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Ostreicultura cresce no Pará

O cultivo de Ostras vem se tornando rentável mundialmente, especialmente porque seus custos de produção são baixos e os materiais usados são simples e de fácil obtenção e instalação. O cultivo dá ao produtor um bom índice de rentabilidade e proporciona uma alternativa sustentável para a pesca, servindo ainda de suporte para manter e conservar os estoques naturais de pescados.

Esta atividade, tem se tornado uma alternativa que promove a fixação do homem em seu local de origem, preservando sua cultura e incentivando o respeito ao meio ambiente, além de auxiliar os futuros maricultores (criadores de ostras) nas atividades diárias de seus cultivos.

De maneira geral, trata-se de uma atividade que se sustenta em aspectos econômicos, ambientais, sociais e culturais.

Atualmente, a ostreicultura paraense vem se tornando uma alternativa de geração de renda para 80 famílias, onde a produção vem aumentando nos últimos anos, passando de 8.250 toneladas em 2013 para 38.240 toneladas em 2015. Apesar do significativo tempo em que a atividade é exercida nessas comunidades litorâneas, a produção de ostras do Estado do Pará foi contabilizada nas estatísticas oficiais apenas em 2013, quando totalizou 8.250 kg nos municípios de Curuçá e São Caetano de Odivelas, movimentou cerca de R$ 50.000,00. Em 2015 com uma produção de 38.240 toneladas nos municípios de Augusto Corrêa; Salinópolis; Curuçá e São Caetano de Odivelas movimentaram cerca de R$ 217.000,00 (IBGE, 2013; 2015).

No Pará, que conta com sete associações criadoras de ostras, Vila de Nova Olinda, no município de Augusto Corrêa, tem se destacado neste mercado, sendo responsável por aproximadamente cinquenta por cento da produção do estado.

Em virtude destas dificuldades, principalmente por falta de financiamento, os produtores comercializam o produto no mercado local (estadual). Os motivos são muitos. Falta de financiamento bancário, problemas para escoamento da produção, e a distância dos grandes centros consumidores.

Mesmo com todo este problema para comercializar a produção, Nova Olinda consegue abastecer boa parte do mercado em Belém e, principalmente, em municípios da região nordeste do estado, como Salinas, Bragança, outras cidades próximas.

No vilarejo, que conta com uma população de aproximadamente seis mil habitantes, a Associação de produtores de ostras, com dezesseis anos de atividade, conta com quatorze famílias, totalizando entre quarenta a quarenta e cinco pessoas, que, juntas, cultivam sua produção no leito do rio Emboraí Velho.

 

Entrevista.

Dioniso de Souza Sampaio, Dr.

Professor Adjunto II

Diretor da Faculdade de Ciências Naturais (FACIN) – Portaria no. 3925/2017

Instituto de Estudos Costeiros (IECOS)

Universidade Federal do Pará (UFPA)/Bragança.

Com o propósito de identificar as características do estado atual da ostreicultura no nordeste do Pará e relacioná-la ao meio ambiente, a produtividade do cultivo de ostras, além do impacto socioeconômico nas comunidades em que a pesquisa se baseia, o professor e pesquisador Dioniso de Souza Sampaio, professor adjunto do Campus Bragança da UFPA, está desenvolvendo a tese em Biologia Ambiental intitulada “Ostreicultura no Nordeste Paraense: Estado atual e perspectivas para sustentabilidade”, sob orientação do professor doutor Colin Robert Beasley, professor do Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental do Campus Bragança.

A Tese foi concluída em julho de 2017.

Dioniso, que também é engenheiro de pesca, é um dos nove pesquisadores brasileiros que estão associados à The World Oyster Society (WOS) – Sociedade Mundial das Ostras –, uma rede internacional com a participação de 884 filiados de 44 países. Entidade que tem como objetivo unir as pessoas que produzem ou se envolvem com a temática da ostreicultura (leia mais aqui).

Dioniso concluiu sua tese em julho de 2017. “O trabalho foi financiado pelo CNPq e pelo extinto Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e teve autorização de pesquisa de número 28.304-2 do SISBIO/ICMBIO”, explica Dioniso Sampaio, doutorando em Biologia Ambiental. Atualmente, ele tem compartilhado suas experiências com pesquisadores também filiados na WOS nos seguintes países: Austrália, Coreia do Sul, Estados Unidos e Montenegro.

