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Antevisão da Liga Portugal Betclic 2023/ 24

   Liga Portugal Betclic Tudo novamente. Terminada a Jornada Mundial da Juventude, as jornadas passam agora a ser outras, numa história de 34 capítulos até conhecer o campeão nacional da temporada 2023/ 24.
    Sem um Mundial a interromper e com o Euro 2024 apenas como sobremesa no longínquo horizonte do próximo Verão, a Liga portuguesa (agora Betclic e não Bwin) promete emoções fortes, muita intensidade nos jogos cabeça-de-cartaz e, infelizmente, mais polémicas do que seria recomendável.

    O Benfica entra na nova época como detentor do troféu (desde 2018, Portugal tem assistido todos os anos a um campeão diferente, sem que Benfica, Porto ou Sporting consigam estabelecer-se como força dominante inequívoca) e os adeptos encarnados vão pedir bem alto o "39". Roger Schmidt não terá o impacto da novidade mas tem o benefício de, mantendo a pose calma, o sorriso descomplexado e o discurso seguro, ter ao seu dispor um grupo com rotinas criadas, órfão de Grimaldo e Gonçalo Ramos mas reforçado com craques muito acima da média para a nossa realidade, como Kökçü e o regressado Di María.
    FC Porto, Sporting de Braga e Sporting tudo farão para destronar o clube da Luz, representando esta época um marco invulgar ao transitarem de 22/ 23 os mesmos quatro treinadores. O defeso portista tem sido tímido: Sérgio Conceição perdeu Uribe em fim de contrato mas a SAD ainda não negociou qualquer transferência de jogadores à partida com mercado como Diogo Costa, Taremi e Otávio; e recebeu apenas Nico González e Fran Navarro, esperando-se continuada aposta no mercado interno.
    O Braga, por sua vez, está nitidamente mais forte - Artur Jorge deixou de contar com Iuri Medeiros e Sequeira, mas teve o plantel apetrechado com nomes como José Fonte, Rony Lopes ou Zalazar, além das passagens a título definitivo de Bruma, Niakaté e Victor Gómez.
    Entre leões, Rúben Amorim estará agradado com o clube, que atuou no mercado privilegiando qualidade a quantidade, identificando os alvos certos e negociando pacientemente até os ter. Ugarte disse adeus, mas Gyökeres e Hjulmand (a poucas horas de ser apresentado) serão amores à primeira vista dos adeptos, parecendo faltar ainda um ala direito, a não ser que Amorim o "encontre" através de uma adaptação de quem já tem nas suas fileiras.

    A estabilidade e a saúde do Top4 deixam antever um ainda maior acentuar da distância para o grupo dos Outros, onde anualmente as equipas-sensação se veem ou desmanteladas dos seus principais atletas ou impedidas de consolidar projeto e ideias, perdendo o treinador. Em 2023/ 24, Arouca, Desp. Chaves, Estoril, Gil Vicente, Vizela e o promovido Moreirense têm novo treinador, importando sublinhar a mudança de Vítor Campelos do Chaves para o Gil, e a escolha de Daniel Ramos como sucessor de Armando Evangelista, técnico que aproveitou a onda do seu sucesso arouquense para surfar novo desafio no Brasileirão.
    Moreirense, Farense e Estrela da Amadora (14 anos mais tarde) substituem na tabela Santa Clara, Paços de Ferreira e Marítimo. Desde 1985 que não havia uma edição da Liga portuguesa sem equipas insulares. Triste, para as companhias aéreas e para o malvado nevoeiro.

    2023/ 24 conserva muita qualidade nos relvados nacionais. Rafa, Aursnes, António Silva, Otávio, Taremi, Diogo Costa, Pedro Gonçalves ou Ricardo Horta mantêm-se todos por estes lados, tendo a Liga recebido não só 13 anos depois um dos melhores extremos do futebol mundial na última década, mas também boas novidades como Kökçü, Gyökeres, Jurásek, José Fonte, Nico González, Otso Liimatta, Ronie Carrillo, Jesús Castillo, Cristo González, Mangala e Paulo Victor.
    Como sempre, algumas transferências internas - casos de Fran Navarro, Vitor Carvalho, Adrián Marín e Ricardo Mangas - numa temporada que pode ser de afirmação para jovens valores como João Neves, Henrique Araújo, Diomande, Schjelderup, Gustavo Sá, Tiago Araújo, Kodisang e Alanzinho.

