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O direito de ser pai (ou “Muito além de uma simples partida de xadrez”)

Ana Lissa, minha primogênita e vigor da minha juventude, tem exigido de mim que eu cresça como pai. Sim, ela cresceu e, por causa disso, eu também preciso amadurecer nessa experiência diária da paternidade.

A verdade é que não há fórmulas prontas para ser pai, e acredito que também não haja receita de bolo para seguir nessa culinária gostosa de criar meninas. E, por tudo isso, não espero que haja um manual de fabricante sobre pré-adolescentes meninas. Como me preparar, então?

Orar, ler a Bíblia, continuar a investir no nosso culto doméstico, buscar na Palavra de Deus os princípios necessários para essa nova etapa e... jogar xadrez! Eu gosto e minhas filhas também e isso facilita muito. Preciso treinar mais as táticas e estratégias desse jogo com elas.

Entender as jogadas que posso e devo fazer; aprender melhor sobre aquelas que me levariam a perder o jogo; respeitar a natureza do movimento de cada peça; assistir as grandes partidas já realizadas pelos mestres do xadrez: sim, eu não sou o primeiro homem do mundo a ser pai de adolescentes meninas!

Prever as jogadas do adversário (mas quem são os meus adversários nesse tabuleiro da criação das minhas filhas?); montar as condições corretas para o movimento do roque, que irá proteger o meu rei; não desperdiçar o en passant sobre o peão adversário; e, quem sabe, conseguir a promoção do meu peão antes que ele seja caçado?

Mas, principalmente, saber que perder uma partida não significa perder o Grande Campeonato. E entender que o contrário disso também é uma regra de ouro, pois a vida exige de cada um de nós que se mate um leão por dia. Em outras palavras, o jogador não pode se deixar sucumbir ao orgulho da vitória de uma simples partida, pois é só no final que nos espera a coroa da glória.

Aprender a recomeçar, avaliar os próprios erros, rever os métodos faz parte da vida. E crer naquela preciosíssima promessa do Pacto de um Deus que, um dia, disse assim: “Fábio, eu quero ser o teu Deus e o Deus dos teus filhos”!

Preciso responder a pergunta feita há três parágrafos atrás: mas quem são os meus adversários nesse tabuleiro da criação das minhas filhas? Indubitavelmente, sei que boa parte da minha vitória reside em conhecer bem os meus inimigos. E estes são aquela tríade já bem famosa para todo cristão: a carne, o mundo e o diabo.

Um dos adversários que encontro do outro lado desse tabuleiro sou eu mesmo com todos os meus pecados e inconveniências a serem superados para um melhor desenvolvimento meu nesse jogo da educação das minhas meninas.

Mas não sou o único inimigo que enfrento. O mundo com suas seduções e o diabo com suas mentiras e trapaças estão sempre ali prontos para me deixar em xeque. Portanto, todo cuidado é pouco.

- Pai, posso ir à casa da Maria? Perguntou Aninha.
- Filha, preciso primeiro conhecer os pais dela. É amiga da escola? Qual o telefone para que eu possa ligar?
- Mas, pai, por que não posso simplesmente ir?
- Filhinha, você lembra daquela vez que deixamos vocês irem à casa da amiguinha da sua irmã sem antes conhecermos quem eram os pais? E descobrimos só depois que os pais não só tomavam Santo Daime, mas que foram denunciados porque davam o chá para os próprios filhos.
- Lembro...
- Mas, meninas, não é só para proteger vocês de situações de risco como aquela: eu tenho o direito dado por Deus de exercer minha paternidade! Eu quero ser para vocês o pai que eu não tive quando tinha a idade de vocês. Você e sua irmã já estão no lucro e eu agradeço a Deus por isso, pois meu pai já havia falecido na idade que vocês estão agora. Assim, eu quero que vocês aproveitem o meu direito de exercer a minha paternidade, porque sei que isso será uma benção. Uma benção para vocês que eu mesmo não tive.

Quando terminei de explicar isso, as duas vieram e me abraçaram apertadamente.

Pronto! Xeque-mate em apenas 3 movimentos! Que venha, então, o próximo adversário para uma nova partida.       


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