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A pausa que refresca Ou ressaca continental.




Começo a escrever estas incógnitas nas últimas notas de ‘Tale’, do Tomasz Stanko Quartett, grupo instrumental refinado, cuja música me vem tão melancólica que sinto como se tivesse acabado de regurgitar duas doses de uísque barato contrabandeado de Capone e metido uma bala na cabeça de Bogart.

É por aí.

Desocupei duas pastas estressadas de documentos de um processo judicial em que o sentimento corporativista beneficiou o lado errado. Ou não. Talvez jamais saibamos. Mas é uma memória margeada de feridas e quelóides.

Nisso, volto a tocar o álbum do Tomasz, pois a melancolia é realmente refratária nos dias de hoje: escapa como coelhos. E deve ser preservada, como vinho em tonéis de carvalho, como alaúde dos artistas e de todos que queiram dizer algo. Sim, compartilho em parte o pensamento do Arnaldo Jabor em sua coluna nO Globo de ontem.

A pasta que desocupei serviu como novo lar para receitas médicas. Numa delas, Azitron e Nisulid são receitadas para um eu caído em combate, um pré-jack Bauer funcionando 24 horas seguidas em 2003, tudo relacionado ao inominado processo, já findo, como pareço neurótico em não deixá-los esquecer.

O álbum chama-se Lontano. Assim como a música de doze minutos que aspiro como perfume enquanto digito olhando o cinza no alto de toda esta primavera.

A gripe se vai, o cansaço também, e o blues despede-se como uma velha amiga que acaba de sair da prisão, neste filme noir em preto, branco e impossível.



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