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Os Orientais na Televisão Brasileira

“Japa”. O minúsculo espasmo que é a jornada dos orientais na televisão, cinema, no audiovisual  brasileiro como um todo pode ser reduzido a essa única e esdrúxula palavra: “Japa”.

É uma noite estrelada e um cometa passa pelos céus, você sequer sabe disso pois as luzes da cidade (ou o teto do seu apartamento) ofuscam a visão das bilhares de estrelas escaldantes que queimam hidrogênio incessantemente no espaço (aparentemente) infinito e expansivo acima de sua cabeça. Você liga a televisão, sua família se reune no sofá desconfortável, você se senta e coloca em algum canal aberto nacional. Começa a ficção, seja a novela, a mini-série, o jornal. Olha só! Um cara de olhinho mais esticado que os outros! Será que ele enxerga em widescreen? Será que eu estou enxergando ele na minha televisão de 60 polegadas widescreen da mesma forma que ELE me enxergaria no mundo real?! Ele se destaca dos outros. Não Porque Ele é provavelmente um só no programa inteiro com mais de 30 atores, não porque ele é o único que tem olhos puxados ou nariz mais chato. Não, não é isso. É porque ele não é brasileiro. Ele é um estrangeiro, nascido em algum lugar na Ásia, entre o Japão, Taiwan e o Quem-Dá-a-Mínima-Lá-É-Tudo-a-Mesma-Coisa-É-Tudo-Japa, um asiático que troca o R pelo L, que faz interjeições exageradas misturada com um esbugalhamento excessivo dos olhos, que tem um biscoitinho da sorte embutido no cérebro, doando conselhos sábios para o protagonista e os coadjuvantes que enfrentam os conflitos de personagens multi-dimensionais. Se um assaltante armado ousasse Roubar Seus Palitinhos durante um jantar à base de arroz e saquê, ele pegaria com destreza a katana que guarda acima de seu altar budista e usaria o kung fu que já treina desde a infância para imobilizar o pobre homem que tentou roubar seus palitinhos. O kung fu é a segunda língua dele, ninguém pode com sua habilidade que beira o sobrenatural e que desde infância ele…. Ahhh, a infância. Nem me fale sobre a infância, sobre a juventude, a adolescência desse oriental sábio foi vivida por um menino pequeno, de óculos, nerdinho, o mais inteligente da sala, excelente em matemática e um exímio jogador de xadrez. E ele foi o primeiro no vestibular, não porque ele é estudioso e dedicado, mas pelo simples fato de seus olhos enxergarem o mundo em widescreen.

Isso é um homem oriental na televisão brasileira. Você vai vomitar um Pikachu e duas Chanceys se eu começar a escrever sobre a mulher oriental.

Este é Yo Ban Boo, um canal de YouTube cujo objetivo é evidenciar a forma que os orientais são retratados na cultura brasileira, e ao mesmo tempo colocá-los em papéis destaque, em um personagem que tenha profundidade, contradições, dilemas e dimensões além da única que lhe é exaustivamente dada na televisão e no audiovisual brasileiro como um todo. É um canal novo, por isso, se gostar se inscreva! Novidades chegarão toda semana: clique aqui para se inscrever no canal.

Aqui está um dos vídeos do canal:

E para fechar com chave de ouro amarela, que tal a imagem do ator Rodrigo Pandolfo na novela “Geração Brasil”? De acordo com as notícias, ele passava de 40 minutos a uma hora na maquiagem para colocar uma fita adesiva e “virar” o coreano Shin-Soo. #yellowface #whitewashing



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