    Cabe-nos então apresentar a nossa previsão para 23/ 24, em termos de destaques coletivos e individuais, sujeita como sempre aos retoques finais do mercado de transferências, tanto a nível de entradas como de saídas:



     BENFICA (1)

    O Sport Lisboa e Benfica entra em 2023/ 24 confiante, saudável e estável. Campeão em título é, regra geral, o lógico favorito, e os encarnados querem assim o "39" festejando um bicampeonato, coisa que se tornou uma raridade na ocidental praia lusitana.
    Roger Schmidt conhece os seus jogadores, a equipa técnica tem agora um conhecimento mais aprofundado da liga portuguesa, e a abordagem deste mercado terá deixado a esmagadora maioria dos benfiquistas satisfeitos. Grimaldo e Gonçalo Ramos, 2 dos 4 melhores jogadores do Benfica na época passada, partiram para outras aventuras, mas o ucraniano Trubin (o gigante de 1,99m não deve demorar a reclamar a titularidade) é um upgrade naquela que talvez seja a posição mais importante no futebol, e Jurásek (opção 2 depois de perdida a corrida por Kerkez), jogador bem diferente de Grimaldo, tem muita margem para se soltar e acumular assistências; no meio-campo, o turco Orkun Kökçü não deveria em condições normais vir parar ao futebol português, mas felizmente veio e será o verdadeiro sucessor de Enzo Fernández; quanto a Ángel Di María, o bom filho que regressa a casa 13 anos mais tarde, é apreciar cada minuto enquanto durar o sonho. Arthur Cabral foi o avançado escolhido e, embora haja uma fina hipótese de não resultar e até perder o lugar para o super eficaz Musa, o nosso feeling é que Cabral tem o perfil que costuma fazer estragos em Portugal, conjugando força, técnica e uma combinação que pode fazer dele arma tanto contra equipas em bloco baixo como nos jogos mais complicados da época, em que o Benfica se veja a ter menos bola do que gostaria, mas mais espaço livre para explorar.
    Este é o último ano das correrias de Rafa na Luz, é o primeiro a sério do menino fenómeno João Neves, é uma temporada em que Morato deixará Otamendi descansar mais vezes, e na qual Schjelderup pode começar a mostrar que a malta do FM não se enganou sobre ele.
    O 4-2-3-1 com toda a gente a pensar o mesmo continuará a ser a disposição preferencial encarnada, muitas vezes com um dos extremos a ser na verdade um médio interior. Schmidt verá testada nos próximos meses a sua até agora incondicional fidelidade a João Mário, e em relação a António Silva (novo número 4) o melhor é começar a mentalizar que o jovem centralão, já na hierarquia de capitães, será fortemente cobiçado em 24-25. Quanto a Neres, se tudo correr como os benfiquistas esperam, voltará a provocar os seus nemesis no Instagram, possivelmente de modo menos direto e mais encriptado.
    O Benfica parte na frente, quer ser bicampeão e voltar a brilhar na Liga dos Campeões, mas o estatuto de alvo a abater e a responsabilidade das quinas de campeão serão um novo desafio.

Treinador: Roger Schmidt
Onze-Base (4-2-3-1): Trubin; Bah, António Silva, Otamendi, Jurásek; João Neves, Kökçü; Di María, Rafa, Aursnes (David Neres, João Mário); Arthur Cabral

Atenção a: Ángel Di María, Orkun Kökçu, Fredrik Aursnes, João Neves, Anatoliy Trubin

 SPORTING (2)

    Ser paciente é uma arte. O Sporting esperou muitos anos para festejar o seu tão desejado título com Rúben Amorim, e o técnico, com o suporte de Viana e Varandas, tem sabido esperar neste defeso pelo jogador certo, o alvo primordial. Em 2022/ 23, os leões falharam todos os objetivos e acabaram a Liga em 4.º lugar. Poucos jogadores se valorizaram, mas Ugarte fez o suficiente para deixar o PSG disposto a pagar 60 milhões por ele. Com esse encaixe, aliado ao pagamento formalizado de Pedro Porro por parte do Tottenham, o Sporting ganhou fundo de maneio para atacar pelo menos duas das 3 posições deficitárias: avançado centro, médio defensivo e ala direito.
    Na pré-época, Amorim fez o que qualquer bom treinador faz: experimentou sistemas, testou jogadores em posições distintas, fez casting de ativos de permanência incerta. Eduardo Quaresma aproveitou, Afonso Moreira e Catamo também, Pedro Gonçalves comprovou que é o jogador central de todo o jogo leonino, seja como médio seja mais adiantado, e Gyökeres (jogador que curiosamente nos fez assistir à transmissão de vários jogos do Coventry na época passada só para o ver, longe de imaginarmos que viria cá parar) já conquistou os adeptos.
    Com origem no 3-4-3 dos últimos anos, o Sporting terá esta temporada variantes para colocar em campo, flexibilidade permitida pelas caraterísticas do avançado sueco, que oferecerá a opção de ser o 9 acompanhado por Trincão, Edwards ou Pote, ou partindo da esquerda e abrindo assim espaço para uma boa coabitação com Paulinho, muito útil para o avançado português. A intensidade de Gyökeres a "chatear" e desgastar os defesas será tónico essencial na pressão leonina, podendo Alvalade festejar a sociedade em desenvolvimento Viktor & Pedro, e desesperar por maior regularidade de Trincão e Edwards.
    A iminente chegada do dinamarquês Hjulmand (jogador combativo, que muito facilmente recorre ao carrinho para desarmar, com grande raio de ação, mais parecido com Palhinha do que com Ugarte) corrigirá a mais evidente lacuna, e o jogador do Lecce, à imagem de Gyökeres, deverá fazer brotar da parte dos adeptos amor à primeira vista ou, neste caso, ao primeiro jogo.
    Temos as nossas dúvidas quanto aos três centrais que serão titulares (Inácio é o mais indiscutível, e Diomande deve afirmar-se), só vemos Catamo e Afonso Moreira com chances de retirar Esgaio da sua posição caso não chegue nenhum ala, e Nuno Santos pode estar a caminho da sua melhor época de leão ao peito.
    O mais seguro seria apostar Porto em segundo, mas a grande dor de cabeça que este Sporting atualizado pode ser nos confrontos diretos entre ambos levam-nos a dar uma marginal e se calhar injustificada vantagem ao clube lisboeta.

