Dando uma pausa na política, mais a frente espero poder falar de futebol, mas agora voltarei para música.
Introdução: Conheci Anderson Fonseca nas curvas dessas estradas da vida. Tínhamos um interesse em comum: uma banda dos anos 80 chamada Engenheiros do Hawaii... Com um gosto musical refinado e bastante talento agregador e produtor sempre trazia produções independente de qualidade, demostrando grandes habilidades. Sempre dizia que ele tinha futuro, assim como se diz que o Brasil é o país do futuro... Eis que ontem no Blog do Humberto Gessinger:
Antes de continuar o post, só vou colocar a conclusão:
Parabéns a todos os envolvidos, em especial aos produtores. Estou emocionado. Nos finais dos anos 80 quando ainda havia aquela discussão sobre Engenheiros X Legião, eu dizia que os fãs do Engenheiros são de grande qualidade… Assim como o vinho a qualidade aumenta com o passar do tempo… Eu disse que estou emocionado e não sei nomear a emoção… Não posso dizer orgulhoso. Mas é algo próximo disso… Orgulhoso de ver que a família EngHaw cresceu e está por aí fazendo o mundo ficar melhor… O orgulho vem de poder dizer que faço parte da família EngHaw desde sempre…
No BloGessinger na virada do dia entre 10/11/2014 e 11/11/2014:
Espelho Retrovisor Tributo aos Engenheiros do Hawaii
Entrevista: Humberto Gessinger
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Cara, na minha vida a palavra escrita é anterior à palavra cantada, escrevo há mais tempo do que canto. Então a decisão, na verdade, não foi de começar a escrever, mas de lançar meus livros. No principio fui muito reticente, achando que não poderia me expressar mais do que me expressava com a música, e por incrível que pareça o livro que quebrou esse gelo, essa reticência de publicar, foi o menos autoral dele, que foi um livro que fala sobre o Grêmio, para literatura infantil, que fazia parte de uma coleção com vários times (“Meu Pequeno Gremista”, de 2008). Ali saquei que havia uma galera interessada no que eu escrevia. Depois lancei a biografia (“Pra Ser Sincero – 123 Variações Sobre Um Mesmo Tema”, de 2009), e então ficou uma coisa constante como no início da carreira eram constantes os lançamentos de discos, uma coisa quase anual. E descobri que há sim um tipo de comunicação diferente da musical por meio da literatura. Os meus leitores me ensinaram isso. Muita gente começou a observar: “Pô, me sinto muito mais próximo a ti lendo teus livros”, gente que me ouvia há 20 anos, e acho que um pouco se dá pela maneira como eu escrevo e um pouco é característico do formato literatura mesmo. A literatura junta a solidão de quem escreveu com a solidão de quem lê. É um formato mais introspectivo do que a música e dá essa sensação de maior proximidade. É como se jogasse uma outra luz no mesmo objeto.
A princípio naturalmente o pessoal que começou a se interessar era mais que me conhecia como músico, né? Mas já sinto, senão um público diferente, uma maneira diferente de perceber. As pessoas já não compram os meus livros por conhecer a banda em que o autor toca. Agora, é bem provável que seja, por ambos serem muito autorais, não é ficção que eu escrevo, é bem provável que seja o mesmo tipo de pessoa que se atrai pela música.
Eu vou falar mais como um leitor de biografias, que eu sou muito, do que como um possível biografado, não sei se eu causaria interesse para tanto. Como leitor de biografia, acho que a gente tem direito de saber coisas sobre quem fez a nossa história sentimental. Por outro lado, eu gostaria muito de ser protegido de algumas biografias de muito pouca qualidade que eu mesmo compro. Apesar de me considerar um cara relativamente esclarecido, caio às vezes numas arapucas comerciais, biografias que não têm nada a acrescentar e são caça-níqueis mesmo, usam a figura de alguém conhecido pra ganhar dinheiro. Mas obviamente não se pode enquadrar aí todas as biografias, e acho difícil criar um selo distinguindo uma biografia boa de uma ruim. O que vai acontecer é que vão se liberar as biografias e nós, leitores, vamos aprender a lê-las. A gente não pode acreditar em tudo o que está escrito também. Isso é o que vai acontecer e é disso que eu sou a favor, é uma resposta que eu me sinto cada vez mais repetindo, não só em relação a essa questão, mas em várias coisas que têm acontecido no Brasil, como as manifestações de junho. A impressão que eu tenho é que a gente tá aprendendo a se comunicar e a expressar o país que quer, e isso ainda vai demorar tempo. Então sou a favor disso; que se libere, mas que o leitor fique atento. É claro que tem biografias que são caça-níqueis, mas tem biografias que são fundamentais até para tu entender melhor a obra das pessoas que tu admira.
