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Redução da pobreza no Brasil depende de aumento na produtividade, diz pesquisador


O economista Ricardo Paes de Barros – Anna Carolina Negri/Valor Econômico/21-10-2015

BRASÍLIA — A redução dos níveis de Pobreza no país nos próximos anos dependerá da capacidade brasileira de aumentar a produtividade e retomar a economia. Essa é a opinião do pesquisador Ricardo Paes de Barros debatida em palestra organizada pelo Banco Mundial pela redução da pobreza no Brasil. Segundo ele, se o país conseguir manter o ritmo de redução de desigualdades da última década, poderá levar a pobreza a um dígito nos próximos 15 anos.

Barros pondera, no entanto, que as armas utilizadas pelo Brasil para reduzir a um dígito o patamar de pessoas em situação de extrema pobreza se esgotaram e agora o país terá que utilizar novos recursos para continuar nesse caminho.

— Temos que achar meios de alcançar o mesmo resultado fazendo coisas diferentes. A cara da pobreza no Brasil mudou — aponta o pesquisador.

Ele aponta ainda que as políticas para a população mais pobre terão que considerar uma transição demográfica pela qual a população passa e que fará com que mais idosos estejam nessa condição. O inverso do problema que o país enfrentou a apenas algumas décadas, quando o foco era o combate à mortalidade infantil. A conta fica mais cara. Barros ressalta que, no Brasil, um idoso custa seis vezes mais para o governo do que uma criança. No Japão, essa proporção é de duas vezes.

O pesquisador explica que parte dessa mudança na condução das políticas sociais está em aumentar a produtividade para garantir, ao mesmo tempo, que a economia possa girar e que haja condições para um incremento de renda ao trabalhador. Barros explica que, enquanto o foco era no combate à extrema pobreza, o país teve que se preocupar em incluir essa parcela da população no mercado de trabalho. Agora, tem a obrigação de manter essa engrenagem funcionando e dar condições para que o trabalhador consiga progredir na carreira.

— Reduzir a pobreza está nas mãos da política econômica. Nos últimos anos, com o crescimento no grau de formalização e do salário mínimo, o mercado de trabalho abrigou o setor mais pobre. A questão é que, sem a produtividade bancando isso, não será possível fazê-lo de novo — diz.

Os dados apresentados pelo especialista mostram que, de 2001 a 2015, o salário cresceu o dobro da produtividade. Para ele, isso gerou um desequilíbrio que está próximo do limite. Uma parte da solução é combater a alta rotatividade nas empresas e encontrar meios de transformar anos a mais de escolaridade em crescimento de produtividade, uma conta que, segundo Barros, outros países fazem e o Brasil não tem conseguido. No Chile, por exemplo, um ano a mais de escolaridade rende, em média, US$ 3 mil por trabalhador por ano em produtividade.

— Se não fizermos um esforço para conectar nossa educação com a economia, nós vamos na contramão e não vamos conseguir fazer o que o resto do mundo faz.

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