Treinador: Rúben Amorim
Onze-Base (3-4-3): Adán; Diomande, Coates, Gonçalo Inácio; Esgaio, Morita, Pedro Gonçalves, Nuno Santos; Edwards, Gyökeres, Trincão

Atenção a: Pedro Gonçalves, Viktor Gyökeres, Nuno Santos, Marcus Edwards, Ousmane Diomande

 PORTO (3)

    Sabemos que o FC Porto vai complicar a vida ao Benfica, dê por onde der. Sabemos que Sérgio Conceição vai encontrar soluções dentro de casa caso perca jogadores-chave. Sabemos que, nos jogos grandes, os azuis e brancos vão entrar com uma intensidade capaz de esbater quaisquer distâncias que possam existir a nível qualitativo.
    Os dragões começaram a época oficial com uma derrota custosa na Supertaça, com Pepe a fazer das suas e Sérgio Conceição a oferecer-nos novo tesourinho deprimente e a bater recordes de vergonha alheia. Mas aqueles primeiros 20 minutos de jogo captam bem tudo o que o Porto pode ser este ano: versatilidade tática, supremacia física e de atitude, trabalho de casa bem feito.
    Ao contrário dos rivais Benfica e Sporting, que têm vendido os seus maiores trunfos a bom preço, o Porto não tem vendido. Duvidamos que o clube seja capaz de segurar simultaneamente Taremi, Diogo Costa e Otávio, e a venda tardia de algum destes elementos terá que ser colmatada em tempo recorde, estando teoricamente alinhavados alguns alvos no mercado interno (Iván Jaime, Costinha, Guga e Onyemaechi foram associados).
    O Porto perdeu Uribe a custo zero e ganhou Nico González e Fran Navarro. Se ninguém sair, e ainda entrar pelo menos Alan Varela (claramente um jogador à Porto), escusado será dizer que os azuis e brancos partirão mais fortes. Otávio deve ficar, mas é provável que entre o melhor guarda-redes da Liga e o avançado mais completo, um deles saia nos próximos vinte dias. E sim, a dupla de centrais continua com 40 e 36 anos até ao dia em que David Carmo passe de Flop a Most Improved Player.
    O sempre complicado e flutuante 4-4-2 para 4-3-3 continuará, e não teria lógica mudar algo que tem resultado, mérito do treinador e em particular de jogadores como Otávio e Pepê; quem quiser ser campeão terá que igualar a energia, o crer e o querer de um forte candidato que achamos que ainda poderá ficar enfraquecido, fortalecendo-se logo depois com jogadores que podem demorar a convencer Conceição.
     

Treinador: Sérgio Conceição
Onze-Base (4-4-2): Diogo Costa; Pepê, Pepe, Marcano, Zaidu; Otávio, Nico González, Eustáquio, Galeno; Taremi, Fran Navarro

Atenção a: Otávio, Mehdi Taremi, Pepê, Diogo Costa, Fran Navarro

 BRAGA (4)

     O Sporting de Braga foi terceiro, e não duvidamos que consiga repetir o feito ou até mesmo, quem sabe, terminar em segundo lugar. Os arsenalistas têm algo que os vem distinguindo dos 3 tradicionais "grandes" - não há nenhuma outra equipa em Portugal, com jogadores bastante acima da média, em que o diferencial qualitativo entre as primeiras opções e as respetivas alternativas do banco seja tão pequeno. Isto acontece porque há bom planeamento, porque há vontade de manter um balneário em harmonia e sempre pronto a ir a jogo, e ao contrário do Sporting e FC Porto, e mesmo no Benfica isso também se aplica em algumas posições, quando há lesões no Braga, a equipa raramente acusa e segue em frente.
    Com a perspetiva viva de entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões (o encaixe financeiro seria incrível, faltando ultrapassar Marselha ou Panathinaikos), os guerreiros do Minho estão prontos para competir em todas as frentes e estão mais fortes do que há um ano, notável se tivermos em conta que o clube chegou aos 78 pontos.
    Apenas sem Iuri Medeiros e Sequeira, mas reforçado com José Fonte, Rony Lopes, Rodrigo Zalazar, Vítor Carvalho e Adrián Marín, mais o exercer das opções em definitivo por Bruma, Niakaté e Victor Gómez, o Braga está nisto para ganhar ou, no mínimo, para se manter na luta pelo título até ao fim.
    Artur Jorge já mostrou que tem mais do que capacidade para fazer deste Braga uma equipa de futebol de encher o olho, e será essencial que na "liguilha" entre os 4 principais emblemas, o Braga consiga somar mais pontos e não acabar inclusive ocasionalmente goleado.
    Ricardo Horta é um dos melhores jogadores da Liga, Bruma entrou nesta época a todo o gás e é um dos elementos mais imprevisíveis em lances de 1 para 1 em Portugal, poder alternar entre Abel Ruiz e Banza é um luxo, Al Musrati é um dos melhores médios defensivos que por cá anda, e o mesmo se pode dizer sobre Matheus entre os postes.
    Vemos o Sporting de Braga mais forte, mas a tendência para vacilar nos jogos grandes, quando a distância do Top 4 para o resto se acentua a cada ano, é o que nos faz relegar o Braga para o posto mais baixo dos... 4 grandes.

