A Meningite Bacteriana é uma doença infecciosa devastadora porque, mesmo quando curada, a maioria dos sobreviventes vive com deficiências neurológicas permanentes. Essas sequelas incluem deficiência motora, atraso cognitivo, perda auditiva e visual, convulsões e distúrbios psiquiátricos, devido aos danos causados às células nervosas pela infecção.

Pesquisadores do Karolinska Institutet revelaram novos insights sobre os mecanismos de invasão bacteriana do cérebro e os danos neuronais durante a meningite bacteriana. A bactéria Streptococcus Pneumoniae (pneumococo) é a principal causa dessa doença no mundo. Ela produz e libera uma toxina chamada pneumolisina (PLY), uma das principais armas usadas para danificar as células.

Os pesquisadores descobriram que cepas de Streptococcus pneumoniae isoladas de pacientes com meningite liberam uma variante da PLY que difere em apenas um aminoácido da cepa de referência. Essa pequena diferença aumenta significativamente a capacidade da toxina de danificar neurônios.

Em outro estudo, os pesquisadores usaram imagens 3D do cérebro inteiro para determinar o padrão de invasão cerebral pelo Streptococcus pneumoniae. Eles observaram que todas as regiões do cérebro são Igualmente Afetadas Pela infecção e que a neurogênese é gravemente prejudicada durante a patogênese da meningite.

Essas descobertas ajudam a explicar a ampla variedade de sequelas neurológicas vivenciadas pelos sobreviventes de meningite bacteriana, já que diferentes regiões cerebrais, igualmente afetadas pela invasão bacteriana, controlam diversas funções do corpo.

Os pesquisadores acreditam que novas variantes da toxina PLY, com diferentes capacidades citotóxicas para os neurônios, ainda possam ser descobertas. Compreender as interações entre a bactéria e as células cerebrais é fundamental para desenvolver novas abordagens terapêuticas capazes de proteger o cérebro de infecções bacterianas e prevenir as graves sequelas da meningite.