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Entre estátuas, avenidas e escolas: porque sou contra retiradas



Deixei baixar a poeira. O clima estava espesso e quase deixei-me cair na emoção e fazer algo que não gosto em rede sociais que são os debates raivosos.

E foi neste clima que na ocasião da morte do norte–americano, George Floyd, que começaram as derrubadas de estátuas ligadas às pessoas que eram traficantes de escravos ou algo que remetesse a algum tipo de opressão.

Para começar, não vejo essas destruições com bons olhos. Para mim, que sou historiador e trabalho com todos os tipos de memória, seja ela escrita, oral, visual ou física, as destituições desses elementos abririam um enorme vácuo na história ou como destaco que é 'abortar a história'.

Para os historiadores, a manutenção desses elementos são fontes riquíssimas para pesquisas. Por mais que essas lembranças causem algum tipo de revolta, não será a destruição que acabará com os males do mundo. Se fosse assim, poderia destruir os campos de concentração nazista na Europa, o museu do Apartheid ou centros de memória contra as ditaduras militares na América do Sul.A preservação desses espaços de memória servirá para que gerações futuras não façam o mesmo erro que foram cometidos no passado. É óbvio que seria contra, por exemplo, se levantassem um monumento em homenagem ao torturador brasileiro, Carlos Brilhante Ulstra e outros. Esses têm que cair no esquecimento. Aos que estão de pé há anos ou há séculos deixem como estão e vamos fazer a nossa parte que é realizar a narrativa do contexto. Fazer aquele que acompanha sentir-se dentro da história e começar a refleti-la: quão perigosos são esses fatos tristes da história da humanidade e que não se repitam novamente.

A destruição de estátuas como aconteceu nos EUA e Reino-Unido faria com que as pessoas deixassem de ser racistas? A destruição dos campos de concentração de Auschwitz seria a culpada do ressurgimento de novos grupos neo nazifascistas na Europa? Ou então que tal destruir as fazendas de café que existem em milhares de cidades do Brasil que foram utilizadas com trabalhos escravos? Vamos destruí-las também?

A solução é simples: educação, esclarecimento e cidadania.

Com certeza, vou encontrar opositores aos meus argumentos. Sem crise, a democracia agradece.

A verdade dos fatos não deixariam de existir se arrancássemos estátuas, retirássemos nomes de ruas ou escolas com nomes de pessoas ou grupos ligados à opressão. Contra a violência da memória, combata-a com conhecimento, o sentimento raivoso não nos deixa pensar com a razão.

Qualquer tipo de registro destruído ou dizimado para o historiador constituirá em apagar a própria história da humanidade.

NÃO DESTRUAM A MEMÓRIA HISTÓRICA FÍSICA!

(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário.)




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