Não, não. Eu não sei se eu teria paciência de colaborar muito, porque eu já escrevi a minha, mas não me oponho, não. Até acho o trabalho de pesquisa interessante. Acho também que essa é uma questão meio ultrapassada, porque tá tudo tão exposto no meio virtual…
É, mas eu acho que mesmo no meio virtual é tanta informação que vai ser relevante que, de tempos em tempos, alguém com o dom para escrever e para ordenar os fatos faça a história disso. Talvez aconteça isso. Porque, hoje em dia, o que importa não é revelar os fatos, os fatos estão quase todos na cara de todo mundo, é sim fazer a conexão entre eles, racionalizar os fatos. A informação está acessível, falta quem faça as conexões, aí é que a informação começa a ser valiosa mesmo. Quando ela é uma lista de dados, não significa nada, mas sim quando a gente começa a conectar ela, e nesse sentido sempre vai ser necessária, fundamental, a ação de historiadores e pessoas que pensem em música e tal. Mas eu tenho a tendência a gostar sempre mais das autobiografias, apesar de saber que são sempre visões superparciais. Acho que lendo autobiografias, lendo sobre o momento histórico e acompanhando as músicas do artista, mesmo que isso não revele diretamente as coisas, se aprende muito. Mesmo as coisas que uma pessoa esconde revelam muito sobre ela.
Acho que se compara sempre as posições dos artistas com um momento histórico muito diferente, onde as opções eram menores e mais explícitas, onde se lutava contra uma ditadura, com o mundo dividido numa guerra fria. O mundo é muito mais complexo hoje, e entre revelar levianamente sua opinião sobre assuntos profundos em 140 caracteres e ficar quieto, passar a impressão de que somos alienados, eu prefiro ficar quieto e passar a impressão de que sou um alienado do que discutir questões profundas com a superficialidade do Twitter, por exemplo. Os tempos são outros, as questões são muito mais complexas e, se nos anos 70 os artistas tomaram a frente pra falar coisas que outras pessoas não podiam falar, hoje em dia as pessoas que são mais gabaritadas pra falar sobre as coisas, os sociólogos e cientistas políticos, têm a chance de falar. Acho que se relativiza um pouco a opinião que um artista tem sobre a política hoje em dia.
Não, não. Cada vez tenho menos interesse nisso, em fazer a cabeça das pessoas. Claro, a política em si me interessa, desde sempre, mas cada vez tenho menos interesse em influenciar as pessoas. E não sei se é benéfico um moleque fazer sua cabeça por conta de um músico que ele admira, entendeu? Eu preferia que os caras que me ouvem se interessassem em ouvir opiniões mais abalizadas sobre política. Continuo tendo as minhas opiniões, claro, mas, não sei se é porque eu tô ficando velho – talvez seja por isso (risos) –, mas cada vez tenho mais cuidado e menos vontade de fazer a cabeça das pessoas.
