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“Não tenho o direito de ficar louca”: como segurei as pontas em momentos difíceis

O que fazer para manter a calma nos momentos difíceis? Como controlar a ansiedade que vem das incertezas? Minha experiência mostra que a resposta está no propósito  

“Muita calma nessa hora”: a frase pode ter virado um tremendo chavão, mas é perfeita para o assunto de que vou tratar aqui. Quero abordar aqueles momentos difíceis, tensos mesmo, não só da gestão, mas da vida de um empreendedor. Quando o mundo parece conspirar contra a gente e tudo só dá errado. Sabe? Quando até a luz no fim do túnel parece ter se apagado.

Pois é. Todos estamos sujeitos a essas intempéries, sem exceção. Fazem parte da vida. O que muda é a postura com a qual lidamos com elas, e o aprendizado que tiramos das experiências. No meu caso, passei por poucas e muito boas, das quais saí fortalecida e tirei lições excepcionais sobre controle de ansiedade. E quero compartilhá-las com você.

Crise por todos os lados

Acontece que, há cerca de dois anos, minha Empresa entrou numa uma séria crise financeira, após um espantoso período de crescimento. Os motivos estão relacionados a decisões estratégicas. Naquele Momento, elas acabaram desconcertando a operação.

E não foi só isso: também enfrentávamos problemas societários. Na época, meu sócio era meu marido, e a situação da organização só piorou as coisas. É aquela história, nesses casos, ou avançamos juntos, ou largamos para sempre. E como nós dois passávamos por problemas antes mesmo da crise se abater sobre a empresa, a separação foi inevitável.

O que me manteve nos trilhos ao longo desse processo — o que fez e faz a diferença – foi o propósito. Foi o fato de eu conseguir manter à vista, bem claros, meus propósitos pessoais e profissionais. Porque se você não tem alinhamento com as suas expectativas pessoais, você não consegue levá-las a um negócio.

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Descobrir o que faz sentido

Para mim, o que mais faz sentido, mesmo nos momentos difíceis, é o amor pelo que faço. Eu sempre tive consciência de que a minha empresa podia influenciar e transformar as pessoas; de que podia exercer um papel importante no crescimento delas, por meio de uma entrega real, verdadeira, de coração. Porque tenho para mim que a felicidade é maior quando compartilhada, quando é para o outro. Ou seja, naquele momento, constatei que não dava pra parar.

Eu simplesmente não podia ficar louca. Então, finquei os pés no chão e disse a mim mesma:

“É isso aqui que eu amo fazer, porque o meu propósito, com o negócio, é tornar as pessoas mais felizes por meio das roupas que criamos, que entregamos. É transformar a vida delas. Porque, quando o uniforme é pensado e produzido com carinho, a pessoa que o veste sente isso. Sente-se mais bonita, eleva a auto-estima”.

Era isso que fazia sentido, para mim. Até para que eu refletisse sobre a minha própria empresa, que cada vez mais vem se tornando uma provedora de soluções. Aliás, este é outro aprendizado que trago daqueles momentos bem turbulentos: ao me aferrar a esse propósito, percebi que devia me aprofundar nele. É por isso que, hoje, digo que entregamos bem estar às pessoas.

Naquele momento, escutei de tudo o que você possa imaginar

E até entendo a preocupação das pessoas. Queriam o meu bem, recomendando que eu fosse fazer outra coisa, mudar de atividade, trabalhar em outra empresa. Afinal, a crise era importante, e minha sociedade e meu casamento estavam naufragando; mas eu sabia que aquela era a minha história e que precisava a continuar escrevendo. Do mesmo jeito que eu começara do zero, poderia juntar os cacos e seguir em frente.

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Poderia, não; deveria. Porque, já naquela época, tive a consciência de que aqueles desafios me dariam musculatura e visão para me tornar uma gestora mais preparada. Eu estava aprendendo muito sobre questões tributárias, contábeis, de caixa, e por aí vai. Foi um conhecimento precioso.

A importância de admitir que errei

Outra lição que retive nesse processo foi a importância de aceitar o erro. A consciência de que somos falíveis pode ser dolorosa, eu sei, mas traz muito alívio. No meu caso, foi fundamental aceitar e entender os meus erros — pois foi depois disso que me vi capaz de consertá-los.

E a questão do foco também foi crucial. Por exemplo: antes da crise da empresa, eu não cuidava muito da parte administrativa, mas, quando fui pegar o touro pelos chifres, vi o tamanho do enrosco. Era um pepino atrás do outro. A fila de demandas simplesmente não terminava. Então, naquele momento, entendi que tinha que definir quais eram os assuntos que não podiam esperar — ou perderia a mão de vez.

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Elegi as prioridades, os assuntos mais emergenciais — e lidei com eles com a cabeça renovada, voltada àquela realidade, sem ranço ou rancor. Isso me levou, também, a acelerar minhas decisões, pois, naquele período de crise, podia ser que o amanhã não viesse, e eu não podia me dar ao luxo de refletir longamente — tinha que dar a palavra final o quanto antes, sobre os assuntos mais espinhosos.

O mais curioso é que, com todo esse processo, a ansiedade vai ficando de lado. Vai se tornando coadjuvante. Pudera, já que estamos às voltas com nossos propósitos, com os pequenos incêndios que temos que apagar a todo momento e com a tarefa de reerguer a empresa. Se é aquilo mesmo que você quer fazer, pode acreditar: mal vai sobrar tempo para roer as unhas. E, hoje, tenho plena consciência de que esses últimos anos proporcionaram uma baita experiência de vida.

Claro, foi terrível e doloroso. Mas, com alguma frequência, eu me afastava daquela conjuntura e pensava, comigo mesma: “caramba, estou aprendendo demais… é uma bela oportunidade, mesmo!”. Então, para concluir — se você está passando por um momento difícil, que traz ansiedade e dúvidas sobre o futuro, lembre-se: foque no seu propósito, aceite seus erros e limitações, e procure aprender com as adversidades. Ou, se você me permite uma atualização daquela frase clichê lá de cima: “muita calma (e muita atenção nos aprendizados) nessa hora!”

Endeavor



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