Num claro discurso eleitoral no parlatório, no Distrito Federal, o agora Presidente empossado, Jair Bolsonaro, disse que veio para resgatar os valores tradicionais perdidos numa ideologia Marxista - gênero que dominava o país. Disse que somos uma nação de formação judaica-cristã e para isso, em nome de Deus, foi eleito para salvar o Brasil segundo o que ele chama de política ideológica.
Durante a campanha eleitoral, a tática de combate dos que chamaram de ameaça aos valores tradicionais, a equipe do presidente atacou enfaticamente a não religiosidade do candidato adversário. Advertiu aos eleitores que estariam votando num ateu para presidente e cairíamos num protejo ditatorial.
Tradicionalmente somos um país cristão, não quer dizer que todos têm que ser cristão. Somos formados também por legiões de matrizes religiosas não-cristãs. Acima de tudo, somos um conjunto com outras denominações religiosas ou não. A Constituição Federal é clara ao afirmar que todos têm o direito de ter uma religião ou não. Somos um Estado Laico, a lei é clara.
Há relatos de templos de religiões africanas que são invadidos por marginais usando o pretexto da fé cristã para cometer atos semelhantes à Idade Média. No momento em que o presidente destacou que somente o deus do cristianismo judaico é que vai reger esta nação, as demais religiões, cristãs ou não, ou aqueles que não processam fé nenhuma, podem ficar em alerta.
Regimes totalitários da América do Sul e Central foram governados por chefes de Estado e governos religiosos. Na Europa pré-segunda guerra, os ditadores em nome da segurança e pureza vinham também com um pseudo discurso messiânico, cometendo atrocidades em nome da fé. Em nome do discurso messiânico e da aproximação da bancada religiosa no congresso nacional, direitos nossos, garantidos pela carta Magna, correm sérios riscos de serem destituídos.
Jair Bolsonaro comete sérios erros. A imagem de salvador da pátria, da moral e dos bons costumes é perigosa. Nos últimos anos temos registrado inúmeras ocorrências de violações religiosas em nome dos chamados valores cristãos. As religiões africanas e espíritas são alvos dessa intolerância religiosa. Vejam bem: não vamos generalizar. Nem todas as denominações cristãs são designatárias da intolerância.
O presidente e equipe aproveitam que o brasileiro não tem o hábito da leitura e por isso lançam o mecanismo usado por Getulio Vargas e o Regime Militar, hoje conhecido como Fake News: noticias falsas. As redes sociais sãos aliada para propagar tantas mentiras e o presidente aproveita esta falha.
A combinação entre Igreja e Estado é sedutora e problemática . O preço por esse apoio poderá custar caro, estamos falando de feras transvestidas de pessoas de bem. Quero estar aqui para saber se estou errado ou não. Mil novecentos e sessenta e quatro foi há quase cinqüenta e cinco anos e vale lembrar que o queijo pode obter várias formas, mas os ratos continuam os mesmos.
A frase Brasil acima de tudo é inspiração da antiga Alemanha Nazista,onde a letra afirmava que o país, Alemanha, estava acima de todos. Esta frase é considerada constrangedora dentro da Alemanha.
Alemanha acima de tudo - https://jornalggn.com.br/noticia/alemanha-acima-de-tudo-por-frei-goergen-ofm
(Via Fábio Nogueira: estudante de história da Universidade Castelo Branco e militante da Educafro [email protected])
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