A cultura brasileira sempre foi muito diversificada e acho que hoje ela está mais fragmentada, não vejo uma grande onda dominante. Desde que eu comecei sobrevivi a várias ondas, até o pop rock foi uma onda, depois a lambada, depois sertanejo, e eu não sei qual é a onda dominante agora. Acho isso bacana, gosto dessa fragmentação, dessa diversificação, mas acho que é como tudo na vida: tem os prós e contras. Tu não pode mais ser um ouvinte passivo, tem que buscar as coisas. Vejo muito a molecada que não viveu os anos 80 e reclama, sente saudade dos anos 80, e eu tento até desmistificar isso. A molecada diz: “Pô, as bandas hoje em dia não são legais”. Cara, deve ter muitas bandas legais por aí, mas que não estão conseguindo espaço que as bandas dos anos 80 tinham. Me parece meio improvável que a qualidade baixe de uma geração pra outra com tanta informação. É claro, artistas de exceção existem em todas as gerações, mas em geral acho que nós, como ouvintes, e agora me colocando como ouvinte mesmo e não como artista, estamos talvez menos generosos na maneira como a gente absorve a arte. Eu, quando comecei, a primeira vez que eu toquei uma música que não fosse minha num show, eu tinha três discos de ouro pendurados na parede, e hoje acho praticamente impossível uma banda começar sem tocar uma cover, parece que as pessoas querem ouvir mais do mesmo. Então, acho que quem reclama da qualidade tem que questionar não só quem está produzindo, mas quem está consumindo.
Bom, se tu for analisar do ponto da música formatada, pra tocar no rádio para as massas, talvez todas elas estejam escritas mesmo, talvez a gente só precisasse escrever “Something” e mais duas… (risos) Mas eu digo o seguinte: ao largo dessa música há muita música pra ser feita hoje em dia, que não se pretenda hegemônica. Eu me lembro de uma experiência interessante, a gente estava numa rádio e tocou “A Revolta dos Dândis” na íntegra, uma coisa que a gente nunca tinha feito, e causava muito estranhamento. Eu ouvi de muita gente: “Nossa, que coisa incrível”, “Que densidade”, e as pessoas não entendendo como aquilo poderia ser tão denso sendo que é uma coisa popular. Várias músicas tocaram na rádio, e então eu volto a dizer, pô, a gente pode reclamar dos artistas que estão se repetindo, mas a gente tem que pensar em nós como ouvintes, se não estamos perdendo a generosidade. Quando lancei “Infinita Highway”, uma música de mais de seis minutos, ou “Terra de Gigantes”, que era uma música sem bateria, eram coisas que iam contra o sistema, e hoje eu não sei se nós, como ouvintes, temos a generosidade com o que está indo contra o sistema. E tem uma coisa também que me parece que era mais saudável, que era uma certa mistura, por não ter canais muito específicos. Por exemplo, quando comecei tu não tinha uma MTV da vida, caía no mesmo redemoinho dos artistas mais populares, dos artistas regionais. Depois que começou a se especificar muito o som e cada um ficou no seu gueto, pessoal que faz rock n’roll aqui, pessoal que faz rap lá, parece que cada um fala só para sua turma, e isso, para a arte em geral, Arte com A maiúsculo, talvez não seja bacana, talvez as misturas possibilitem um arejamento. Eu senti muito isso no “Insular”, e é uma coisa que eu tenho sentido cada vez mais, necessidade de criar pontes. Eu acho, e o nome do disco se refere a isso, que cada artista, com sua obra, cria uma ilha, um mundo próprio, mas é bacana conectar essas ilhas, misturar… Esse disco, por exemplo, tem muita participação de músicos do Sul, desde o regional até o mais urbano, e saiu um pouco do seu quadrado…
É, é, tinha muito, mas nesse disco fica mais explícito, talvez, por conta da produção. Mas realmente tu tem razão, desde o primeiro disco, “Longe Demais das Capitais” (1986), a gente já abordava um pouco isso. E é uma coisa que tem me interessado cada vez mais fazer.
