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Gestores públicos conhecem modelos internacionais de gestão de fortificações

Institucional

Seminário em Recife resultará em um documento voltado à administração de fortes e fortalezas no Brasil e a valorização turística destes espaços

Por André Martins


María Ángeles, gestora da Fortaleza Dalt Vila. Crédito: André Martins

A apresentação de exemplos de administração e das potencialidades turísticas de fortes e fortalezas de países europeus e latino-americanos marcou os debates nesta quarta-feira (05), durante o Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial, que acontece em Recife (PE). O evento tem como objetivo a troca de experiências para a definição de um modelo de gestão e a valorização de 19 monumentos distribuídos por 10 estados brasileiros.

MarÍa Ángeles Parrilla, gestora da Fortaleza Dalt Vila – que significa “cidade alta” -em catalão –  em Ibiza (Espanha), detalhou o formato de trabalhos desenvolvidos no local. Erguido no século XVI na parte mais alta da cidade contra os ataques de piratas, o espaço hoje é de responsabilidade do poder público e conta com investimentos privados.

Ela frisou que a fortaleza, considerada Patrimônio Mundial da Humanidade desde 1942 e que abriga diversas áreas turísticas e de eventos, representa uma das maiores fontes de riqueza da cidade. “Tudo em Ibiza tem a ver com turismo, com o universo cultural e de gastronomia, típicos da fortaleza. A maior geração de recursos vem desse turismo, que ajuda decisivamente a manter o município”, ressaltou. Dalt Vila proporciona umas das mais belas vistas da região do porto e de algumas praias de Ibiza. 

Já Teresa Oliveira, gestora do Castelo de São Jorge, em Lisboa, Portugal, citou benefícios do aproveitamento do sítio arqueológico da fortificação e da criação de um museu permanente. Segundo ela, o monumento, que possui gestão pública e patrocínio privado, registrou um aumento de visitantes de 992 mil para 1,7 milhão por ano entre 2006 e 2016. “O Castelo é o monumento nacional mais visitado. São turistas que buscam conhecer o patrimônio local, a história de Lisboa e se encantar pela sua cultura, além de descobrir visitas inéditas da cidade”, observou.

O Castelo de São Jorge, construído inicialmente no século XVI na mais alta colina do Centro Histórico da capital portuguesa e restaurado na década de 1940, tinha como objetivo no passado evitar invasões romanas, além de guardar os tesouros da Família Real.

Miguel Camacho, gestor do Castelo de San Felipe de Barajas, em Cartagena de Indias (Colômbia), por sua vez, destacou avanços obtidos a partir da administração do espaço pelo Ministério da Cultura nacional. Propriedade do Governo da Colômbia, o castelo alcançou, em 2016, a marca de 511,8 mil visitantes por ano. Em 2013, o número era de 408,7 mil. “O Castelo é um ícone do turismo local. O governo não aloca orçamento no Castelo, todos os recursos provêm do aproveitamento do espaço, sendo 52% da arrecadação com ingressos, 37% do uso por agências de turismo e 11% do arrendamento para eventos”, relatou.

O Castelo de San Felipe, construído entre 1536 e 1657, é considerado a maior construção militar feita por espanhóis nas Américas. Com localização estratégica, que permitia observar possíveis inimigos vindos por terra ou mar, o espaço teve importante papel de proteção em várias guerras.

Já Nelson Acosta, gestor da Fortaleza de San Carlos de la Cabaña, em Havana, Cuba, apontou a sustentabilidade como palavra de ordem para a exploração do monumento, Patrimônio Mundial desde 1997. Além de receber visitantes, o forte abriga eventos temporários, como feiras literárias, o que garante a renda necessária à administração. “O turismo é uma grande fonte de renda para a fortaleza e multiplicador da reabilitação do espaço urbano. O turismo também gera um modelo sustentável em termos patrimoniais, e essa renda ajuda a manter essa obra”, sublinhou Acosta.

A Fortaleza de San Carlos, inaugurada em 1774, integra um conjunto de fortificações da época da colonização espanhola na parte antiga da capital cubana, que serviam para defender a entrada da Baía de Havana.

EVENTO – O seminário em Recife, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com os ministérios do Turismo, da Cultura e da Defesa, reúne gestores públicos nacionais e estrangeiros no Forte Das Cinco Pontas da capital pernambucana. O foco das discussões é a candidatura de um Conjunto de Fortes e Fortalezas do Brasil a Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Este conjunto faz parte da Lista Indicativa Brasileira do Patrimônio Mundial da UNESCO. O documento engloba bens culturais e sítios naturais que refletem a diversidade do território nacional e que contribuem para a compreensão do processo civilizatório da humanidade.

AGENDA – O encontro será palco nesta quinta-feira (06) da exposição de modelos de gestão de fortificações no Brasil. A programação envolve apresentações sobre a Fortaleza de Tapirandú, em Morro de São Paulo (BA); do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), e do próprio Forte das Cinco Pontas (PE).

Últimas Notícias – Ministério do Turismo



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