Dentro da graduação de história, estudamos os chamados processos históricos, que em resumo nos responde: Nada que acontece hoje é fruto do acaso ou foi pré-destinado. Realmente, nada desta vida é obra do acaso.

As universidades públicas brasileiras são consideradas as melhores da América Latina. Se tratando de pesquisa de ponta e produção intelectual, não deixa nada a dever para ninguém. Pelo contrário, os alunos, mestres e doutores, são convidados para apresentarem seus projetos no exterior. Até aqui, estou escrevendo fatos que todos já estão cansados de ouvir.

Os governos de tendência neoliberal sempre tiveram o desejo de privatizar a universidade pública. O governo Collor de Mello e FHC ensaiaram a privatização desse projeto, ambos não foram para frente. O fantasma da privatização da universidade brasileira voltou à tona com a contenção do orçamento do governo, onde há limitações para os projetos de educação e saúde e o corte de verba de 44% nessas instituições. A instituição Globo endossou, cooperando com o projeto de privatizar as universidades. O argumento é que as universidades estão repletas de alunos de classes mais abastada e esses teriam que arcar com os custos. De certa forma, tem lógica, no entanto, a universidade é de todos, independentemente de classe social. É um direito universal.

https://extra.globo.com/emprego/servidor-publico/fazenda-recomenda-ao-rio-que-privatize-universidades-publicas-demita-servidores-21788804.html

A idéia ganha pulso e continua seduzindo. Ganha interesses no mercado, num momento em que as instituições estão se democratizando, permitindo acesso por meio de política de inclusão àqueles que nunca tiveram a oportunidade de estudar dentro da universidade pública .

A universidade do Estado do Rio de Janeiro está numa agonia há mais de dois anos. O número de inscritos em seu vestibular foi um dos mais baixos dos últimos anos. Agora não se sabe quando começarão as aulas e o término delas. A universidade está a míngua com servidores sem receber salários há meses.

Projeto de iniciação cientifica interrompido, mestrandos e doutorandos assistindo aos seus projetos indo para o ralo do descaso em prédios deteriorados.

É apenas o inicio do desmonte. A UFRJ, referência na área tecnológica e exata, a cada ano vem encolhendo e perdendo as mentes mais privilegiadas do país.

O governo está aí para isso, acabar com o setor público. Em países sérios, o dever do Estado é garantir ensino universal para todos. Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, países da Escandinávia, são esses exemplos.

Em outros governos, os setores conservadores contrariam ódio por causa de medidas em que o beneficiário era o excluído. Getúlio Vargas e João Goulart passaram por esta experiência, o preço foi alto.

Para variar, a lista de argumentos para a privatização é a ociosidade do serviço. É burocrático e arcaico. Os funcionários ganham muito e produzem pouco, não importando-se com a estabilidade do emprego. Onde estão os órgãos fiscalizadores? Precisa privatizar para poder melhorar?

São indagações que vieram com respostas não tão boas assim.

Há pouco tempo, ouvia pessoas dizendo que na saída da ex-presidente e do partido a que ela pertence, tudo no Brasil seria diferente. As panelas bateram mais fortes ainda. Quem bateu e está arrependido, não ficou com remorso, não critica mais e sabe que tem parcela neste projeto tão desumano .

Não há outras palavras para deixar: lutar e resistir!