Foi em Belo Horizonte, e é uma música desformatada, que não tem o formato clássico da música pop, (e por isso) tocou muito pouco na época. Nos primeiros 10 anos, lancei praticamente um disco por ano, então os discos se encavalavam e era muito difícil fazer o roteiro do show, por exemplo. E hoje em dia eu gosto muito de pinçar essas coisas, algumas releituras, a gente tocou “Vozes” (de “A Revolta dos Dândis”, 1987) em BH também. É muito louco. Faço questão de tocar músicas de todas as fases dos Engenheiros agora, nessa turnê, mas a gente não está tocando tipo “Era um Garoto…”, “O Papa é Pop”, canções que toquei muito e que eram as músicas mais populares dos discos. Não queria fazer isso como se fosse, sei lá, “Eu sou o Led Zeppelin e não vou tocar Stairway to Heaven”, mas de forma natural. É muito fácil fazer o roteiro que tu quiser, mas o que me interessa mais é fazer isso quando há uma vibe receptiva, que acho mais interessante do que simplesmente fazer por vontade própria. E é muito louco que agora nessa turnê está acontecendo isso, e eu acho que até joga uma luz mais parecida hoje com o que eu sentia quando fiz o disco. Porque quando tu lança um disco, ele meio que já não é mais teu, as pessoas pinçam, principalmente antigamente, pinçavam algumas músicas, conheciam poucas músicas do disco, e hoje em dia em me sinto mais próximo da ideia original do “A Revolta Dos Dândis”, do “Papa é Pop”, do que na tour de cada um deles. Lembro que, na primeira vez que a gente foi tocar em Fortaleza, no lançamento de “A Revolta dos Dândis”, eu estava numa rádio e o cara disse: “Pô, estava tocando muito aqui uma canção chamada ‘Refrão de Bolero’, mas eu tive que tirar da programação”, “Pô, mas por quê?”, “Pessoal da gravadora pediu para tirar”. Você vê que raciocínio estranho, de tocar só uma música, mas o ambiente era assim, né? Então sempre que as pessoas ficam reclamando, principalmente esse pessoal da minha geração, que é muito reclamão, “Ah, hoje em dia tudo é mais difícil, o pessoal não presta atenção”, eu tento chamar a atenção pra lados positivos como esse. Quer dizer, hoje em dia não tem essa coisa tão bitolada de uma música. O “Insular” saiu, e eu toco oito canções novas no show sem que isso cause aquele estranhamento de trabalho novo, ao natural, que é como me interessa fazer. E eu me lembro da dificuldade que era fazer isso nos anos 90, por exemplo. Até no “Novos Horizontes” (2007), que foi o último disco do Engenheiros, tocar oito músicas novas era meio assim: “Pô, parece que o cara tá fazendo um manifesto”. E não, manifesto não me interessa fazer, eu gosto de tocar elas ao natural. E nesse sentido acho essas possibilidades muito interessantes. Se eu viesse dar uma entrevista aqui em 1990, você não saberia que eu toquei “A Violência Travestida Faz Seu Trottoir” em BH, entende? E isso é fascinante, a gente tem que aproveitar isso em vez de ficar reclamando. Hoje em dia dá para chegar mais perto do público, de uma maneira mais rápida, e me sinto muito mais vivo hoje, lançando o “Insular”, do que me sentia lançando discos que fizeram muito sucesso, tocaram muito, venderam muito, mas que, logo depois que tu lançava, tu estava naquela alegria, a fim de mostrar tudo, mas tu entrava meio que num trem muito lento, de tocar uma música, de tocar outra, e hoje em dia a gente pode ser mais ágil nesse sentido.
No palco, não. Estou vivendo um momento especial no palco, mas acho que por conta dos últimos quatro anos, que fiquei muito restringido ao formato do poucavogal, que era um duo acústico, eu tocava muitas coisas ao mesmo tempo, teclado com os pés, violão, e agora (na turnê do “Insular”) voltar ao baixo e ao microfone é como voltar para casa. Mas acho que é uma coisa só dessa transição. No palco em si eu sempre senti uma coisa bacana, mas, em relação à maneira como eu posso divulgar meu trabalho, acho uma coisa muito mais legal. Putz, eu não trocaria hoje em dia por nenhum momento da minha carreira. Falo que as pessoas estão interessadas, e não precisa mais passar pelo filtro da grande mídia. Antigamente tu falava para dois jornais e falava para o Brasil inteiro, mas ao mesmo tempo tu ficava escravo de uma visão de dois caras, que às vezes poderiam gostar do teu trabalho, às vezes não, e era um saco,. Hoje em dia é mais legal para quem tem trabalhos como eu, que não se pretendem hegemônicos. Não quero que meu trabalho domine o mundo, nunca quis ser número 1 de nada. Vejo um renascimento da música instrumental, músicas mais específicas, que tinham muita dificuldade de entrar num mundo mais monolítico, para esse tipo de arte o cenário hoje é muito mais interessante.