Treinador: Artur Jorge
Onze-Base (4-4-2): Matheus; Victor Gómez, José Fonte, Niakaté, Adrián Marín; Zalazar (Rony Lopes, Pizzi), Al Musrati, André Horta, Bruma; Ricardo Horta, Abel Ruiz (Banza)

Atenção a: Ricardo Horta, Bruma, Al Musrati, Abel Ruiz, Niakaté

 FAMALICÃO (5)

    Uma vez mais, João Pedro Sousa tem a juventude em ebulição a querer apresentar-se ao futebol português. Vila Nova de Famalicão teve nos últimos anos Pedro Gonçalves, Ugarte, Simon Banza, Fábio Martins, Nehuén Pérez ou Toni Martínez; Penetra foi o último a proporcionar uma transferência simpática, mudando-se para o AZ da Eredivisie, e o mágico espanhol Iván Jaime ainda é um jackpot por acontecer neste defeso, em princípio rumo ao FC Porto ou ao futebol espanhol. Ivo Rodrigues também saiu, embora a custo zero, para a Arábia Saudita.
    O Arouca é uma verdadeira equipa, o Estoril apresenta soluções para todos os gostos e o Vitória deu provas com Moreno que defende com rigor, mas em talento puro nenhum desses candidatos ao 5º lugar se compara ao Famalicão.
    Os famalicenses, que têm os miúdos campeões nacionais de juniores para lançar caso seja oportuno, têm um grande guarda-redes (Luiz Júnior) e na defesa Nathan é muito bem-vindo de regresso ao futebol luso depois de boa passagem pelo Boavista, e Otávio (tremendo potencial físico, faltando apenas corrigir algumas falhas episódicas de concentração) vai realizar desta feita a sua primeira época completa na equipa principal do clube. Youssouf e Gustavo Assunção dispensam apresentações, e Gustavo Sá brilhou no Euro Sub-19, fazendo sentido que o Famalicão o segure e JP Sousa aposte nele como terceiro médio/ jogador nas costas do avançado. Tudo leva a crer que Iván Jaime já está com a cabeça noutras paragens, o que abrirá espaço para Puma Rodríguez e Dobre (o romeno dá a sensação que, se engatar, pode virar muitos jogos do campeonato do avesso). Mas atenção, o substituto direto de I. Jaime é o pequeno finlandês Otso Liimatta, um esquerdino muito especial mas que pode necessitar de algum tempo para se adaptar a esta nova realidade.
    Cádiz e Pablo que nos perdoem, mas na frente esta é a época de Henrique Araújo. O avançado emprestado pelo Benfica está com 21 anos, terá colegas a servi-lo com qualidade e por isso a fasquia de exigência tem que ser colocada nos 15 golos.
    Acompanhem este Famalicão, porque o futuro do futebol português passa pelas botas de alguns destes intérpretes.

Treinador: João Pedro Sousa
Onze-Base (4-3-3): Luiz Júnior; Nathan, Riccieli, Otávio, Francisco Moura; Z. Youssouf, Gustavo Assunção (Topic), Gustavo Sá; Puma Rodríguez (Dobre), Iván Jaime (Liimatta), Henrique Araújo 

Atenção a: Henrique Araújo, Luiz Júnior, Gustavo Sá, Alex Dobre, Otso Liimatta

 AROUCA (6)

    Dá gosto ver este Arouca a tomar decisões e a crescer. Eleito nos nossos Prémios BPF de fim de época a "equipa sensação" de 22/ 23, o Arouca ficou sem treinador, sem o capitão/ patrão da defesa e sem um dos seus jogadores mais fortes a desequilibrar, mas mesmo assim continuamos a acreditar que os arouquenses têm condições para repetir o 5.º ou ficar um ou dois lugares abaixo.
    Armando Evangelista aproveitou a sua justificada valorização e cruzou o Oceano Atlântico para treinar o Goiás no Brasileirão. Daniel Ramos recebeu uma herança pesada, mas os bons trabalhos que desenvolveu sobretudo nos clubes insulares (Marítimo primeiro e Santa Clara mais tarde) fazem dele, julgamos, o homem certo no lugar certo. As suas equipas costumam caraterizar-se pelo pragmatismo, com boa tomada de decisão e critério e poucos toques até chegar à grande área adversária - e curiosamente era mesmo assim o Arouca com Evangelista.
    Não há João Basso (muita gente ficou a dormir e lá foi ele para o Santos) e não há Antony, mas o especialista em defender grandes penalidades de Arruabarrena continua, e um craque silencioso como Morlaye Sylla também passou despercebido até agora, para gáudio do clube de Aveiro. Entre os reforços, Kouassi (2ª passagem pelo clube) e Jason Remeseiro (mais de 100 jogos na liga espanhola) têm entrada direta no onze, mas quem mais nos chamou a atenção foi mesmo Cristo González. O avançado formado no Castilla, que pode dizer aos netos que marcou 1 golo pela equipa principal do Real Madrid, tem fama de party boy mas, se estiver com a cabeça limpa e comprometido com a causa, pode ser um dos grandes reforços deste campeonato. As primeiras semanas têm mostrado um bonito entendimento entre Cristo e Mújica, uma dupla espanhola que pode tornar-se mais e mais conhecida à medida que o tempo passe.

