O Brasil conquistou nesta sexta-feira (5) o vigésimo segundo lugar de valor universal e cultural reconhecido pelo Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em reunião realizada em Baku, capital do Azerbaijão.
No entanto, esse título tem um sabor adicional para o Brasil: toda a Ilha Grande / Paraty (RJ) representa o primeiro patrimônio nacional caracterizado por um site misto, ou seja, competindo simultaneamente como um ativo cultural e natural.
Em dados espaciais, a UNESCO reconheceu cerca de 149.000 hectares, cobrindo a parte histórica dos parques nacionais de Paraty e Bocaina e Ilha Grande, a Reserva Biológica do Estado da Praia do Sul e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu. Se você considerar as 187 ilhas que fazem parte desse patrimônio misto e fazem parte da Costa Verde do Rio de Janeiro, a área aumenta para um total de 407.000 hectares. Muitas dessas ilhas têm vegetação natural intacta.
Para alcançar o título
Para que uma herança cultural da humanidade se torne oficial, alguns critérios devem ser atendidos: o primeiro é que o local seja um exemplo de preservação das relações culturais; A outra é conter os habitats naturais mais relevantes para manter a conservação da biodiversidade. A partir da análise, a ONU determina se esse local é cultural, natural ou misto.
No total, o Brasil possui 14 patrimônios culturais e 7 naturais.
O registro para o vigésimo segundo foi feito em 2018 e não foi a primeira tentativa de incluir esses locais no radar da Unesco. Anteriormente, em 2009, a aprovação passou para a última fase devido à falta de elementos suficientes para certificar a concessão do Patrimônio Mundial. Em seguida, sugeriu-se que o Brasil fizesse uma reforma, passando quase dez anos nesse procedimento.
Com o anúncio, Paraty e Ilha Grande se juntam a outros lugares que sabem o gosto de ser um Patrimônio Mundial. Entre os privilegiados estão Olinda, em Pernambuco, o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e Ouro Preto, em Minas Gerais.
A principal vantagem deste título é que, a partir de agora, toda a comunidade internacional tem a obrigação e a responsabilidade de preservar as características das áreas demarcadas.
Em vez disso, não apenas o Brasil, mas o restante da população da terra (seja um país, um grupo ou uma associação) pode atuar na conservação e tratamento dessa localização global declarada.
Procurando com precisão
Segundo a opinião de Icomos, o órgão consultivo da UNESCO, o espaço “tem a capacidade de demonstrar um exemplo excepcional do uso da terra e do mar e da interação humana com o meio ambiente”.
A extensão do novo núcleo de conservação envolve os municípios do Rio de Janeiro e São Paulo. No lado de São Paulo, quatro cidades foram premiadas: Cunha, Areias, São José do Barreiro e Ubatuba. No lado do Rio, além de Paraty, inclui Angra dos Reis.
Aproximadamente 85% da vegetação está bem preservada e seu bioma predominante é a Mata Atlântica. No interior, você pode ver várias espécies de animais e plantas. Alguns são endêmicos.
Do ponto de vista étnico, o local abriga duas áreas indígenas, duas comunidades quilombolas e 28 comunidades de caiçaras, que vivem em harmonia com a natureza. Nestes grupos raciais, pode-se ver a conservação do estilo de vida defendido por seus ancestrais.
Expectativas
O anúncio foi muito bem-vindo pelas autoridades brasileiras, trazendo reconhecimento à história e arquitetura coloniais, como observado em Paraty. O governo brasileiro espera que mais pessoas de outras partes do mundo conheçam o local, estimulando e aumentando a indústria do turismo na região.
Por outro lado, a dica induz a responsabilidade de cumprir permanentemente os requisitos, a fim de perpetuar e manter esse título. Que não seja revogado no futuro e, portanto, a preservação do último local do Patrimônio Mundial é constante e vigilante.