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Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a amar

Você ama o que uma pessoa realmente é ou o que projeta a respeito dela? A pergunta pode até soar descabida, mas existe aquele ser que realmente somos e muitas vezes um outro ser, projetado, idealizado para satisfazer o nosso próprio ego. 

Posso projetar, de mim para mim mesmo, aquilo que sou ou o que gostaria de ser. Posso ter uma autoimagem de uma pessoa forte e resistente, por exemplo, quando na verdade posso ser fraco e desistente. Nesse caso, mais cedo ou mais tarde, a desilusão chegará até mim, provocando um processo meio dolorido, conhecido como amadurecimento. Mas também posso projetar no outro meus anseios, idealizando o ser que eu gostaria de amar. Posso imaginar que o outro é forte e resistente, como quem busca satisfazer, ainda que inconscientemente, as próprias fraquezas. E nesse caso, também, a desilusão nos abraçará.

A mente é fantástica e capaz de criar quase ao infinito. Assim, ela também pode distorcer a imagem da pessoa amada, projetando nela suas expectativas, desejos, frustrações, experiências passadas. E isso pode acontecer por vários caminhos: ideias aprendidas, falta de inteligência emocional, desequilíbrios de várias ordens, etc. E claro, isso não me parece saudável.

Projetar ou idealizar o ser amado pode ser entendido como uma forma de distanciamento da realidade ou até mesmo uma tática inconsciente de não enfrentamento, de fuga do amadurecimento que, mais cedo u mais tarde, fatalmente chegará. Como um processo contínuo, a vida parece Sempre nos levar a este lugar Nem Sempre tão agradável que é o amadurecer, mas sempre um local necessário e vital para a nossa existência.

Há muitos modos de se distanciar de uma pessoa, além do óbvio que é fisicamente. Uma destas maneiras é projetando-se no outro. O amor realmente nos aproxima uns dos outros, mas o amor projetado ou idealizado, acaba nos afastando. Em sua mente, em sua alma, vibram o seu ser real, aquilo que você é, aquilo que você sente, pensa, faz. Mas ao receber de alguém um amor distorcido ou projetado, idealizado pelo outro sobre quem você é ou deveria ser, esse sentimento não encontra afinidade, não corresponde à realidade e, mais cedo ou mais tarde, a desilusão chegará.

Essa prática parece ser comum entre familiares, embora não se restrinja somente a estes. Com nossos pais, filhos, amigos, costumamos idealizar e projetar o ente ideal: o pai herói, a mãe heroína, o filho equilibrado e feliz, o amigo porto seguro. A criança, por imaturidade e falta de vivência e consciência, costuma ver em seus pais seres infalíveis (exceto nos casos de pais violentos, abusadores, etc). Ao crescer, começa a entender que seus progenitores são tão humanos quanto ela mesma e muitas vezes, esse processo no qual se retira o véu de nossos olhos, pode ser muito dolorido. Cada caso é um caso, cada pessoa é um ser diferente.

E projetando no outro o ente ou ser ideal e amando este ser projetado, você está fatalmente se distanciando do real, daquela pessoa que realmente sou. Se é difícil enxergar a si próprio, com clareza, equilíbrio e tranquilidade, imagine o quão difícil é enxergar ao outro.Não é uma tarefa tão simples, mas também não será irrealizável. É um processo que pode ser lento ou rápido e é impossível desenhar uma receita pronta, porque cada ser é único, imprevisível, com vivências únicas.

De qualquer modo, lembre-se: só se desilude quem um dia se iludiu. A pessoa real (que sou) precisa de seu amor (que é). E muito. Mas não posso me adequar ao que você projetou sobre mim, não posso satisfazer suas expectativas idealizadas sobre meu ser, pois assim estaria deixando meu verdadeiro ser de lado. E todas as vezes que fazemos isso, para nos adequarmos a algo que pensamos ser o amor, cairemos naquele caminho para o qual a vida sempre nos leva: o amadurecer. E se você projetou amor ou se adequou ao amor idealizado de alguém, não se sinta mal. A vida é um aprendizado. De alguma forma estamos aqui para isso: aprender a viver. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a amar.

(Via Marcelo D'Amico)


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