Treinador: Daniel Ramos
Onze-Base (4-4-2): de Arruabarrena; Tiago Esgaio, Opoku, Galovic, Mateus Quaresma; Kouassi, David Simão, Sylla, Jason; Cristo González, Mújica

Atenção a: de Arruabarrena, Morlaye Sylla, Cristo González, Rafa Mújica, Mateus Quaresma

 ESTORIL (7)

    No espaço de meses, o clube da Linha mudou muito. Álvaro Pacheco, o homem da boina, foi o escolhido para substituir Ricardo Soares e o 11 inicial canarinho já não conta com Tiago Santos (brilhante futuro, pode singrar no Lille de Paulo Fonseca), Francisco Geraldes, João Carvalho, Joãozinho ou Tiago Gouveia.
    Na esquematização do novo plantel, o Estoril esteve bem ao premiar jogadores com bom rendimento na sua equipa de Sub-23, numa Liga Revelação que o clube tem aproveitado ano após ano. O central Volnei e os médios neerlandeses Finn Dicke e Ivan Pavlic surgem na primeira equipa nesse contexto.
    Pacheco terá ao seu dispor um leque de opções com maior qualidade do que aquele que tinha em Vizela, e o mais importante será rapidamente estabilizar um 11 base e conseguir criar uma equipa (o coletivo sempre foi o valor mais importante nos seus vários anos no distrito de Braga). Competição não faltará: se os laterais parecem ser Raúl Parra e Tiago Araújo, para o centro da defesa há a hipótese de manter Vital e Álvaro ou privilegiar os recém-chegados Cabaco (o uruguaio tem bastantes jogos de La Liga no CV) e Mangala (duvidamos da sua condição física, mas se estiver bem é um reforço incrível e até há pouco tempo completamente impensável). A nossa aposta? Um misto, com Bernardo Vital e Cabaco. No meio-campo, dá para aproveitar as rotinas de Dicke e Pavlic, mas Guitane é um jogador requintado, Holsgrove foi o único jogador além de Gaitán a marcar pontos no Paços de Ferreira, Mor Ndiaye tem um perfil que mais ninguém tem no plantel, e mesmo João Marques pode entrar nas contas.
    Na frente, Rodrigo Gomes foi emprestado pelo Braga, mas o mais certo é Heriberto e Rodrigo Martins assumirem os flancos. Alejandro Marqués tem obrigação de fazer mais neste segundo ano em Portugal, caso contrário perderá o lugar para Cassiano.
    Sejam pacientes com este Estoril, e o tempo pode traduzir-se numa das equipas mais ágeis e fortes em transição desta Liga Portugal Betclic.

Treinador: Álvaro Pacheco
Onze-Base (4-3-3): Dani Figueira; Raúl Parra, Bernardo Vital (Mangala), Cabaco, Tiago Araújo; Finn Dicke, Ndiaye (João Marques), Pavlic; Heriberto Tavares, Rodrigo Martins, A. Marqués

Atenção a: Tiago Araújo, Alejandro Marqués, Erick Cabaco, Finn Dicke, Heriberto Tavares

 VIT. GUIMARÃES (8)

    É sempre um duro revés quando, num par de jogos, uma equipa deita logo por terra um dos objetivos da temporada. Sexto classificado na Liga Bwin, o Vitória queria chegar à fase de grupos da Liga Conferência e a vitória como visitante por 4-3 no terreno dos eslovenos do Celje dava a entender que a cruzada europeia estava bem encaminhada. No entanto, os vitorianos não marcaram qualquer golo na cidade berço e acabaram eliminados nas grandes penalidades. O intenso público de Guimarães tem rédea curta e Moreno iniciará a época pressionado e com reduzida margem de erro.
    No balanço entre saídas e entradas, o Vitória deve aos adeptos e a si mesmo algum investimento se quiser lutar novamente por uma qualificação europeia. Bamba e André Amaro saíram ambos para o Qatar, por 9 e 8,5 milhões respetivamente, e Anderson Silva (avançado forte a sair do banco) abraçou uma nova experiência no futebol turco. O Vitória pagou 1 milhão para fazer de Ricardo Mangas o novo dono do corredor esquerdo, tendo o azar do ex-Boavista se lesionar na pré-época, e teve olho ao atrair a custo zero João Mendes, Nuno Santos e Tomás Ribeiro, vendo ainda algum potencial no que Butzke apresentou ao serviço do Paços de Ferreira e convencendo Telmo Arcanjo, Jovem Jogador do Ano na Liga SABSEG, que o Estádio D. Afonso Henriques será o palco certo para espalhar a sua classe.
    Não colocamos o Vitória nas posições de "equipa sensação" (habituais 5.º, 6.º e 7.º) mas Moreno sabe colocar esta equipa a defender, e não hesitará em lançar jovens da formação se sentir que estão preparados.
    Esperar por dois ou três excedentários dos "grandes" podia ajudar. Boas prestações defensivas deverão ser suficientes para segurar vários 1-0, mas por não vermos muitos jogadores capazes de passar os 5 golos/ época, colocamos este Vitória, o clube dos Silvas, duas posições abaixo do ano passado e 3 abaixo do seu objetivo.

