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Juro menor traz alívio no caixa das empresas e facilita captações


. – Bloomberg

RIO – A redução dos juros está aliviando o caixa das Empresas brasileiras e facilitando a captação de recursos junto a investidores, mas o elevado nível de endividamento e a lentidão econômica que persiste dificultam a volta do investimento — o principal ponto negativo do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, como mostrou o IBGE na sexta-feira. Números da Anbima (associação que reúne instituições financeiras) mostram que as empresas estão acessando o mercado sobretudo para rolar dívidas ou fazer frente à geração de caixa ainda fraca. Este ano, apenas 11,8% dos recursos captados via debêntures serão destinados a investimento, contra 26,5% em 2013. Uma fatia de 34,6% será destinada ao capital de giro, contra média de 15% dos últimos seis anos.

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O número condiz com a queda do volume de investimentos que as empresas têm feito: caiu de US$ 77 bilhões para US$ 34,7 bilhões entre 2013 e 2016, segundo a agência de classificação de risco Moody’s. No PIB, o investimento encolheu 29,7% durante a crise, diz o banco de investimentos Goldman Sachs, recuando ao mesmo patamar de 2009. A taxa de investimento da economia foi de 15,5% do PIB, a menor da série histórica do IBGE

— A queda dos juros não é a alavanca mais importante para o investimento. Porque não é só o custo que está alto, mas também o estoque de dívida. As empresas precisam gerar caixa para investir, mas isso não pode mais ser obtido via redução de custo, porque todo mundo já reduziu ao máximo. Tudo agora depende da retomada do PIB — argumenta Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal (A&M).

ECONOMIA DE R$ 2 BI, DIZ ESTUDO

Com a timidez que permanece entre os bancos, as empresas têm voltado a tomar dinheiro no mercado de capitais. O volume de ofertas de ações de janeiro a julho deste ano somou R$ 23,4 bilhões, contra R$ 6,2 bilhões no ano passado.

Entre os bonds (títulos vendidos no mercado externo), a captação soma US$ 16,3 bilhões de janeiro a julho, contra US$ 20,2 bilhões em todo o ano passado.

Mas as principais captações de recursos via debêntures não visaram ao aumento da capacidade produtiva. As Lojas Americanas levantaram R$ 1,5 bilhão em abril para alongar o perfil de sua dívida, assim como a CVC com os R$ 200 milhões que captou em fevereiro. Já a Localiza Rent a Car levantou R$ 700 milhões em abril para recompor seu caixa e gerir a frota.

— As empresas se beneficiaram da liquidez no mercado e conseguiram até melhorar seu perfil de dívida. Por outro lado, empresas mais focadas nos setores domésticos, siderurgia, construção civil, que já tinham uma qualidade mais baixa, sentiram o mercado local mais conservador e vêm tendo dificuldade em reperfilar as suas dúvidas — explica Marianna Waltz, diretora-gerente do setor corporativo para a América Latina da Moody’s.

Segundo cálculo da A&M feito a pedido do GLOBO, este ano as empresas devem economizar cerca de R$ 2 bilhões com o pagamento de juros se a Selic cair a 7,5%. Caso essa taxa seja mantida para o ano que vem, com o estoque de dívida atual, a economia somará algo entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões em 2018.

— Consideramos um universo de R$ 650 bilhões de dívida corporativa que foi, em algum momento, alongada ou passou por recuperação judicial. Esses contratos estavam todos em andamento quando a Selic estava muito alta. Por isso, o impacto maior se dará a partir do ano que vem. Além disso, essas dívidas foram alongadas, logo a economia com juros se dilui ao longo de mais anos. Mas é uma economia muito relevante — diz Gomes.

Nas captações, pelo menos, o benefício tem sido mais imediato. De acordo com Ricardo Carvalho, da Fitch, no auge da crise, as empresas brasileiras precisavam pagar até seis pontos percentuais acima da Selic para captar recursos no mercado, o que resultava em juros da ordem de 20% ao ano.

— Hoje, tem empresa acessando o mercado de debêntures com spreads entre 2% e 3% acima da Selic. Em 2018, as companhias vão conseguir a captar com custo entre 10% e 12% — explica Carvalho.

No mercado de bonds, as empresas brasileiras captaram no primeiro semestre deste ano a uma taxa média de 6,3% ao ano, contra 7,2% no mesmo período de 2016. Mais de 60% da dívida corporativa brasileira estão atrelados ao CDI, que segue de perto a Selic. Com isso, está ficando mais fácil para as empresas reduzirem seu estoque de débitos, e o resultado é uma melhor alavancagem — o número de anos em que a companhia conseguiria liquidar toda a dívida com sua geração de caixa. Do fim de 2016 até agora, esse indicador caiu de 4,5 anos para 3,4 anos, segundo a Moody’s.

— O impacto imediato é na despesa de juros para as empresas que têm parcela grande da dívida indexada à Selic ou ao CDI. A médio prazo, a gente imagina que um horizonte de juros e inflação mais baixos tragam suporte para o consumo. É um círculo virtuoso — afirma Marianna.

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