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FARSA

O sorriso em meu rosto e a risada gostosa,
A todos encanta e exala felicidade no ar.
Com passos firmes e andar sempre altivo,
Vou passando pelas ruas com brilho no olhar.
Retribuo com meiguice todas as gentilezas.
A prepotência e a soberba não me seguem.
Recuso de forma branda a todos os convites,
Quase como se estivesse me desculpando.
Todos desconhecem o meu intenso sofrer,
Que trago fechado, num cantinho escondido,
Do meu coração de tão ferido, anestesiado.
Quando a Porta se fecha, dispo-me da alegria.
Jogo os saltos ao longe de qualquer jeito, e
Deslizo pela porta fechada até chegar ao chão.
Abraço minhas pernas para conter seu tremor.
Introverto-me e inverto-me dentro de mim.
Já sem conseguir chorar, Olho para dentro,
E lá vejo o medo da escuridão avassaladora
Que envolve todos os meus doloridos penares.
Arrasto-me, trôpega, para o calor das cobertas.
Envolvo-me em lembranças dos dias ditosos
Perdidos no tempo e só lembrados na alma.
Em secos soluços, olho para o vazio da cama
De cobertas arrumadas como a te esperar.
Noites infindáveis te procuram, sem sucesso.
Viro-te as costas para não ver que ali não estás.
O pranto que não escorre mais pelo meu rosto,
Rega meu peito, na erosão de esperanças vãs.
Procuro meu sono e descubro que ele se foi,
Para contigo dormir em sonhos já perdidos.
E assim só, fico a escutar o sussurro do silêncio.





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