Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Zuzu Angel será incluída no livro dos heróis brasileiros

Estilista morreu em 1976, em circunstâncias nebulosas, denunciando o desaparecimento de seu filho Stuart, cujo Corpo Nunca Foi encontrado. Agente da ditadura estava no local do acidente
por Redação RBA
Aguarda sanção presidencial projeto que inscreve Zuzu Angel no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. A estilista Zuleika Angel Jones, que morreu em 1976, em circunstâncias nebulosas, ficou conhecida por sua luta para localizar o filho Stuart, torturado e assassinado durante a ditadura – militante político, seu corpo nunca foi encontrado. O projeto foi aprovado na Câmara e no Senado neste mês de março.
A estilista "não só foi uma heroína da costura como também da maternidade, já que sacrificou sua vida na busca do corpo de seu filho", escreveu a jornalista Hildegard Angel, sua filha. "Zuzu desafiou, não se calou, prosseguiu corajosamente na sua luta, denunciando o arbítrio, apesar das perseguições e ameaças", disse Hildegard no último dia 9, logo após a aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.411 na Câmara.
O texto, que teve como autora a deputada Jandira Feghali (RJ) e como relatora Alice Portugal (BA), ambas do PCdoB, seguiu para o Senado onde, relatado por Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), foi aprovado no dia 22. Agora, aguarda sanção do presidente Michel Temer.
Zuzu tornou-se conhecida por usar desfiles de moda como denúncia da ditadura e do desaparecimento de Stuart Edgar Angel Jones, morto em maio de 1971, aos 26 anos, sob tortura na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Ele era militante do MR-8. A busca da estilista teve repercussão internacional. O pai de Stuart, Norman, era natural dos Estados Unidos. Ela conseguiu, inclusive, entregar ao então secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, uma carta com a denúncia sobre o caso.
"Tanto, recentemente, a Comissão da Verdade, quanto, em 1998, a Comissão dos Mortos e Desaparecidos confirmaram o assassinato de Zuzu Angel por agentes do Governo Brasileiro", escreveu Hildegard em sua página na internet. A estilista, que vivia sob ameaças, morreu em um acidente na madrugada de 14 de abril de 1976, na auto-estrada Lagoa-Barra, no Rio.
Em 1998, uma testemunha relatou à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos ter visto o carro de Zuzu ser fechado. Durante as atividades da Comissão Nacional da Verdade, em 2014, o ex-delegado Cláudio Guerra identificou o coronel do Exército Freddie Perdigão em uma fotografia, do jornal O Globo, no local do acidente. Perdigão é apontado como responsável pela chamada Casa da Morte, de Petrópolis (RJ), e pelo atentado do Riocentro, em 1981.
Quarenta anos atrás, em 1977, o cantor e compositor Chico Buarque e Miltinho, do grupo MPB-4, fizeram a canção Angélica, que narra a história de Zuzu e seu filho.
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Em entrevista à Rádio Atividade, do Centro Cultural de São Paulo, em 1985, Chico Buarque contou que Zuzu dizia que se alguma coisa acontecesse com ela, a responsabilidade seria dos mesmos assassinos de seu filho. "Na manhã do dia em que aconteceu o acidente com ela, ela tinha estado lá em casa e deixado as camisetas que ela fazia, gravadas com aqueles anjinhos que eram a marca dela, para as minhas três filhas. Aquilo me chocou muito."
Em 2006, um filme dirigido por Sérgio Rezende também abordou o caso. Patrícia Pillar e Daniel de Oliveira fizeram os papéis de Zuzu e Stuart, respectivamente.


This post first appeared on Desabafo Brasil, please read the originial post: here

Share the post

Zuzu Angel será incluída no livro dos heróis brasileiros

×

Subscribe to Desabafo Brasil

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×