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Grande amizade

Há 3 anos eu almoçava frequentemente em uma mesma padaria. E em um destes almoços, quando fui pegar o churrasco, olhei para o churrasqueiro e vi um rosto familiar.
Com bastante alegria fui cumprimentá-lo, mesmo não lembrando o nome, mas com a certeza que o conhecia e que era gente boa. E a recíproca foi verdadeira. Ele fez a maior festa ao me ver.
De bate-pronto perguntei: E aí, tem visto o Fulano (não vou citar nomes para preservar as pessoas)?
Ele respondeu, aparentemente desconfortável: Nunca mais! E retrucou: E o Ciclano, tem visto?
Nessa hora pensei: "Ciclano? Ai meu Deus, quem é Ciclano. Não lembro dele, mas vou responder mesmo assim". E disse: Nunca mais vi também.
Sentei-me à mesa encafifado (essa é das antigas). Ciclano? Quem será? Não lembro dele. Mas fica feio perguntar. E deixei quieto.
E foi assim todas as vezes que nos encontrávamos. Eu perguntando do Fulano e ele do Ciclano. Cada almoço que passava a coragem de esclarecer isso diminuía.
Até que uma coisa martelou minha cabeça e fez todo sentido: eu o confundi com outra pessoa e vice-versa. E ninguém teve coragem de tocar no assunto, afinal, nosso encontro foi digno de grandes amigos.
O tempo passou, eu mudei de emprego, comecei a almoçar em outros restaurantes, só que hoje quis o destino que a gente se encontrasse. Tive que pegar a filhota na escola e no caminho passei pela padaria. Parei, almocei e no caminho do caixa o encontrei.
- E aí, quando tempo?
- Verdade. Tem visto o Ciclano?
- Não. E o Fulano?
- Também não.
É. Toda amizade tem seu limite.


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