Não sei, cara. Minha visão de futuro e meio assim, curta, dois, três anos, e agora eu quero dedicar muito tempo ao “Insular”, porque acho que consegui neste disco uma coisa que eu não sei se vou conseguir de novo, especialmente na produção, nas gravações com os caras com quem toquei, a turnê também está muito bacana. Quero viver esse momento com intensidade, lançar um registro audiovisual, um DVD, e depois não sei o que vou fazer. E a escolha de lançar como disco solo não foi um lance premeditado. Comecei a trabalhar no disco sem saber pra onde as músicas iriam, não sabia se seria Engenheiros, se seria mais um disco do poucavogal, e só resolvi lançar como solo porque não teve uma banda fixa me acompanhando no disco inteiro. No Engenheiros, por mais que tenha tido várias mudanças de formação, sempre gravei com o pessoal que ia para a estrada, fazia questão de compor algumas músicas com eles, e agora achei mais natural fazer solo, já que cada faixa, praticamente, tem uma formação, muitos convidados, muitos amigos. Então, não tem nenhum plano, nenhum objetivo de voltar – e isso não quer dizer que não possa voltar.
Nunca me preocupei com essa coisa de buscar unidade na minha obra, mas eu sabia que a própria composição, pelas suas virtudes e seus defeitos, e eu como intérprete, pelas minhas virtudes e meus defeitos, acabam dando unidade à obra. Então fico mais atento às pequenas mudanças, de formação, de ambiente, mas são mudanças periféricas. Eu acho que concordo contigo, que o centro da minha composição não tenha mudado muito, não, tem assim uma cara, uma coisa própria.
DJ e produtora catarinense Blancah participa de tributo aos 30 anos do Engenheiros do Hawaii
Ao lado de artistas de várias gerações da música brasileira, ela recriou a faixa "Quartos de Hotel" com batidas de trip hop.
Blancah apresenta sua música junto com nomes como Leoni e A Banda Mais Bonita da Cidade.A iniciativa do tributo é do site Scream & Yell, que neste ano já lançou também uma coletânea de versões de músicas de Belchior, e conta com produção executiva e curadoria do jornalista e produtor cultural mineiro Anderson Fonseca. “Fiquei honrada com o convite, pois os Engenheiros do Hawaii foram pilares importantes na minha formação musical. Foi inspirada na banda que comecei a tocar e a compor minhas primeiras músicas ainda na pré-adolescência, e além de tudo eu era apaixonada pelo Humberto Gessinger”, revela Blancah.
Há pouco mais de um ano a DJ ainda era conhecida no cenário eletrônico nacional como Paty Laus, uma das pioneiras do gênero em Florianópolis. Desde que decidiu abandonar as pistas da moda e os hits chicletes e se autodenominar Blancah, ela mergulhou em um projeto menos comercial e mais autoral e apostou em influências sofisticadas do trip hop e nos vocais próprios em inglês e português. O resultado foi, entre outras láureas, o reconhecimento internacional, com direito a EP lançado por uma gravadora alemã, e agora o convite para integrar o tributo aos Engenheiros do Hawaii, sendo a única catarinense entre os artistas selecionados.
Ao se de dedicar a recriar a música “Quartos de Hotel”, de autoria de Gessinger e gravada originalmente em 1991 para o disco “Várias Variáveis”, Blancah mostrou versatilidade ao substituir os habituais beats de suas produções para a pista de dança pelo ritmo mais lento e soturno do trip hop. “Me tranquei por três dias dentro do meu estúdio. Meu desafio era o de não fazer um cover, e sim recriar uma musica que tivesse potencial de assumir uma vida própria”, conta.