Treinador: Moreno
Onze-Base (3-5-2): Bruno Varela; Tounkara, Tomás Ribeiro, Villanueva; Maga, Dani Silva, João Mendes, Tiago Silva, Afonso Freitas (Mangas); Jota Silva, André Silva 

Atenção a: André Silva, Jota Silva, Ricardo Mangas, João Mendes, Dani Silva

 GIL VICENTE (9)

    O Gil foi 5.º há duas épocas com Pedrinho e Samuel Lino sob orientação de Ricardo Soares. A aposta em Ivo Vieira não correu bem, mas o substituto Daniel Sousa acabou por realizar um trabalho positivo. O jovem técnico de 38 anos não continuou em Barcelos, mas o clube acabou por aproveitar e bem o falhanço na mudança de Vítor Campelos para o Championship, para treinar o Cardiff, acolhendo assim o treinador que vem de uma época muito acima das expectativas ao colocar o Desportivo de Chaves em 7.º e com 46 pontos.
    Clube cada vez mais mentalizado para o facto de jogador valorizado ser jogador perdido, o Gil Vicente vendeu o seu goleador Fran Navarro ao FC Porto, chegando ainda a entendimento com o Sporting de Braga para a transação dos passes de Vítor Carvalho e Adrián Marín. Tomás Araújo, após excelente empréstimo, regressou à Luz, e o georgiano Aburjania fez as malas para a Turquia. Visto de uma forma simplista, como resposta, o Gil Vicente precisava de encontrar um novo número 9, um novo centrocampista agressivo e intenso, renovando ainda 50% da linha defensiva titular.
    Ora, além de manter jogadores importantes como Andrew, Zé Carlos, Kanya Fujimoto (será este o ano dele?) e Murilo, os gilistas investiram uma soma conjunta de 1 milhão e 200 mil euros para encontrar o seu novo médio e a sua renovada esperança de fazer balançar as redes contrárias. O peruano Jesús Castillo (22 anos) é um elemento em que está depositada muita confiança, e o croata Roko Baturina, irmão mais velho do prodigioso Martin Baturina, procura a melhor época da sua carreira, sendo interessante constatar quão diferente é o seu perfil em comparação com o antecessor, Fran Navarro. Caso Baturina falhe na adaptação ao nosso campeonato, Alipour e Miguel Monteiro, jovem da casa, estarão à espreita.
    Com plantel com margem para crescer, o Gil Vicente recorreu ainda aos empréstimos para colmatar lacunas. Martim Neto é a jovem águia emprestada nesta temporada, e pode formar um triângulo rico com Castillo e Kanya; e Leonardo Buta (irmão mais novo de Aurélio Buta) foi emprestado pela Udinese, ficando no ar se Campelos conseguirá fazer dele o senhor jogador que Bruno Langa se tornou sob a sua orientação em Chaves.

Treinador: Vítor Campelos
Onze-Base (4-3-3): Andrew; Zé Carlos, Gabriel Pereira, Rúben Fernandes, Buta; Jesús Castillo, Martim Neto, Kanya Fujimoto; Murilo, Boselli, Baturina (Alipour)

Atenção a: Andrew, Murilo, Kanya Fujimoto, Martim Neto, Roko Baturina

 CASA PIA (10)
    Nova época, o mesmo Casa Pia. Na antecâmara de 2023/ 24, os gansos mantêm Filipe Martins no comando técnico e, apesar de já não terem o efeito surpresa que em parte contribuiu para o extraordinário arranque na primeira volta do ano passado, a estabilidade no balneário contribuirá seguramente.
    O facto de apontarmos os casapianos ao mesmo lugar em que terminaram a última edição deve-se a acreditarmos que a equipa continuará forte, solidária e muito organizada no setor defensivo, mas continuando a faltar poder de fogo, a não ser que vários jogadores elevem bastante a sua produção média. O Casa Pia poderá ser colecionador de empates e, como consequência, poderá ser durante larga percentagem da prova uma equipa com diferença de golos a rondar o nulo.
    Afonso Taira e Lucas Soares são as únicas saídas notáveis, estando ainda por perceber entre Poloni e o reforço Gaizka Larrazabal quem passará a ocupar a posição de ala direito. Do lado oposto, Leonardo Lelo chegou a ser apontado ao Benfica e ao Sporting mas, para já, continua em Pina Manique. O treinador e os adeptos agradecem.
    Equipa consistente e bem treinada, o Casa Pia deve realizar uma época pacífica, ficando a ver de longe a luta pela manutenção. Para sonhar com algo mais, precisará que Godwin jogue toda a competição como jogou no primeiro terço do ano passado, torcendo ainda para que o reforço Fernando Andrade volte aos seus tempos de Santa Clara, para que Diogo Pinto e/ ou Yuki Soma exijam mais de si mesmos, e finalmente fazendo votos que ou Clayton (está com 2 golos em 2 jogos oficiais) ou Felippe Cardoso se façam matadores.

