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Tetraplégico quer virar político: para quê?


Sobre um PCD entrar pra política... Por quê? Para conseguir tratamentos, remédios e privilégios? Não! Longe disso. Tenho ética, valores e respeito. Mas para conseguir acesso a tudo aquilo que eu e outros 45 milhões de deficientes têm por direito, mas não recebe, não vê, não sabe e não luta ou não pode lutar para ter.

Um deficiente ciente entra na política quando percebe que, apenas através da justiça, e mesmo através da justiça, não consegue, infelizmente, igualdade, equidade e JUSTIÇA SOCIAL.

Então, vamos lá:

Hipoteticamente, se Rafael Ferraz, jornalista tetraplégico fosse candidato a um cargo público - deputado estadual - a mensagem passada a toda sociedade (INCLUINDO ESPECIALMENTE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA) seria:


"Meu mandato será voltado exclusivamente à inclusão, à acessibilidade e às necessidades das pessoas excluídas e com deficiência, mas sem ‘coitadismo’, sem vitimização e sem pena! Terá direitos, mas não mais, nem menos, e deveres, como já os têm!"

Não somos todos iguais? Então queremos ser vistos e tratados do mesmo jeito. Queremos participar sem distinção, mas com acessibilidade, com braile, com libra, com 100% de INCLUSÃO! Não queremos mais, não aceitamos menos. Os 45 milhões de deficientes brasileiros querem apenas que a Lei Brasileira de Inclusão – LBI (Estatuto da Pessoa com Deficiência) Lei nº 13.146\15 seja respeitada, conhecida, valorizada e, cada vez mais ajustada e adaptada à realidade.

Não participamos e nem desfrutamos da mesma liberdade, mas também pagamos os mesmo impostos, somos brasileiros, brancos e negros, ricos e pobres, bonitos e feios, estressados e good vibes, ignorantes e estudiosos, tudo igual, com ou sem cadeira de rodas. Por isso eu vou colocar mais cadeirantes, gente cega, surda, e o que for, PCDs em geral na política - nas esferas municipal, estadual e federal!

"O caminho até as urnas é árduo e longo. Antes de chegar lá, eles (pessoas com deficiência) precisam convencer o partido de que têm, no mínimo, chance de angariar votos para eleger correligionários. No entanto, para os postulantes cegos, surdos e cadeirantes, o objetivo não é só vencer, mas aproveitar o espaço e pôr a inclusão em debate." Trecho retirado da matéria 'Pré-candidatos com deficiência driblam limitações e sonham com votos'.

José Olympio Rangel Barreto, pré-candidato a deputado estadual pelo PSDB de Vitória/ES, amigo meu, cadeirante (chamamos um ao outro de aleijado), questionou – provocando: "Por que, entre as vitimas das pegadinhas do Silvio Santos e João Kleber, não tem nenhum deficiente?"

Eu respondo com outra pergunta:

Será que é porque a sociedade nos trata como DOENTES e tem medo de ferir nossos sentimentos, sente peninha? Nos vitimizam e pensam: "não vou fazer piada com o cadeirante, né, tadinho. Ele é doente. O coitado já vive na cadeira de rodas. Oh, peninha!?!?!?!". Ou tadinho do ceguinho. Aaaaa mínimo o carª$*=@lhº

Ahhh, faça-me o favor. Coitadinho o escambau! Do mesmo jeito que você, "o normalzão, eficiente", tem que ralar pra viver, pagar as contas e curtir a vida, qualquer pessoa com deficiência também tem. Aliás, tem os mesmos deveres, mas não desfrutam dos direitos. Se querem e exigem, que eu pague imposto e obedeça as leis como todo o cidadão, então não abro mão de viver igual, ter meus direitos, acesso, inclusão, minha vaga de estacionamento, de concurso público, oferta de emprego e leis respeitadas.

Vontade de me candidatar, assim como tantos “aleijados” por aí (com o perdão do termo àqueles que sentirem-se humilhados) não falta. O que falta é paciência e força! Falta entusiasmo. Quem sabe um dia? Ou mesmo ser um assessor. Quero mesmo é estudar. E se for pra ser, um dia será. Uma coisa eu sei: o Político de verdade, com P maiúsculo mesmo, é aquele que vai e faz!

(Via Rafael Ferraz, jornalista e autor da coluna Tetraplégicos Unidos)


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