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Ensaio sobre a celulite

A Celulite ao contrário daquilo que a sociedade e o mundo moderno nos querem vender é uma bênção.









A celulite é sinal de saúde, é sinal que vivemos naquela parte do mundo a que se convencionou chamar de “civilizado”, é sinal que comemos bem e que residimos num T3 na Rinchoa e não numa cubata fedorenta numa qualquer aldeia da África sub-sariana.

As vantagens da celulite em geral e das banhas em particular entraram-me na vida encarnadas no corpo de uma namorada que era um belo exemplar de 130 quilos, a ganadaria, perdoem-me os mais interessados em pormenores (vulgarmente conhecidos como pentelhosos), já se desvaneceu na minha memória.

Essa bela moçoila de que também não me recordo o nome, deixou em mim uma admiração eterna pelas mulheres de carnes fartas e algumas cicatrizes das quais muito me orgulho, isto sem falar na fractura, com direito a parafusos e tudo, na bacia.








Para começar, as mulheres ditas grandes, também conhecidas normalmente por badochas, potes de banha, paquidermes ou até por enormes máquinas de fazer cóco, têm em relação às ditas magras inúmeras vantagens, no caso da minha ex-namorada ocorrem-me três.

1: Nunca nos traem, isto porque quase nenhum ser humano de perfeito juízo se arrisca com tanta carne. Poderão eventualmente cometer uma ou duas traiçõezitas mas sempre com pastelaria. E homem que é homem não se importa de ser encornado por um pastel de nata, um éclair ou até uma bola de Berlim.

2: São poupadinhas, a minha namorada aquilo que gastava em comida poupava em água, só para terem noção, no banho de imersão depois dela se conseguir sentar na banheira bastava despejar uma garrafa de litro e meio de água do Luso que era mais que suficiente. Às vezes se ela se mexia muito até deitava fora.

3: No meu caso particular era extremamente útil nas manhãs em que me atrasava para apanhar o autocarro, devo acrescentar que vivia num terceiro andar sem elevador. Nos dias em que o autocarro já estava quase perdido eu corria até ao estendal, pendurava-me na cinta dela e descia levemente até ao chão, proporcionado aos elásticos um breve descanso. Deixei de utilizar esta técnica quando uma velhota se suicidou do sexto andar e foi encontrada no passeio com uma cinta enrolada ao pescoço.

E não podia falar de celulite sem deixar de fora a bendita pele casca de laranja, da qual todas as mulheres tentam fugir a sete pés, uma parvoíce diga-se de passagem porque a maior parte delas tem-na agarrada aos glúteos, e como um sábio que não me recordo o nome disse “É impossível ao ser humano fugir dos próprios glúteos”.
A pele casca de laranja tem utilidades que são tão básicas que por vezes nos escapam, a primeira é sem duvida o facto de dar um certo relevo à vida, depois é sempre giro quando passamos a mão imaginar coisas como as crianças fazem quando olham as nuvens no céu, “olha… aqui está um coelhinho, e ali uma girafa”, é diferente e pode dar à relação um toque de zoofilia sem cair nas porcarias propriamente ditas.
Por fim, numa altura em que as escovas de dentes vêm com relevo no verso para limpar a língua, nada melhor que lamber a bela pele casca de laranja proporcionando prazer e limpando a língua ao mesmo tempo.








Por fim na hora do sexo, é sempre bom sentir e ouvir as banhas a abanar e a bater, quem nunca se excitou com um “chlak… chlak…” que atire a primeira pedra. E a visão de carnes a tremer além de nos recordar a gelatina que comemos na infância ainda é sinal de movimento e por conseguinte de exercício físico.
Além disso a melodia das carnes a bater umas nas outras é um excelente substituto dos gemidos, quando por qualquer razão temos que nos manter em silêncio. Ou quando os sogros, ou pior ainda, os pais, estão do outro lado da parede.
O bater das carnes é também de uma grande utilidade quando somos vizinhos de algum membro do clero, ocorre-me assim de repente, o Padre Melícias, os vizinhos dele não podem gemer, porque gemer é pecado. Quanto aos vizinhos do Padre Borga, esses podem gemer à vontade que ele até gosta de ouvir.

Comam, engordem e curtam a celulite. A vida são dois dias e com a celulite, conhecido reservatório de energia, poderão até ser três.



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Ensaio sobre a celulite

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