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Brasil na pandemia: há uma luz no fim do túnel?



O isolamento social nos obriga ao entretenimento. Leio jornais, ouço rádio e acompanho as redes sociais. Em toda parte fala-se em um mundo diferente. Tratando-se de Brasil, alguém acha possível ser otimista quando olhamos o governo, sua atuação diante da pandemia e as reações sociais? Todo esse contexto escancararam as diferenças sociais e vem mostrando, através da internet, como a elite brasileira pensa e age. São “engenheiros”, “doutores”, “moradores de Alphavile” e “cidadãos de bem” gorjeando suas desprezíveis verdades, sem máscara e sem empatia.

Estávamos, antes do caos pandêmico, já em declínio moral-econômico-social. Os números indicavam que caminhávamos para o precipício. Os diversos programas sociais iam sendo desmontados, sob o discurso de um Estado pesado, aplaudidos por uma mídia e uma elite mesquinha. O país que, tempos atrás, foi referência mundial no combate à fome e a pobreza, ia sumindo do retrovisor. Em ritmo acelerado, voltamos ao local onde o fantasma das mazelas sociais impera.

Inacreditavelmente, o atual governo não demonstra nenhuma preocupação em combater a pandemia e nem em sanar os demais problemas, a não ser o dos bancos. Alternando inação com caos, aquele que tinha que ser o grande maestro optou por não se relacionar com as partes: não dialoga com governadores, prefeitos e joga para escanteio qualquer sujeito que emita uma voz responsável, como foi o caso do ex-ministro da saúde, Mandetta. No começo da crise, ele realizava, todos os dias, coletivas de imprensa, demonstrando real preocupação. Hoje, mal ouvimos a voz dos sujeitos, militares e não médicos, que estão à frente desse ministério tão importante.

A pandemia trouxe também a volta do debate sobre a importância do SUS (Sistema único de Saúde). A chegada de Bolsonaro ao poder promovia, de forma acelerada, o seu desmonte. O SUS, a Fiocruz, pagos com os impostos de cada brasileiro, são patrimônio do nosso povo e fundamentais, não só durante catástrofes, mas em qualquer período. Os usuários desse sistema são, em maioria, pessoas de baixa renda e destruí-lo será mais um crime. Se a desigualdade social já coloca grande parcela da sociedade em situação de risco, a pandemia vem mostrando que são também estes que irão pagar um preço mais alto.

O cenário descrito não é de esperança, mas é fato que toda essa exposição de verdades, nuas e cruas, pode promover movimentos expressivos por uma mudança. O povo acusou o golpe e não tem mais dúvidas de que caiu em um conto do vigário. Propagar informações verdadeiras, ampliar o debate e tentar fazer movimentos esperançosos serão caminhos para um futuro mais próspero. É nisso que temos que crer, mesmo que muita coisa conspire contra. E no mais, é certo que somente com um povo consciente caminharemos pela estrada do progresso.

(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário; Paulo Branco Filho, professor de Artes Marciais e cronista)



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