Quando o Bruno e eu começamos a namorar, lembro que só nos víamos durante semana. Ele trabalhava aos sábados até às 16h. Então eu saía da minha casa, em São Paulo, me encontrava com ele em Osasco, ficava uma hora na casa dele e depois a gente já vinha embora. Aos domingos ele trabalhava de vez em quando, mas praticamente ficávamos a tarde juntos.

Com o passar do tempo a Vontade de ficar juntos aumentava. Ele saiu do emprego que estava, nunca mais trabalhou aos sábados e passamos a nos ver umas 2 vezes por semana à noite. Ainda assim não parecia suficiente e era bem cansativo ir para Osasco, aí volta para São Paulo e no outro dia vai para Osasco de novo e então passam 3 horas e volta para São Paulo, por aí vai.

***Destaco aqui que nem acho Osasco longe, o problema de lá são os ônibus mesmo! “Seu” prefeito, sem condições esperar 40 minutos – uma vez esperamos 2 horas – por um ônibus entupido :) Bora melhorar isso aí :* hahahaha***

Depois de muita resistência de papis e mamis, seguidas das infinitas orientações de “cuidado” e “juízo” que permaneceram até uma semana antes da gente casar (hahahaha), passei a dormir alguns finais de semana na casa do Bruno e ele também na minha. Era aquele alívio olhar o relógio marcando 19h (sim, 19h – mega cedo) e ver que pelo menos naquele dia a gente não precisava se despedir. A vontade de se ver deu aquela amenizada? Não. Eu não sei quando isso aconteceu, mas de repente se ver 2 vezes na semana e passar o final de semana juntos também não eram suficientes.

Passamos a nos ver todos os dias. Lembro que saia do trabalho, corria para a Barra Funda e ficava uns 20 minutos conversando com ele na plataforma do trem e, de lá, ele ia para a faculdade. Aqueles 20 minutinhos diários faziam toda a diferença… Mas eram suficientes? Não. Gente, que vontade enorme era aquela de se ver o tempo todo?

Lembro de uma vez – atenção: o que vou contar agora parece cena de filme de amor brega, mas é real hahaha – que fiquei o final de semana inteirinho com o Bruno na casa dos meus pais e à noite ele precisou ir embora, pois no dia seguinte tinha que trabalhar. Fui levar ele na portaria e, quando entrei no elevador, já senti uma dorzinha no coração. E do caminho do elevador até a portaria aquela dor foi apertando e apertando meu coração. Na hora que ele veio me abraçar para dar tchau, comecei a chorar. Acreditem: ele não tinha ido embora ainda, mas eu já estava com saudades. Foi um negócio tão estranho que o Bruno até mudou de ideia, dormiu mais aquele dia em casa e teve que pegar roupa emprestada do meu irmão para ir trabalhar hahahahaha (esse empréstimo de roupas, aliás, se repetiu muitas vezes: valeu, Rick! <3 hahaha). Toda despedida era dolorosa, a gente não queria mais dizer “até amanhã”. Foi quando nos demos conta que já era hora de juntar as escovas de dente!

Pois bem, casamos! Relação esfriou, a vontade de ficar juntos diminuiu? Não. Claro que não choro mais quando ele precisa trabalhar hahahahaha Afinal, sei que quando eu chegar em casa ele estará lá me esperando. De qualquer forma, valorizamos cada momento juntos. Voltei a trabalhar mês passado (o que explica minha super ausência aqui :( rs) e nesse novo emprego saio às 21h. Se no meu trabalho anterior saíamos e chegávamos juntos, agora vejo ele indo embora às 7h30 e só nos vemos de novo às 22h20, quando ele vai me buscar no ponto de ônibus (e quando chego o jantar está pronto! Muito amor, né?! *-* hahahaha).

Porém, confesso que fiquei meio assim quando me dei conta de que o veria menos durante a semana. Eu, que me acho uma pessoa independente, estava misturando a vontade de estar juntos com uma enorme dependência de estar com o Bruno, que sabia que não era legal. Parece a mesma coisa, mas não é. E por isso essa nova fase tem sido extremamente positiva.

A vontade de estar juntos nunca deve sumir durante o casamento. Se um dia te ocorrer que você não quer ver ou ficar com a pessoa, liga o sinal de alerta aí! Seu amor tem que ser seu refúgio, seu ponto de paz. Eu chego em casa querendo contar as coisas do meu trabalho para o Bruno e vice-versa. Quero conversar sobre nosso dia, a super novidade que uma amiga contou e o que podemos fazer no final semana. A vontade de estar juntos é isso. É compartilhar os momentos com quem amamos.

A dependência sufoca e dá uma vontade anormal de chorar quando você não pode estar com a pessoa. Não é bom para ninguém e é bom cada um ter seu momento sozinho. Às vezes o Bruno para tudo e joga o poquerzinho online dele, enquanto eu me desligo do mundo para ler notícias ou escrever aqui no blog. Não é de hoje que se fala a importância de cada um ter seu espaço em um relacionamento. Grude 24 horas não é bacana, tá?! :) hahahaha

Recomendo fortemente que você faça uma reflexão para entender se o que você sente é vontade de estar junto ou se é “preciso estar com você AGORA, senão eu morro” hahahaha. Eu fiz isso, me toquei e me sinto muito mais tranquila e feliz. Acho que até a minha saúde melhorou hahaha E também recomendo fortemente que, se a vontade de estar junto diminuiu (ou até sumiu de vez), que os dois parem tudo, sentem e conversem. O diálogo é fundamental para entenderem o que está acontecendo e o que pode ser melhorado.

Comentei uma vez que as lembrancinhas do nosso casamento eram biscoitos da sorte de feltro com quatro frases de amor que escolhemos super a dedo! Uma das frases tirei de um texto do Carlos Drummond de Andrade, mais precisamente essa frase: “não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.”

***Gente, não sei o nome verdadeiro do texto! Já vi como “Amor”, “Não deixe o amor passar”, “Conselhos”… Enfim, se alguém souber, me conte!***

O texto todo é lindo, então finalizarei o post com ele. Amem-se! Não sufoquem o relacionamento de vocês, mas não deixem a vontade de estar juntos acabar. Ok? Ok. ;)

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.
Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado… se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados…
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite… se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado…
Se você tiver a certeza de que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção de que vai continuar sendo louco por ela… se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.