Treinador: Filipe Martins
Onze-Base (3-4-2-1): Ricardo Batista; Varela, Vasco Fernandes, Zolotic; Gaizka (Poloni), Ângelo Neto, Beni, Lelo; Fernando Andrade (Diogo Pinto, Soma), Godwin; Clayton

Atenção a: Saviour Godwin, Leonardo Lelo, Clayton Silva, Diogo Pinto, Vasco Fernandes

 DESP. CHAVES (11)
    Ajudem-nos a entender esta linha de raciocínio: em 2022/ 23, o recém-promovido Desportivo de Chaves terminou a Liga em sétimo, sendo a par do Arouca uma das duas equipas sensação da prova. Vítor Campelos, obreiro do sucesso, não continuou no clube e esteve com pé e meio no Cardiff, mas acabou em Barcelos a treinar o Gil Vicente. Quem escolheu o Chaves como novo timoneiro? José Gomes, o homem que não foi capaz de impedir a descida do Marítimo à Segunda Liga. É assim o futebol português...
    Achamos natural uma queda de alguns lugares na tabela, sendo realista apontar os transmontanos ao setor da classificação entre o 9.º e o 13.º lugares, terras de ninguém, habitualmente de equipas com alguns empates e poucas emoções, positivas ou negativas.
    Há que sublinhar que o clube perdeu 3 peças de grande preponderância no 11 inicial - o guardião Paulo Vítor abraçou um novo desafio na Arábia Saudita, o maestro João Teixeira foi ganhar o seu pé de meia para o Qatar e o sempre certinho João Mendes viu premiada a sua boa época com uma transferência para o Vit. Guimarães. Bruno Langa (talvez o lateral esquerdo que melhor defende em Portugal) renovou e, na zona das chegadas do aeroporto, são bem-vindos ao clube nomeadamente Hugo Souza, Bruno Rodrigues e Paulo Victor. O guarda-redes de 24 anos, ex-Flamengo, é um "monstro" no melhor sentido da palavra com 1,99m, dono de tremenda agilidade e rapaz para, em dia sim, colecionar defesas para a fotografia e encher a baliza lance após lance. No entanto, em pouco tempo a sua carreira no Brasileirão já foi do céu (chegou a ser chamado por Tite à canarinha em 2018) ao inferno, carregando o rótulo de desastrado devido a algumas fífias e paragens mentais. Será certamente um jogador para acompanhar com particular atenção. Bruno Rodrigues deixou o Braga em definitivo para tentar encontrar nos flavienses o seu espaço de afirmação, e Paulo Victor é, cremos, a principal aposta do clube para o ataque, rematando com os dois pés e podendo jogar como avançado ou a partir de um flanco.

Treinador: José Gomes
Onze-Base (4-3-3): Hugo Souza; João Correia, Steven Vitória, Bruno Rodrigues, Bruno Langa; Guima, João Pedro, Benny; Paulo Victor, Abass, Héctor

Atenção a: Bruno Langa, Paulo Victor, Guima, Hugo Souza, Héctor

 RIO AVE (12)
    O Rio Ave enfrenta em 2023/ 24 um obstáculo que o demarca de todas as restantes 17 equipas: o clube de Vila do Conde está sob embargo da FIFA, impedido de contratar jogadores (tal como já acontecera no mercado de Inverno) devido ao caso Olinga. O clube agora presidido por Alexandrina Cruz - primeira mulher presidente de um clube de futebol profissional da I Liga! - poderá ver-se forçado a apostar em jogadores da incubadora Sub-23 ou mesmo dos juniores, um cenário para já desnecessário dada a permanência de todos os habituais titulares à exceção de Samaris.
    Luís Freire é um ótimo treinador, um simplificador de processos e alguém que conseguiu dotar este Rio Ave de uma verdadeira identidade de jogo, e desde que não saia nenhum dos melhores jogadores, o mais sensato é apontar os vilacondenses ao meio da tabela, parecendo exagerado falar em Europa.
    O 3-5-2 com Patrick William, Aderllan e Pantalon a formar o trio de centrais continuará a ser a aposta, pedindo sempre este sistema enorme disponibilidade e alta rotação constante quer de Costinha à direita, quer de Fábio Ronaldo à esquerda. Se Costinha e Guga, apontados recentemente ao FC Porto, acabarem por sair, o Rio Ave pode mesmo ter que suar e sofrer para não descer; caso contrário, em princípio não devem existir dramas, algo aliás difícil num clube onde há Ukra para animar sempre a malta.

