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A semiologia do racismo

Vamos supor que toda doença seja aquilo que é capaz de diminuir nossa existência ou mesmo nos matar. Vamos supor, então, uma doença que se espalhe e não tenha vacina para contê-la. Quem contrai não fica imune, pois a cura é rara. Dentre os sintomas encontramos o descaso, indiferença, violência, ódio, violação, dente outros. As formas de suas manifestações dependem do hospedeiro.

Prosseguindo, imagine que Essa doença fatal seja um vírus e que ele se manifeste no discurso e em práticas cotidianas. Seu portator a dissemina quase que de forma imperceptível e traiçoeira, inclusive camuflada nos menores gestos e expressões. Quando se percebe, o vírus já se infiltrou no pensamento, nas palavras, nas práticas, nas coisas, nos lugares, nas instituições, mantendo o hospedeiro vivo mas desenvolvendo nele um tipo de intolerância ao outro e à diferença. E essa doença cotidiana vai, neste sentido, preparando a morte do outro até que ela seja marcada pela indiferença. Quem está infectado por ela não apenas faz morrer como também deixa morrer.

Essa pandemia tem, portanto, essa ironia: ela não mata quem ela contamina, mas produz a morte da diferença. Assim, trata-se de uma pandemia avassaladora! Afinal, quem contrai essa doença não busca tratamento pois não sofre, mas faz sofrer. Para enfrentá-la é preciso a mesma radicalidade de sua transmissão: a intolerância. Quem está contaminado fica intolerante à diferença, mas vimos que as vítimas dessa doença não são os hospedeiros e muito menos foram eles que sofreram isolamentos e exclusões sociais. Sendo assim, é preciso ser intolerante à essa doença avassaladora e no combate de suas manifestações mais sutis e aparentemente sem “maldade”.

É preciso tomar um antídoto contra a insensibilidade bem como abandonar a anestesia causada por essa doença. É uma luta cotidiana e interminável contra um inimigo que já deixou de ser invisível, mas que poucos querem ver.

Alexandre Vieira Brito

Contato: (27) 99943 1968

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