Objetivo – Segundo o professor, graças à integração dos dados que o projeto proporciona, será permitido propor ações que promovam a sustentabilidade na cadeia da ostreicultura. “Estudos genéticos para a correta identificação da espécie das ostras que estão sob cultivo e para determinar a variabilidade genética das populações cultivadas fornecerão informações importantes para o ostreicultor. A viabilidade prática do fornecimento de sementes da ostra nativa será verificada pela implantação de ostreicultura.”

Importância – De acordo com o professor, nos últimos 10 anos, foram desenvolvidos estudos em alguns cultivos. Entretanto o estudo que ele está produzindo aborda todos os cultivos no Estado do Pará. “O estudo foi realizado nas sete associações de ostreicultura situadas em cinco municípios do nordeste paraense:  Augusto Corrêa, Maracanã, Curuçá, Salinópolis e São Caetano de Odivelas”.

P. O que é Ostra.

R. Ostra é o nome comum usado para designar um número de grupos diferentes demoluscos que crescem em sua maioria, em águas marinhas ou salobras. As ostras verdadeiras pertencem à ordem Ostreoida, família Ostreidae. As ostras têm um corpo mole, protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores. As brânquias filtram o plâncton da água.

ostra tem uma forma curiosa de se defender. Quando um parasita invade seu corpo, ela libera uma substância chamada madrepérola, que se cristaliza sobre o invasor impedindo-o de se reproduzir. Depois de cerca de três anos esse material vira uma pérola. Sua forma depende do formato do invasor e sua cor varia de acordo com a saúde da ostra.

P. Quais os benefícios.

R. Informação Nutricional das Ostras: 

Os benefícios impressionantes das Ostras vêm de suas vastas reservas de minerais, vitaminas e compostos orgânicos. De fato, certas variedades minerais, principalmente de zinco. Além disso, as Ostras são ricas em proteína, vitamina D, vitamina B12, ferro, cobre manganês e selénio. As ostras também contêm níveis elevados de niacina, riboflavina, tiamina, vitamina, vitamina C, fósforo, potássio e sódio. Finalmente, as Ostras são uma enorme fonte do colesterol BOM, antioxidantes, ômega-3 os ácidos gordos e água. Estes elementos encontrados nas Ostras torná-los um alimento extremamente saudável que pode impulsionar a sério a função global do seu corpo e saúde.

P. Quando e onde começou a criação de ostras.

R. Brasil – Década de 70 em São Paulo e década de 80 em Santa Catarina.

P. No Pará – Onde começou primeiro?

R. Na comunidade de Nova Olinda, Augusto Corrêa em 2006 em escala comercial. As pesquisas tiveram início em 2001 em Nova Olinda/Augusto Corrêa e Fazendinha/Magalhães Barata.

P. Como é a Produção de Nova Olinda?

R. O milheiro das sementes de ostras até 30 mm é comprado com o grupo de Produtores da Aquavila na comunidade de Lauro Sodré/Curuçá. A cada mês é feito o acompanhamento das sementes (comprimento) e análise da mortalidade. As ostras chegam no tamanho de escala comercial de 04 a 06 meses (tamanho baby).

 

Tamanhos:

Semente até 29mm

Juvenil de 30 a 59 mm

Baby de 60 a 79 mm

Média de 80 a 99 mm

Master acima de 100 mm

P. Mercado –  Internacional, Nacional e Estadual.

R. As ostras do Pará são comercializadas somente no Estado.

P. Pérola. (Mito ou Verdade).

R. Mito para o Brasil, pois as espécies brasileiras são utilizadas para fins de alimentação.

P. Fale um pouco do aproveitamento da concha da ostra (lixo).

R. Lixo não aproveitamos, osresíduo sim, podemos aproveitar. As conchas no Estado do Pará não são aproveitadas até o momento. Existem pesquisas em andamento para o aproveitamento das conchas na construção civil.

P. Comensalismo e parasitismo.

R. Existem os dois com as ostras.

P. No Comensalismo é a relação da ostra com o Baiacú.

R. Parasitismo.

P. Ostras e Poliquetas.

R. Ostras e Molusco Gastrópoda.

Fotos: Cezar Magalhães e Flávio Contente (Aéreas)

Reportagem e Textos: Cezar Magalhães.

Produção: Flávio Contente.

Colaboração: Dioniso de Souza Sampaio, Dr.

Professor Adjunto II

Diretor da Faculdade de Ciências Naturais (FACIN) – Portaria no. 3925/2017

Instituto de Estudos Costeiros (IECOS)

Universidade Federal do Pará (UFPA)/Bragança.



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