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Aquecimento de 2°C terá grande incidência sobre o planeta

Limitar o Aquecimento global a 2°C não impedirá impactos climáticos destrutivos e fatais, como esperado, concluíram dezenas de especialistas em uma série de estudos científicos.

Um mundo que se aquece a 2°C – considerado o teto de temperatura para um planeta seguro para o clima – poderia ver o deslocamento em massa devido à elevação dos mares, a queda na renda per capita, a escassez regional de alimentos e água fresca e a perda de espécies animais e vegetais a uma velocidade acelerada.

Os países pobres e emergentes da Ásia, África e América Latina serão os mais afetados: “Detectamos mudanças significativas nos impactos climáticos em um mundo 2°C mais quente. Por isso, precisamos adotar medidas para evitar tal cenário”, explicou Dann Mitchell, da Universidade de Bristol, principal autor do texto que introduz esta edição especial da revista britânica “Philosophical Transactions of the Royal Society A”.

Com apenas 1°C de aquecimento até agora, a Terra viu um crescendo de secas, ondas de calor e tempestades aumentadas pela elevação dos mares.

Promessas nacionais voluntárias feitas sob o pacto de Paris para reduzir as emissões de CO2, se cumpridas, renderiam um aquecimento de 3 graus C na melhor das hipóteses.

O tratado também exige que – até o final do século – a humanidade pare de adicionar mais gases de efeito estufa à atmosfera do que os oceanos e as florestas podem absorver, um limiar conhecido como “emissões líquidas zero”.

Mais de dois anos após a assinatura do acordo climático de Paris, que visa a manter o Aumento do termômetro abaixo de 2°C, ou mesmo de 1,5°C, em comparação com a era pré-industrial, os cerca de 20 estudos comparam o impacto de ambos os cenários.

“Um dos desafios é a rapidez com que chegaremos a +2°C”, diz Mitchell, referindo-se ao tempo que o mundo terá, ou não, para se adaptar às múltiplas consequências do aquecimento global.

O grupo de especialistas do clima da ONU (Giec) deve apresentar em outubro um relatório sobre o cenário de um planeta 1,5°C mais quente. Em janeiro, o projeto de texto estimava que, em função dos compromissos dos Estados e das trajetórias das emissões de CO2, era “extremamente improvável” alcançar a meta.

Aumento dos oceanos

Mesmo que o aumento da temperatura se estabilize em +1,5, ou +2°C, o nível do mar continuará a subir “por pelo menos três séculos”, de 90 a 120 centímetros até 2300, de acordo com um dos estudos.

Isso resultará em inundações, erosão e salinização das águas subterrâneas.

Quanto mais otimista for a situação, mais as ilhas do Pacífico, do delta do Ganges, ou as cidades costeiras, terão tempo para construir defesas, ou mover populações.

Se nada for feito para limitar as emissões de CO2, a elevação média do nível do mar, causada pelo derretimento das geleiras e pela dilatação da água, chegará a 72 centímetros até 2100.

Mas essa perspectiva é adiada em 65 anos no cenário a +2°C, e 130 anos, para +1,5°C.

“Os impactos para o século 21 serão adiados, e não evitados”, observam os pesquisadores.

Então, “adaptação é essencial”, adverte Robert Nicholls, da Universidade de Southampton.

Acesso a alimentos

Um Aumento Das Temperaturas levará a uma maior insegurança alimentar em todo o mundo, com inundações e secas mais severas, alerta um dos estudos.

Com um aquecimento de 2ºC, Omã, Bangladesh, Mauritânia, Iêmen e Níger seriam os países mais vulneráveis à escassez.

Já Mali, Burkina Faso e Sudão veriam sua situação melhorar ligeiramente, uma vez que sofreriam com secas menos severas. Mas isso seria uma “exceção”, diz o professor Richard Betts, que liderou o estudo.

No caso de um aquecimento de 1,5°C, “76% dos países estudados registrariam um aumento em sua vulnerabilidade à insegurança alimentar”.

Crescimento das desigualdades

Se +1,5°C não deve mudar muita coisa no crescimento econômico global, “um aquecimento de 2°C sugere taxas de crescimento significativamente menores para muitos países, especialmente em torno do equador”, diz à AFP Felix Pretis, economista da Universidade de Oxford.

A diferença é ainda maior com o PIB per capita. Até o final do século, será 5% menor, se o aquecimento atingir 2°C em vez de 1,5°C, de acordo com este estudo.

Além disso, “os países que hoje são pobres devem ficar ainda mais pobres com as mudanças climáticas, e ainda mais no caso de +2°C do que +1,5°C, enquanto os países ricos provavelmente serão menos afetados”, aponta Felix Pretis.

Mares em ascensão

Sob um cenário de 2°C, os oceanos sobem cerca de 0,5m ao longo do século 21, mas bem acima de 1m em 2300. Isso levaria o oceano centenas, senão milhares, de anos para “responder plenamente” – más notícias para 500 milhões de pessoas que vivem em deltas de baixa altitude “altamente vulneráveis”, principalmente na Ásia, juntamente com cerca de 400 milhões de pessoas nas cidades costeiras, muitas das quais já estão afundando.

Biodiversidade

Se um aumento das temperaturas perturbará parte da fauna e da flora, “conter o aquecimento a 1,5°C em vez de 2°C (…) aumentará de 5,5% para 14% as áreas do globo que poderiam servir como um refúgio climático para plantas e animais”, de acordo com outro estudo.

Sua superfície seria equivalente à da “rede atual de áreas protegidas”.

Além disso, limitar o aquecimento poderia reduzir em até 50% o número de espécies em risco de ver reduzido pela metade seu hábitat natural.



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