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Anúncio do Plano Safra 2023/2024 gera expectativas no agro

O último levantamento da Safra de grãos divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a temporada atual (22/23) estimou que devem ser colhidas 312,5 milhões de toneladas de grãos. A estimativa considera a fase final das colheitas das culturas de primeira safra. O volume representa um acréscimo de mais de 40 milhões de toneladas na comparação com o ciclo 2021/2022, o que equivale a uma alta de 15%.

O crescimento na produção das lavouras reflete não só os esforços dos agricultores em produzir mais e com qualidade. Em certa medida, simboliza também o êxito do Plano Safra, o programa do governo federal que fornece recursos para o financiamento da atividade agrícola no País. Para a temporada 2022/2023, a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou em julho do ano passado, um valor recorde para o programa: 340,88 bilhões de reais, volume 36% superior ao Plano anterior.

Com o empenho em manter o aumento da produção e a necessidade de mais investimentos nas propriedades, a demanda por crédito agrícola também cresce. E é aí que reside a importância do Plano Safra, fundamental para subsidiar as atividades no campo. Agora, sob a gestão petista, o Plano Safra 2023/2024 deve ser divulgado em maio próximo, de acordo com o presidente Lula.

O anúncio gera expectativas no agronegócio. Uma das culturas que mais necessita de investimento é a do feijão. A área plantada da leguminosa tem caído ao longo dos últimos anos. O presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE), Marcelo Lüders, acredita que é necessário maior apoio do governo para reverter o quadro atual.

“Pelo que nós temos observado é que se não houver um fato novo __  e o fato novo seria alguma atuação mais estruturada por parte do governo estimulando pequenos produtores __ a gente vai continuar tendo diminuição (área plantada)”, avalia.

A administradora e produtora rural em Ipameri-GO, Sônia Bonato, que anualmente produz cerca de 1.200 toneladas de milho, soja e sorgo, relata o receio de que o programa federal para financiamento da atividade agrícola não venha estruturado e volumoso, não atendendo à demanda do campo. “O medo é que não tenha crédito para todos, que não atenda a todos e aí o produtor vai ter que se virar”, ressalta.

Com custos elevados e os preços dos grãos em queda, o segmento tem a esperança de que o novo ciclo agrícola traga mais estabilidade, melhores margens de lucratividade e que o Plano Safra, de fato, facilite o acesso ao crédito.

Perspectivas para a safra 2023-2024

O Brasil 61 conversou com especialistas de cinco das principais culturas agrícolas do País: soja, milho, arroz, feijão e trigo, para traçar um breve panorama da próxima temporada. A análise começa pela soja. O Brasil é o maior produtor mundial da oleaginosa. Por aqui, o grão é cultivado em 56% do território nacional e as exportações brasileiras correspondem por metade do comércio global do grão.

De acordo com o consultor sênior da Safras & Mercado, Paulo Molinari, os custos de produção devem cair no segundo semestre, período em que o grão será plantado. A queda deve ser puxada pelos fertilizantes e químicos. Em contrapartida, os preços também devem manter a tendência de queda.

“Isso não quer dizer que o produtor vai ter mais rentabilidade no ano que vem. Quer dizer que ele vai ter que ajustar os custos de produção, a tecnologia que ele aplicar à nova realidade de preços para 2024”, avalia. Em relação à produção, o Brasil deve repetir o volume deste ano. O consultor estima algo em torno de 158 a 160 milhões de toneladas.

Milho

O cereal tem cultivo em todas as microrregiões brasileiras. É a segunda maior cultura de produção agrícola do País, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ficando atrás somente da soja. Para a temporada 23/24, os produtores deverão continuar observando a queda nos custos de produção iniciada neste ano.

Em 2023, Molinari crê em uma produção próxima de 130 milhões de toneladas, mas para o ano que vem o recuo nos preços do cereal pode impactar a área plantada e levar a uma ligeira queda, entre 125 e 128 milhões de toneladas.

Os preferidos dos brasileiros: arroz e feijão

A rizicultura ou orizicultura é o cultivo agrícola do arroz. A produção nacional é puxada pelo Rio Grande do Sul. O estado vem enfrentando uma forte estiagem, o que atrapalha a atividade agrícola gaúcha e que impacta, inclusive, no cultivo do arroz. Além da seca no Sul, o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Wander, menciona que para muitos produtores, a atividade tem deixado de ser atrativa.

“A diminuição da produção de arroz está ligada à redução de área plantada, em função de que plantar arroz tem sido menos lucrativo para o produtor rural do que plantar outras culturas. Os custos de produção, especialmente os fertilizantes, subiram muito em 2022, impulsionados em parte pelo conflito entre Russa e Ucrânia”, pontua.

Na safra 2022/2023, a produção de arroz em casca totalizou 9,94 milhões de toneladas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o volume está no limite do consumo, ou seja, o setor produtivo não consegue suprir a demanda pelo produto. Com isso, os estoques de passagem ficaram menores, o que elevou os preços do arroz, cenário que se deve manter ao longo deste ano, de acordo com Wander.

Assim como seu parceiro de prato, o feijão tem perdido espaço nas lavouras. O tipo “carioquinha” mais cultivado e consumido no Brasil, em 2017, tinha uma área de plantio de 1,446 milhão de hectares, mas nesta temporada contabilizou 1,144 milhão no total das três safras plantadas. Neste cenário, a manutenção da queda acentuada no cultivo da leguminosa, o presidente do IBRAFE, Marcelo Lüders, considera que o médio produtor precisa ser estimulado. “Apenas 22% do feijão produzido no Brasil hoje vem do pequeno produtor. Então, nós temos que buscar no caso dos produtores médios algum tipo de segurança”, afirma.

Trigo

O cereal mais consumido pela humanidade é o trigo. Aqui no Brasil, a produção cresce de forma intensificada. De acordo com a CONAB, a produção brasileira saltou 76% nos últimos 5 anos. Ee o bom desenvolvimento da cultura resultou, em 2022, na maior safra de trigo já colhida: 9,5 milhões de toneladas de grãos.

Para a temporada 23/24, a perspectiva permanece positiva. A consultoria StoneX estima que o plantio deve aumentar 6,1%. Mesmo com o recuo nos preços do ciclo atual, os produtores permanecem otimistas para a próxima safra, de acordo com o gestor de risco da equipe de trigo da StoneX, Jonathan Pinheiro. “De maneira geral, as margens dos produtores seguem positivas. Eles seguem com incentivos para realmente continuar investindo na cultura”, explica.

Apesar de previsão para o aumento do plantio, as importações de trigo também devem crescer. Porém o gestor de risco da consultoria avalia como um movimento natural dos mercados internacionais que aos poucos voltarão à normalidade, após 2022 ter sido marcado por volatilidade nos preços.

Fonte: Brasil 61

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