Os advogados de Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de explorar o jogo ilegal, pretendem entrar com habeas corpus ou, então, conseguir a sua transferência do presídio federal de Natal, de segurança máxima, para um outro, em Brasília. Acho que a Justiça, ao menos por agora, não deve atender tais pedidos e mantê-lo ainda distante da muvuca do Planalto Central. Cachoeira, tem revelado as escutas feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, é um polvo. Seus tentáculos, ao que parece, alcançam diferentes instâncias do governo. E um individiuo com tamanha mobilidade não pode ficar na rua, "soltinho da silva", fazendo mais do mesmo. É lógico que com os seus "relacionamentos" ele pode sim atrapalhar as investigações que ainda estão sendo conduzidas. Após, quando estas estiverem terminadas, Cachoeira pode e muito provalmente deve ganhar liberdade para esperar em casa o chamamento da Justiça. Uma coisa é Carlinhos Cachoeira, o comprador; outra coisa igulmente gravíssima são deputados, senadores e funcionários públicos que se venderam a ele. Todos são farinhas do mesmo saco e, por esta razão, o tratamento deve ser semelhante. Infelizmente, obra do governo FHC. foi criado o tal do "forum privilegiado", que dá fôlego e praticamente garante a impunidade de Suas Excelências com mandato parlamentar. Tal privilégio jamais deveria ter sido inventado. Pelas gravidades dos crimes cometidos pelos nobres deputados e senadores, todos deveriam ir direto para os tribunais. Espero que o Congresso tenha ao menos a decência de levá-los a Comissão de Ética. Pela grevidade de seus atos, todos devem ter os seus direitos políticos cassados. É a resposta que a sociedade espera depois de tudo o que foi descortinado com a investigação competente da Polícia Federal.
