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Robbing Souls

"A melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo quando as pessoas mudam"

Andy Warhol




O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio.


Machado de Assis








É fantástico olhar um céu azul pontuado de flocos brancos que vão adquirindo tonalidades espantosas com o passar da hora do dia ao sabor do sol,  de nascente a poente.







Mal acordo , olho o horizonte delimitado por telhados escuros , onde, levemente à esquerda,  uma promessa de luz começa a despontar. Capturo a imagem. Sorrio. Depois do estímulo da cafeína olho o horizonte do outro lado e sorrio sempre ao quadro, aquela pintura todos os dias diferente, parte daqueles jogos de luz e sombra, que conferem tonalidades diversas ao mar e acordam a cor da terra à medida que a luz avança.

Capturo mais uma imagem. São todas iguais à  primeira vista, mas um segundo olhar mais atento , um pormenor mais detalhado, revelará que não há duas imagens iguais.









Capturar um momento de luz é fantástico, seja ele qual for. A luz que brinca na espuma branca de uma onda que marulha , naquele papel que voa em incansáveis piruetas, na copa de uma arvore que ondula ao vento, no cristalino de uma iris garça, nas asas de um pardalito acromático que voa em contraluz...





























Em algumas culturas acreditava-se que as fotos roubavam as almas. Eu também acredito, acredito que roubem e guardem infinitamente a alma daquele nanosegundo em que se fez luz, uma luz diferente e esplendida.



Uma pedra, uma fresta,  uma flor, uma paisagem de cortar a respiração. Muitas são as vezes que a procuro, á beleza que me faz roubar a alma do tempo. Outas tantas é o acaso que a enquadra na periferia das imagens que a minha retina inverte.





Rever instantes é reviver emoções. É querer mais e tentar a todo o custo voltar aquele momento de felicidade. É mentira que nunca se deve voltar onde se foi feliz. Eu volto. Volto muitas vezes.







 Encontro o tempo parado no tempo,  a girar feito louco naquela mudança que muito poucos têm a felicidade de reconhecer.




Anseio pelo porvir, pelos anos dourados em que nadarei em rios de tempo manso e poderei decidi-lo a meu bel prazer.

Anseio criar, mas não tendo alma de artista, contento-me em poder revelar momentos da criação. Quero aprender a roubar almas, muitas, deliciar o mundo com elas. Deliciar-me a mim.





Só me entristece pensar que depois da travessia do meu Êxodo laboral, possa ter Canaã à vista e que seja apenas a miragem do meu sonho; como insondáveis e misteriosos são os caminhos de Deus,  seja eu mais um Moisés, como foi o meu pai antes de mim.





( Todas as Fotos de MD Roque)
                        







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