Treinador: Luís Freire
Onze-Base (3-5-2): Jhonatan; Patrick William, Aderllan, Renato Pantalon; Costinha, Guga, Amine, João Graça, Fábio Ronaldo; E. Boateng, André Pereira (Leonardo Ruiz)

Atenção a: Costinha, Guga, Fábio Ronaldo, Emmanuel Boateng, Patrick William

 BOAVISTA (13)

    Que vida difícil tens tu, Armando Teixeira aka Petit. Tal como há um ano atrás, altura em que os axadrezados venderam num curto espaço de tempo Sauer, Porozo e Musa, também este Verão ficou marcado pelas saídas do goleador Yusupha e do desequilibrador Kenji Gorré, ambos para o Qatar, com Ricardo Mangas a mudar-se para a cidade-berço, Reggie Cannon a rescindir por salários em atraso e o quarentão Bracali a colocar um ponto final na sua bela carreira. Que tudo te corra bem, Rafael.
    Petit está mais do que habituado a esta realidade de se ver obrigado a reinventar equipas, descobrindo soluções e pontuando o suficiente para estar longe da zona dos aflitos nas jornadas finais. Poucas vezes se menciona isto mas cada vez mais as equipas de Petit são equipas mais fortes a atacar do que a defender (apenas o Top4 marcou mais golos do que o Boavista na época passada).
    Ainda em risco de perder até 31 de Agosto jogadores como Onyemaechi, Pedro Malheiro e Makouta, saídas que claramente obrigariam o clube do Bessa a investir, as "panteras negras" tentarão manter tudo o que puderem, podendo dar-se o caso de jovens como Tiago Morais ou Martim Tavares somarem mais minutos. Dos dois lados do campo, uma dúvida e um palpite - por recearmos que César seja um significativo downgrade em relação a Bracali, há a hipótese de ser João Gonçalves (jovem de 22 anos da formação) o escolhido, e o eslovaco Róbert Bozeník pode atingir números idênticos aos de Yusupha.

Treinador: Petit
Onze-Base (3-4-3): João Gonçalves; Chidozie, Sasso, Abascal; Pedro Malheiro, Seba Pérez, Makouta, Onyemaechi; Salvador Agra, Bruno Lourenço, Bozenik

Atenção: Róbert Bozeník, Pedro Malheiro, Bruno Onyemaechi, Gaius Makouta, Bruno Lourenço

 VIZELA (14)

    Que se faça a piada logo no arranque para depois se falar de futebol - o novo técnico do Vizela chama-se Pablo Villar, mas para muitos poderá ser instintivo ler Pabllo Vittar. Adiante. O Vizela vem de duas épocas em crescendo na Liga Portugal (14.º e 11.º lugares, com Pacheco e Tulipa), registo notável para um clube que em 2020 disputava a 3ª divisão do futebol nacional.
    No virar de página para 23/ 24, a Direção optou por um treinador desconhecido, o que não ajuda a determinar o que poderá ser este Vizela. Pablo Villar, espanhol de 36 anos com algum "mundo" (treinou, como principal ou adjunto, em Espanha, na Ucrânia, na China, na Eslováquia e na Lituânia), assumiu as rédeas de um plantel que é o quarto pior avaliado segundo o Transfermarkt mas que tem valido sempre pelo coletivo, sem ter craques de nomeada nem elementos capazes de acumular doses generosas de golos ou assistências.
    Embora a eliminação precoce na Taça da Liga diante do AVS seja um mau presságio, confiamos na homogeneidade deste grupo de jogadores, com elevado conhecimento uns dos outros e automatismos desenvolvidos, mesmo que diferentes treinadores lhes peçam diferentes coisas. Buntic transmite segurança na baliza, Bruno Wilson e Anderson são parceria de sucesso, Tomás Silva é um lateral/ médio bastante subvalorizado, Méndez e Nuno Moreira teimam em transparecer que só estão a emprestar ao jogo 50% do seu verdadeiro potencial, e Samu e Kiko Bondoso são os jogadores a que a bola é passada no minuto 90 quando algo tem que acontecer. Na frente, sim, há mudanças. O montenegrino Osmajic será aposta no Cádiz, o que faz surgir a dúvida: será Iker Unzueta (avançado oriundo da terceira divisão espanhola) ou Jardel (11 golos apontados pelo Feirense, fenómeno nas redes sociais depois de um muito engraçado "penalty estátua") o novo homem-golo? 

Treinador: Pablo Villar
Onze-Base (4-3-3): Buntic; Tomás Silva, Bruno Wilson, Anderson, Matheus Pereira; Rashid, Alex Méndez, Samu; Kiko Bondoso, Nuno Moreira, Iker Unzueta (Jardel)

Atenção a: Samu, Kiko Bondoso, Bruno Wilson, Tomás Silva, Nuno Moreira

 MOREIRENSE (15)

    Moreira de Cónegos teve futebol de Primeira Liga entre 2014 e 2022, incluindo um 6.º lugar em 2019 e duas épocas em 8.º em 2020 e 2021. Não surpreendeu por isso que, ao descer à II Liga, o Moreirense tenha estado quase sempre a anos-luz da concorrência, parecendo mera formalidade e apenas uma questão de tempo o garantir da promoção.
    Paulo Alves fez subir a equipa, mas é


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Antevisão da Liga Portugal Betclic 2023/ 24

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