Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Que Venha o Crash! Operações Estruturadas - Colar de Proteção

Que venha o crash é uma série de postagens que tem como objetivo principal destrinchar a crise que está por vir e identificar maneiras de proteger sua carteira do colapso. Os posts anteriores da série foram:
XP Gold x Órama Ouro
Operações Estruturadas - Fence

Um Colar de Proteção é uma operação estruturada que estabelece uma faixa de negociação que limita os ganhos e as perdas da operação. O objetivo é evitar grandes prejuízos em situações de abrupta mudança de tendência.

A estruturação de um Colar de Proteção envolve a venda de uma opção de compra (call) cujo preço de exercício seja superior ao preço de mercado da ação (out-the-money) e a compra de uma opção de venda (put) cujo preço de exercício seja inferior ao preço de mercado da ação. A diferença percentual entre o preço de ação do mercado e o preço de exercício das opções deve ser semelhante, por exemplo, +10% e -10%.

Todas as opções envolvidas na estratégia devem ter a mesma data de vencimento. A call estabelece um preço máximo que o investidor poderá vender o ativo, limitando assim os ganhos. A put estabelece um preço mínimo que o investidor poderá vender o ativo, limitando assim as perdas.







Para que fique mais claro, vamos a um exemplo:
Compra AÇÃO - cotação: 10,00
Vende CALL 11 - preço de exercício: 11,00
Compra PUT 9 - preço de exercício: 9,00

Ao vender a CALL 11 é estabelecido um limite de ganhos, já que se o preço da ação ultrapassar o preço e exercício da opção, esta será exercida e o investidor terá que vender suas ações, neste exemplo, por 11,00.

Ao comprar a PUT 9 é estabelecido um limite de perdas, já que se a ação sofrer desvalorização, o investidor poderá exercer sua opção de venda e vender suas ações, neste exemplo, por 9,00.

Esta operação tende a ter custo zero, uma vez que o preço pago pela PUT 9 é auferido com a venda da CALL 11.

CENÁRIOS

Se a ação valorizar: investidor ganha com a valorização até o limite de 10% (até 11,00).

Se a ação desvalorizar até 10%: investidor perde com a desvalorização até o limite de 10% (até 9,00).

Se a ação desvalorizar acima de 10%: investidor sofre perdas de 10%.

Por exemplo, se a cotação for a 8,50, o investidor exercerá sua opção de venda e venderá a ação por 9,00. Assim as perdas seriam de 10,00 - 9,00 = 1,00 (10%). Ou seja, enquanto as ações sofreram uma queda de 15% o investidor teve perdas de apenas 10%.


QUANDO USAR

Como dito, esta estratégia é excelente para mercados que sofrem abrupta reversão de tendência. O objetivo é proteger o investidor buy and hold, que não se importa com as oscilações cotidianas do mercado, mas que não quer estar exposto a enormes perdas repentinas características das explosões de grandes crises financeiras.

Utilizada em conjunto com outras estratégias de hedge, como a compra de ouro ou moedas estrangeiras, garante uma boa proteção para a carteira de ações.






COLAR NA PRATICA

A primeira dificuldade para montar a estratégia é a falta de liquidez do mercado de opções brasileiro. Algumas poucas ações possuem opções com razoável liquidez o que torna a tarefa bastante complicada. Algumas corretoras oferecem aos seus clientes liquidez para as opções ligadas as ações mais tradicionais. Basta entrar em contato com o setor de operações estruturadas de sua corretora que a equipe irá providenciar a compra e a venda das opções relacionadas.

A segunda dificuldade está na complexidade de proteger toda a carteira, uma vez que a operação precisa ser estruturada para cada ação. Uma alternativa é agrupar uma parte da carteira que tenha uma média de beta 1 e a partir de então fazer uma estrutura baseada no índice bovespa.

Exemplo:

AÇÃO Part (%) BETA
AÇÃO 1 25% 0,9
AÇÃO 2 20% 1,05
AÇÃO 3 20% 1,15
AÇÃO 3 15% 1,3
AÇÃO 4 10% 1,45
AÇÃO 5 10% 1,8

Esta carteira tem um índice beta médio de 1,185, porém se excluírmos a AÇÃO 5, a carteira restante apresenta um beta médio de 1,005. Assim, poderíamos montar uma fence que proteja a parte da carteira correspondente as ações de 1 a 4 através das opções ligadas ao índice Bovespa. Eventualmente a AÇÃO 5 pode ser protegida com uma nova fence específica para ela. Assim, ao invés de ser necessário cinco fences serão feitas apenas duas. Observe que não há garantia nenhuma que sua carteira movimente-se de forma idêntica ao Ibovespa, mas é uma boa aproximação.

Ponto positivo: ao contrário da fence, os spreads não são compatíveis com o objetivo de montar um colar de proteção custo ZERO.

Segunda-feira, 17/07/2017, foi dia de vencimento de opções, um bom dia para estruturar um Colar de Proteção. Avaliei o mercado durante o pregão e segue as opções de BOVA11 que encontrei com ordens de compra e venda reais disponíveis para montar a operação com prazo de 1 mês:

BOVA11 - 63,15
BOVAH68 - 0,25 (CALL exercício 68,00 - Limite de ganhos: +7,68%)
BOVAT58 - 0,21 (PUT exercício 58,00 - Limite de proteção: -8,16%)

0,25 - 0,21 = 0,04 (custo apenas das corretagens)
Resumo: limite de ganhos: 7,68%
Limite de perdas: -8,16%

Outro exemplo:

BOVA11 - 63,15
BOVAH66 - 0,40 (CALL exercício 66,00 - Limite de ganhos: +4,51%)
BOVAT60 - 0,0,39 (PUT exercício 60,00 - Limite de proteção: -4,99%)

0,40 - 0,39 = 0,01 (custo apenas das corretagens)
Resumo: limite de ganhos: 4,51%
Limite de perdas: -4,99%

Segue ordens de compra e venda reais encontradas no dia 17/07/2017 com um bom volume que daria para estruturar operações.

ATIVO TIPO EXERCÍCIO COTAÇÃO LIMITE / PROTEÇÃO

BOVA11 ETF 63,15
BOVAH69 CALL 69,00 0,18 9,26%
BOVAH68 CALL 68,00 0,25 7,68%
BOVAH66 CALL 66,00 0,4 4,51%
BOVAH65 CALL 65,00 0,69 2,93%
BOVAH64 CALL 64,00 1,1 1,35%
BOVAH63 CALL 63,00 1,65 -0,24%
BOVAT63 PUT 63,00 1,08 -0,24%
BOVAT62 PUT 62,00 0,77 -1,82%
BOVAT61 PUT 61,00 0,52 -3,40%
BOVAT60 PUT 60,00 0,39 -4,99%
BOTAT59 PUT 59,00 0,28 -6,57%
BOTAT58 PUT 58,00 0,21 -8,16%

Enfim, o Colar de Proteção é uma estratégia das mais utilizadas para estruturar estratégias de proteção da carteira através de opções. É uma estratégia interessante para mercados em regiões de topo e ambiente econômico de grandes incertezas. Mas não protege o investidor de pequenas perdas. É adequada ao investidor buy and hold, que não se importa com as oscilações do mercado, inclusive aceitando participar de longas tendências de queda sem se desfazer das ações, mas que não está interessado em entregar seus ganhos quando ocorre o estouro das bolhas.





This post first appeared on Newsworthy Items And Information From WILPELKS, please read the originial post: here

Share the post

Que Venha o Crash! Operações Estruturadas - Colar de Proteção

×

Subscribe to Newsworthy Items And Information From Wilpelks

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×