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BNDES priorizará agenda verde e digital, diz Mercadante em sua posse

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está imbuído em retomar seu protagonismo na agenda ambiental, tecnológica e de promover uma reindustrialização do país de forma descarbonizada e com novos níveis de digitalização. As palavras vieram do novo presidente, Aloizio Mercadante, durante a cerimônia na sede do banco que marcou sua posse e que contou com a presença do presidente Lula e seu vice Geraldo Alckmin, além de outras personalidades políticas e de outras áreas.

“Nosso planeta não tem chance de prosperar se o sistema econômico e financeiro não mudar radicalmente para enfrentar a emergência climática e social. Estamos muito perto de uma catástrofe ambiental sem retorno e precisamos enterrar de vez o obtuso negacionismo climático que nos tornou grande vilão do planeta e apoiar a transição justa para economia de baixo carbono, bem como promover a inclusão produtivo e a reurbanização inteligente, visando construir as cidades do futuro, com empregos verdes e baixa emissão”, declarou o novo comandante.

O economista lembrou que o banco foi seminal ao desenvolvimento do país, citando na área energética a gestão dos investimentos que resultaram na Eletrobras e o apoio à transição energética por meio de projetos renováveis e até na produção de aerogeradores, o que torna o Brasil mais verde, tradição que será resgatada junto a pluralidade do pensamento, dos valores democráticos e do combate ao desmatamento.

“Não haverá futuro se não preservarmos a Amazônia e outros biomas e essa será uma prioridade do BNDES. Reconstruir as condições para enfrentar o desmatamento, viabilizar projetos estruturais e que gerem desenvolvimento sustentável, além de desenvolver a indústria limpa e a pesquisa científica, gerando oportunidades e emprego para cerca de 28 milhões de pessoas na região”, comentou.

Mercadante também trouxe o dado de que, somente em estrutura o hiato de investimentos atual da instituição é de R$ 226 bilhões, 2,6% do PIB de recursos que estão faltando para aportes em infraestrutura e que precisam ser alavancados e fortalecidos. Outro grande desafio é a reindustrialização de uma nova indústria digital e descarbonizada, baseada em circularidade e em ser intensiva em conhecimento.

“A participação na indústria dos embolsos do BNDES era 56% em 2006, caiu 16% em 2021 e temos que reverter isso junto a retaguarda da AGU e ajuda do TCU”, analisou, reforçando ser necessário uma visão de longo prazo e estratégica, pensando nas exportações não só de commodities agrícolas, mas também produtos industriais de alto valor agregado, o que poderá ser facilitado por um projeto de Exim Bank que está sendo desenvolvido no banco.

“Hoje cerca de 98% do mercado existente no mundo está fora no Brasil e precisamos disputar esse mercado, ganhar escala, competitividade, eficiência e se integrar nas cadeias mundiais de valor”, resumiu.

Sobre digitalização, o novo presidente falou que a entidade fará a sua transformação em um processo contínuo e permanente e que irá apoiar o desenvolvimento da área e de sistemas em micro, pequenas e médias empresas por meio de ações conjuntas, tendo anunciado R$ 65 bilhões por meio de crédito indireto e alavancagem via garantias de crédito privado. “Rebateremos para ajustar a taxa de longo prazo (TLP) e não queremos mais um retorno de subsídios como no passado mas uma taxa de juros mais competitivas”, complementa.

Em sua fala, o vice-presidente do país, Geraldo Alckmin, ressaltou a sólida formação acadêmica e experiência do novo gestor do BNDES, e que em 30 dias o presidente Lula recolocou o Brasil no mapa, sobretudo com os países vizinhos que são centrais para as nossas exportações industriais, que despencaram nos últimos anos por uma questão de custo de capital, visto o concorrente ter o Exim Bank e financiar o importador estrangeiro.

“Nós sentimos um ar mais leve, otimista. O Brasil voltou e é a bola da vez, com estabilidade, previsibilidade, credibilidade, diálogo e democracia sempre”, discursou, salientando a necessidade da reforma tributária para florescimento da indústria e eficiência econômica, além da área logística do banco como fundamental na formação de novas PPPs e concessões.

Ademais, Alckmin ressaltou a busca por uma economia verde e que as florestas do Brasil, Indonésia e Congo irão sustentar o planeta na questão das mudanças climáticas, com o BNDES sendo o grande fundo da Amazônia para operar esses recursos. “Com a volta da ciência, da pesquisa, da biotecnologia, e aí a produção do hidrogênio verde e a transição energética farão do Brasil o grande protagonista no mundo, numa oportunidade fantástica”, conclui.

Lula rebate difamações

Terceiro a discursar, o presidente da República iniciou apontando as mentiras e difamações que o banco sofreu durante o processo eleitoral e num momento em que “narrativas mentirosas valem mais do que a verdade muitas vezes”. A primeira é de que o banco nunca foi caixa preta, o que foi comprovado por uma auditoria internacional em 2020 e que custou R$ 48 milhões aos cofres da entidade, e que não encontrou nada de irregular, citando a excelência técnica que pautam as decisões da instituição.

Outra afirmação rechaçada é que o BNDES dava dinheiro a outros países, o que segundo ele nunca aconteceu, mas sim o financiamento de serviços de engenharia de empresas brasileiras na América Latina até 2017. De R$ 10,5 bilhões financiados mais de R$ 12,8 bilhões foram recebidos em operações que deram lucro e milhares de empregos no país.

“Os países que não pagaram é porque o presidente cortou relações e deixaram de pagar, como Cuba e Venezuela, mas que agora certamente irão pagar”, cravou Lula, salientando que o banco não privilegia empresas e que ao final do seu último governo havia cerca de 480 das 500 maiores empresas do país participando dos financiamentos.

Selic alta e investimentos

Outra tônica do presidente foram as críticas a taxa de juros a 13,75% e a falta de reclamação por parte do empresariado numa assunto que vem de tempos desafiando os últimos governos, além da extinção da TJLP e dos financiamentos de longo prazo, com o banco passando de ser investidor para financiar o governo. Ele cita que em 2013 eram R$ 190 bilhões para os aportes, número que caiu para 64 bilhões em 2021.

“Quando não investe a economia não cresce. Como vamos levantar obras e investimento em infraestrutura no país? São quase 14 mil obras paradas, 4 mil só na área da educação, além de estradas paradas há 15 anos”, indaga, rogando a urgente participação do BNDES como banco indutor do crescimento econômico do país.

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