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AI-5 para leigos: saudosistas incendiários do terror alheio


Eu ficarei debruçado e quieto sobre as bravatas oriundas da "boca de chorume" do Deputado Federal, Daniel Silveira. Este texto irá apenas destacar a referência ao Ato institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, mais conhecido também pela sigla AI-5.

Militares radicais sagazes pelo poder e o senso de uma falsa segurança nacional. O AI-5 foi o balde de água fria para quem restava alguma esperança da volta da democracia após cinco anos do golpe de 1964. A lei que vigorou no país por uma década, deliberava e centralizava todo o poder nas mãos de uma pessoa: o presidente da república. O presidente tinha o poder absoluto da situação e nada escapava dele, "O Grande Irmão", o Estado patrulhado entrava mais uma vez em ação.

Estudiosos historiadores do tema não divergem sobre a lei. Há outro debate que se pode ou não afirmar que o AI-5 foi ou não o golpe do golpe. Não vejo essa interpretação por aí. O regime militar endureceu as leis que davam legitimidade ao golpe de 64. Citar um exemplo: o pós golpe, havia quem saía as ruas para se manifestar, mesmo apanhando depois da polícia. Com a lei em vigor em final do ano de 68, os direitos às manifestações foram proibidos. Isto era um exemplo.

A norma resultou no fechamento do congresso nacional e das assembleias estaduais e municipais. Estados e municípios perderam suas autonomias. Os governadores e prefeitos da época eram chamados de "biônicos", escolhidos e moldados pelo governo central. Havia o que ficou conhecido como censura prévia. Artigos de jornais, composições, peças teatrais, filmes, entretenimento em geral, tinham que passar pelo crivo da censura. O Brasil posicionou-se de vez ao Estado de terror.

Meios de comunicações, o entretenimento, os livros ou qualquer outra manifestação cultural seria liberada após o visto da censura prévia ou liberada com inúmeras restrições que mutilavam as obras. Vivíamos o terror.

Qualquer motivo era 'justificável' para ser preso e não havia mandado de prisão, o arbítrio tinha perdido sentindo. O Habeas Corpus....... nem pensar. Com o AI5, o cidadão comum, se dependesse do regime, se tornaria terrorista.

Observo o romantismo que há sobre o tema de pessoas inocentes, sendo manipuladas por formadores de opinião, afirmar que o país vivia numa perfeita harmonia. Quem de fato conhece o que foi o AI5 e bate palma, no mínimo é sadomasoquista.

Gostaria de saber desses sadomasoquistas se gostariam de sentir introduzido na área anal ratos ou bichos peçonhentos? Ou levar choques elétricos na parte escrotal próximo ao pênis? Uma mulher violentada seria normal?

Foi durante o governo de Artur Costa e Silva (1967-69) que o Ato Institucional nº 5 foi emitido

O AI5 desnudava todo e qualquer sentimento humano que ainda podia existir dentro dele.

O atual mandatário do país já provou que não é simpático à democracia. Várias vezes, em falas registradas para quem quiser ouvir, vários de seus simpatizantes que não são pessoas de má formação intelectual, seguem o mesmo desejo do senhor presidente.

O filósofo e professor aposentado, Paulo Ghiraldelli, afirma em seu canal no Youtube que não há risco de o presidente dar o golpe. Pode ser que sim ou não. Estranho que suas leis reduzem a quase zero a cobrança de impostos sobre armas e tiram da responsabilidade do exército o controle e registro de armas. Tem o desejo de retirar o poder dos Estados sob policias civil e militar. Tudo estranho para quem sabe que a constituição federal dá o direito autônomo aos Estados e municípios para comandar seus seguranças.

Em tempos de saudosismo, os que defenderam o golpe e depois o AI5 tornaram-se algozes do regime e depois vieram iguais "Madalenas arrependidas" chorar suas lágrimas em defesa da democracia. As searas que clamam a volta da AI5 poderão ter o mesmo destinos e podem terminar igual ao deputado marombeiro pedindo justiça e direitos humanos .

Referências :

1964 - História do regime militar brasileiro PAG.173
NAPOLITANO,Marcos
ed. Contexto

1968_ o ANO que não terminou.
VENTURA,Zuenir

(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário.)



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