Esparta, assim como sua irmã Atenas, fascina gerações de curiosos e historiadores da Antiga Grécia. Diferentemente da cidade de Atenas, mais voltada à filosofia e à política, Esparta é conhecida por ser uma cidade de hábitos duros e instituições rigorosas. Localizada no sudeste da península do Peloponeso, a simplicidade de seu modo de vida , sua estabilidade política, seu sistema de educação rigorosa e a “produção” dos melhores guerreiros gregos ainda capta a nossa imaginação e a nossa curiosidade. Por isso, separamos 10 fatos incríveis sobre Esparta que você provavelmente nunca ouviu falar.

10. Duas palavras sobre Esparta: concisão e objetividade

Além de sua reputação como a cidade dos guerreiros, os espartanos também eram conhecidos pela brevidade e objetividade de seu discurso. Sim, os espartanos eram homens de poucas e incisivas palavras.

Pouco antes de Filipe da Macedônia (pai de Alexandre, o Grande) invadir a Lacônia, ele escreveu uma carta para os espartanos , dizendo: “se eu invadir a Lacônia , irei expulsar cada um de vocês”. Em resposta às bravatas de Filipe, os espartanos escreveram um cartinha bastante singela, que dizia o seguinte: “Se“.

Quando Filipe finalmente entrou na Lacônia, ele resolveu enviar outra carta ao espartanos, na qual perguntava se eles o receberiam como amigo ou inimigo. A resposta espartana, curta e grossa, disse apenas “nenhum”. Ou seja, nem como amigo, nem como inimigo.

Sobre essa tendência espartana de falar pouco e dizer muito, Plutarco escreveu o seguinte: “os espartanos não dizem muito, mas o que eles dizem agarra a atenção do ouvinte”.  Os próprios gregos brincavam entre si ao se referirem a algo que era pequeno ou escasso. Para eles, quando algo era insuficiente, eles diziam que era “menor do que uma carta enviada a partir de Esparta”. Se aprendemos alguma coisa com isso, é que é melhor falar pouco e agir mais.

9. Esparta detestava corrupção e ganância

Os cidadãos espartanos podem ser considerados “brutos” até hoje, mas o fato é que eles tinham modos curtos e grossos em relação a quase tudo na vida. Principalmente quando o assunto era corrupção e ganância.

Em Esparta, a busca da riqueza material era desencorajada por lei. Ferro era o único metal permitido para cunhar moedas – nada de ouro e prata. Por serem de ferro, o peso e o volume das moedas tornava muito difícil seu transporte e armazenamento, o que dificultava práticas de suborno e roubo. A riqueza era difícil de desfrutar e quase impossível de esconder.

8. Nada de vadiagem em Esparta

Se corrupção e ganância não eram bem vistas em Esparta, a vadiagem não era sequer tolerada. Se você fosse um jovem soldado, por exemplo, teria que manter seu físico em ordem e sem gorduras excessivas. Afinal, a cada 10 dias eles eram obrigados a se despirem para que pudessem ser checados. Se estivessem um pouquinho fora do padrão, eram espancados e censurados em público.

7. Nada de covardia

Como a cultura espartana era militar e todos os aspectos da vida em sociedade tinham como ápice a preparação para a guerra, é óbvio concluir que a covardia para os espartanos era considerada um pecado. Em resumo, um soldado considerado covarde era excluído da sociedade.

6. Sobe o casamento em Esparta

A vida dos amantes não era nada fácil em Esparta. Embora a lei permitisse que qualquer pessoa acima de 20 anos de idade casasse, os homens tinham a obrigação de viver em habitações militares até os 30 anos de idade. Como resultado, jovens casais eram forçados a viverem seus romances na ilegalidade. Muitos casais tinham filhos anos antes de morarem sob o mesmo teto.

5. A vida dos escravos

Enquanto os “homens livres” de Esparta estavam ocupados com exercícios militares, seus escravos eram responsáveis por fazer a vida aflorar na cidade e a comida ser servida nas mesas. Os escravos trabalhavam em fazendas, casas e outras atividades “impróprias” para os espartanos.

4. Reis espartanos

Os reis da cidade-Estado de Esparta governavam através de um sistema conhecido como diarquia, onde dois reis de famílias diferentes governavam com iguais poderes. Segundo Plutarco esse fato se deu porque um antigo rei espartano teve dois filhos gêmeos: Agis e Eurypon. Para agradar os dois, o reino foi entregue, sem divisões, aos dois. Desde então, duas famílias, com poderes iguais, governaram Esparta.

3. Os éforos

Podemos dizer que os éforos de Esparta são o equivalente aos deputados e senadores brasileiros. Eles eram escolhidos, anualmente, dentre um grupo de homens guerreiros. O papel dos éforos era contrabalancear e complementar o papel dos reis.

2. As mulheres de Esparta

O papel das mulheres em Esparta era diferente do pepel das mulheres no resto da Antiga Grécia. Em geral, elas tinham muito mais liberdade. Por exemplo: em Esparta, as mulheres não eram isoladas como na maiorida das outras sociedades gregas, e as meninas eram treinadas para suportar o mesmo treinamento físico dos meninos.

Curiosidade: as mulheres e os homens faziam ginástica em conjunto, todos nus.

1. Exército

Todo cidadão espartano deveria de tornar um soldado profissional. A dedicação era tamanha, que aos 7 anos de idade os meninos eram separadas de suas famílias e levados sob tutoria do Estado para que iniciassem o treinamento. Até os 11 anos, o jovem espartano passava pelo primeiro ciclo, a meninice, em que recebia o treinamento militar básico.

O menino estava ali para aprender a manejar lanças, espadas e escudos, além de praticar esportes como corrida e natação. A alfabetização não era, de acordo com Plutarco, o mais importante. O foco era a obediência – não ler e escrever. “Eles aprendiam as letras quanto fosse necessário: todo o restante do treinamento era direcionado para resposta rápida aos comandos, resistência, força e vitória nas batalhas”, escreveu Plutarco na sua obra sobre a vida de Licurgo, o principal legislador espartano. Ou seja, nada de brincadeira de criança.

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