado por antigos laços de amizade e por importantes interesses comuns, decorrentes de um intercâmbio rico e dinâmico. Aproximados pela presença de milhões de brasileiros com origens naquela parte do mundo, sofremos ao assistir ao espetáculo diário da guerra e da violência. Desejamos que se chegue à paz firme e duradoura naquela região. Sustentamos que naquela área do globo é urgente e clara a necessidade de que se observem estritamente os princípios essenciais do convívio internacional: o direito dos povos à autodeterminação; a negação da conquista pela força; a observância do direito internacional, particularmente os elementos incorporados nas resoluções do Conselho de Segurança".

(Discurso pronunciado na cerimônia de posse, Congresso Nacional, 15/03/90)

[...] "A moldura das decisões das Nações Unidas é a melhor base para a solução do problema (conflitos no Oriente Médio), que exige diálogo amplo, sem discriminações, entre os povos envolvidos. Não há caminho para a paz se não houver aceitação mútua dos direitos legitimamente definidos pela comunidade internacional".



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Fernando Collor e a reinserção do Brasil no cenário global

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