RIO – Excluindo o efeito positivo da agropecuária, a economia brasileira encolheria 0,3% em 2017, segundo projeção do Ibre/FGV. De acordo com estimativa apresentada nesta segunda-feira pela instituição, durante seminário no Rio, o setor – que responde por pouco mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB ), crescerá 9,4% Neste Ano. Já o setor de serviços, o motor da atividade, com peso de 70% sobre o PIB, registrará queda de 0,4%, Nas Contas da economista Silvia Matos. O setor industrial andará de lado, com alta de apenas 0,1%. Considerando todos os setores, a projeção da FGV é de que o PIB cresça 0,2% neste ano, ante previsão anterior de 0,4%.
Há duas semanas, a economista avaliou, em entrevista ao GLOBO, que a alta de 1% do PIB no primeiro trimestre (na comparação com o quarto trimestre do ano passado) foi um “falso positivo”. Ela destacou, no seminário desta segunda, uma trajetória incerta para o crescimento econômico. Depois do bom número dos primeiros três meses, a economia registrará, nas contas da analista, retração de 0,4% no segundo trimestre, seguida de alta discreta de 0,1% no terceiro, e estabilidade no quarto.
— A gente vê sinais mistos. Mas a gente observa a cada momento uma frustração. A gente teve uma recessão muito severa. Mas desde março a gente tem observado frustração principalmente na nossa indústria de transformação — avaliou a especialista.
Para o ano que vem, a expectativa do Ibre é de alta de 1,8%. O mercado de trabalho, no entanto, ainda deve demorar a dar sinais de recuperação. A taxa de desemprego para 2018 é de 13,4%, a mesma prevista para o fim deste ano.
— Essa taxa de desemprego foi a patamares muito elevados e é difícil esperar uma recuperação muito forte do emprego. Hoje, as famílias vão ficar mais cautelosas para iniciar novas dívidas — afirmou a economista.
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