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Despedida do blog

Este é um post que queria nunca ter de fazer.

A minha Shizuka deixou-nos no dia 13 de maio.
É com o coração completamente partido que estou a escrever isto. Já passou mais de um mês e ainda não me habituei à vida sem a minha batatinha.

Tinha um post enorme escrito, com demasiados detalhes, mas apaguei.

A Shizuka era mais do que uma gata, a Shizuka era família, a Shizuka foi a minha primeira bebé.
A minha Shizuka esteve comigo em todos os momentos importantes da minha vida nestes últimos 13 anos.
Conheceu o meu avô, que foi, e continua a ser a melhor pessoa do Mundo.
Passou comigo todos os dramas do secundário (e eu sou uma pessoa bastante dramática).
Acompanhou-me durante milhentas noites de estudo e trabalhos da universidade, sempre a dormir, mas sempre ao meu lado.
Aturou todos os meus dramas em relação à vida, sempre com aquela cara de: "és completamente passada Filipa, vê lá se ganhas juízo".
Todos os dias enchia a casa cheia de pêlos.
Arranhou quase toda a gente que foi a minha casa.
Foi a melhor mãe de sempre para o Nobita.
Era a gata mais chata que nunca fazia nada do que eu lhe dizia, sempre que eu a mandava vir para o pé de mim virava a cara e ia embora, arranhava-me sempre que eu ia toda gaiteira fazer-lhe festinhas na barriga, ficava possuída pelo demónio quando ia ao veterinário, odiava ser escovada, roubava-me sempre o fiambre do pão quando não estava a ver, era super refilona, detestava que alguém se sentasse no lugar dela no sofá e fazia sempre questão de mostrar que detestava.
Fugia sempre que via a porta aberta, muitas vezes corria que nem uma desalmada para fugir, outras vezes ia tipo soldado a rastejar pelo chão e quando chegava à porta pimbas, lá ia ela a correr.
Era muito raro ronronar, mas quando ronronava derretia-me toda.
Também não miava muito, mas quando miava era a coisa mais fofinha.
Tinha mais força que dez gatos juntos, aliás, tinha mais força do que eu.
Adorava comer e comia tudo super rápido para depois comer a comida do Nobita.
Nos últimos meses comia mais devagar e o Nobita roubava-lhe a comida a ela.
Quando queria dormir comigo, ia sempre cheirar-me o nariz e depois ia dormir entre as minhas pernas.
Quando lhe apeteciam miminhos pedia sempre. E depois quando estava satisfeita mandava uma arranhadela para nós sabermos que já chegava de lamechiches.
Dormia nas posições mais estranhas e fofinhas.
Não podia ver papeis soltos que ia logo rasgar tudo.
Roía os tapetes todos da entrada.
Nunca tapava os cócós (o Nobita esteve sempre encarregado dessa tarefa).
Quando ela achava que a areia estava demasiado suja para as patinhas dela, fazia xixi e cócó no chão e depois escondia-se porque sabia que nós íamos ralhar. Mas voltava sempre a fazer a mesma coisa.
Passava a vida a lavar-se mas andava sempre com o nariz sujo.
Quando alguém lhe tocava ela ia logo lavar-se. Detestava que eu lhe desse banho.
Todos os dias passava a hora de almoço sentada ao meu colo enquanto almoçava. Ao jantar preferia ficar no sofá a ver os donos comerem.
Todos os dias me amassava e todos os dias eu dizia-lhe o quanto gostava dela e ela "dizia-me" o quanto gostava de mim (à maneira dela, mas dizia).

Esteve comigo todos os dias durante estes últimos 13 anos. Foi a melhor gata que poderia ter existido.
No dia 13 de maio de 2006 nasceu a gata que virou a minha vida do avesso, que me fez ver o mundo com outros olhos, que tanto amor me deu e me fez tão feliz.
No dia 13 de maio de 2007 a minha Shizuka deu-me o meu Nobita, no mesmo dia que o meu avô partiu.
No dia 13 de maio de 2019 a minha Shizuka fez 13 anos e eu tive de a deixar partir. E com ela levou grande parte do meu coração. E todos me dizem que vai passar, mas coisas como estas não "passam". Uma pessoa adapta-se. Tenho aprendido a viver sem ela, mas é uma valente cagada.

O Nobita tem estado relativamente bem disposto (dou muitas graças por isso), tentamos nunca o deixar sozinho e agora temos um pássaro em casa para ele se ir distraindo. Também não está a ser fácil para ele adaptar-se à vida sem a Shizuka, ele que esteve todos os dias da vida dele com ela. 

Criei o blog por causa da Shizuka, porque ela merecia que as aventuras e traquinices dela fossem partilhadas. Ultimamente e com a correria da vida andava um pouco parado. E se a minha motivação era vir para contar coisas "na voz" da Shizuka, agora não tenho a mínima motivação.
Por enquanto vai ficar no ar, mas não voltarei a atualizar.
























Sem miaus e ronrons...


This post first appeared on Shizuka And Family, please read the originial post: here

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