O estranho caso do livro que lia o leitor: Capítulo III
[Capítulo I: Palmier Encoberto; Capítulo II: Xilre ]
Completamente no escuro, o Leitor reparou que uma ténue fulgência aureolava o livro fechado que segurava ainda a tremer. Abre-o com cuidado, temeroso, deixando cair algo guardado no seu interior. Olha em seu redor e apanha o objecto que cintila a seus pés : é o monóculo.
Observando perscrutante e objectivamente a Lente conclui que não é um monóculo qualquer. É formado pela justaposição de várias lentes que juntas são incolores, mas separadas adquirem tonalidades estranhas que permitem observar e interpretar o leitor de diferentes ângulos , prismas e realidades. Um, dois, três, quatro, cinco, Seis... seis aros, seis cores, seis lentes. A sexta lente era negra e tinha gravados vários símbolos: uma chave, uma caveira , pássaros cor de rosa a fumar charuto, coordenadas de latitude e longitude e a palavra currere.