Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Prémios BPF Liga Bwin 2022/ 23

E, muitas jornadas depois, um dos campeonatos percecionado como mais longo devido à existência do Mundial do Qatar a meio da viagem, chegou ao fim. Para os lados da Luz, grita-se que o campeão voltou e pede-se o 39. 2022/23 foi Benfica do princípio ao fim, embora com acidente de percurso em Abril, suficiente para acrescentar emoção e incerteza até à jornada final, mas insuficiente para contestar a inequívoca justiça do novo campeão.

    Numa época em que o Sporting se tornou apenas o 2.º Melhor Sporting da tabela classificativa, águias e dragões terminaram com 87 e 85 pontos respetivamente, qualificando-se o super competente Braga para a 3ª pré-eliminatória da Champions e garantindo o Arouca, uma das equipas-sensação da prova a par de Desp. Chaves e Casa Pia, um lugar na Europa (Liga Conferência).
    Como sempre, houve muito barulho e muito desviar de atenções fora das quatro linhas, com a toxicidade do costume de Sérgio Conceição, mas o 38 fica indubitavelmente marcado pela serenidade confiante de Roger Schmidt que, por vezes teimoso, acabou no final com rasgado sorriso. O alemão marcou claramente um novo ciclo na Luz, e resistiu à perda de Enzo Fernández, craque que o campeonato perdeu após tremendo Mundial pela Argentina (melhor Jogador jovem do torneio) e que vinha pautando o jogo dos encarnados, com impressionante maturidade para os seus então 21 anos.

    Sem existir um destaque individual máximo, a Liga Bwin 2022/ 23 viu "nascer" Enzo no futebol europeu, viu João Mário marcar como nunca, umas vezes à esquerda outras vezes à direita, viu Gonçalo Ramos confirmar-se como o próximo grande avançado do futebol português e Grimaldo despediu-se com lágrimas rumo à Bundesliga, rendimento soberbo e influência vincada. No Benfica, o menino António Silva agarrou a oportunidade no começo da prova, e João Neves foi amuleto na reta final. Mas talvez seja no norueguês Fredrik Aursnes que melhor fique representado este novo Benfica: um canivete suíço tático de futebol total, com QI futebolístico acima da média a interpretar o tempo e o espaço no retângulo de jogo.
    Além dos candidatos da águia a MVP, Otávio (se não fosse controverso nas suas atitudes seria considerado de forma quase unânime o melhor jogador a atuar em Portugal), Taremi e Pepê foram as máximas figuras dos azuis e brancos. Pedro Gonçalves carregou o Sporting tanto quanto pôde, Ricardo Horta reforçou o seu estatuto como lenda em Braga, o uruguaio De Arruabarrena fartou-se de defender e os espanhóis Iván Jaime e Fran Navarro confirmaram que merecem ambos outros voos.

    David Carmo e Draxler foram flops, Florentino acrescentou valências ao seu jogo, e muitos foram os jovens talentos a despontar (Tiago Santos, Tiago Gouveia, André Amaro, Pedro Malheiro, Tomás Araújo e Ibrahima Bamba servem de exemplo).

    São os jogadores que fazem aquilo que o futebol é, e por isso os prémios abaixo são, praticamente, só deles. Abaixo encontrarão o nosso 11 do Ano, Jogador e Jovem do Ano, Treinador do Ano e algumas categorias adicionais. Comecemos:



Guarda-Redes: Nas balizas portuguesas, é indiscutível que Diogo Costa é o guardião de maior qualidade a atuar na nossa Liga, mas o número 99 do FC Porto não foi desta vez o GR que se apresentou por mais ocasiões num nível mais elevado, acumulando ainda tremenda influência no percurso da sua equipa. O uruguaio Ignacio de Arruabarrena foi a máxima figura entre aqueles que calçaram luvas nesta edição, acumulando defesas impossíveis, 14 clean sheets (apenas Odysseas, Diogo Costa e Matheus estiveram melhor neste capítulo, fruto também da maior força dos coletivos que representam) e tornando-se uma semi-lenda a defender grandes penalidades - defendeu 5 penalties ao longo da prova, três deles em jogos consecutivos. Com uma módica cláusula de 3 milhões, é quase certa a sua transferência para outros voos.
    Sem esquecer as muitas defesas do nipónico Nakamura (um dos guarda-redes mais elásticos em Portugal), os muito promissores Luiz Júnior e Andrew, a grande 1.ª volta de Ricardo Batista, a taxa de 100% de penalties (3 em 3) defendidos por Jonathan e o "achado" que foi Fabijan Buntic a custo zero, as balizas nacionais, com a fasquia alta nesta edição, devem-se ter despedido do melhor GR português da atualidade, tendo Diogo Costa brilhado sobretudo na Liga dos Campeões e não tanto a nível interno, onde ainda assim fez a diferença em Clássicos; Matheus realizou a melhor época desde que é o número 1 do Braga; Paulo Vítor defendeu 81% dos remates que enfrentou (destaque absoluto nessa matéria); e Odysseas Vlachodimos evoluiu em vários aspetos, sendo também líder destacado nos jogos sem qualquer golo sofrido (21).


Lateral Direito: O polivalente Pepê Aquino andou pelo campo todo em 2022/ 23. Jogador de importância crucial para a ideia de jogo de Sérgio Conceição, tal como Otávio, o camisola 11 jogou a extremo direito, extremo esquerdo, nas costas do avançado e, por várias vezes, foi solução de recurso a lateral direito. Gostamos mais de ver Pepê a extremo, mas o seu caráter multifacetado vale-lhe, também aqui adaptado, uma justa presença no 11 da época.
    Entre os laterais direitos de origem, e numa posição em que tem faltado qualidade nas últimas épocas (tem sido quase sempre Porro e os outros), vários jogadores encheram o olho. Alexander Bah chegou à Luz e justificou a contratação. O dinamarquês fechou a prova com 1 golo e 4 assistências, números que pode e deve melhorar, mas sempre que perdeu a timidez e galgou metros, até arrancar um daqueles seus cruzamentos, a Luz levantou-se e aplaudiu.
    O axadrezado Pedro Malheiro foi garantidamente o lateral direito que se apresentou mais forte na vertente defensiva, Costinha foi uma locomotiva e um elemento primordial no sistema tático de Luís Freire no Rio Ave, e em relação a Tiago Santos, jogador já associado ao Benfica e Sporting, podemos dizer que de todos estes atletas é aquele cujo futuro mais nos entusiasma. Fisicamente impressionante, destemido, com personalidade, forte no 1 para 1 e com muito potencial para evoluir na forma como se envolve no ataque.


Defesa Central: No Verão passado, ninguém esperava que António Silva (hoje com 19 anos, mas quando foi lançado às feras no 11 tinha dezoito) viesse a tornar-se uma das figuras deste Benfica. O jovem natural de Penalva do Castelo esperava ir ao Marquês como adepto, os adeptos olhavam para ele como eventual 5.º central (e no pós-Youth League, Tomás Araújo até era o central mais cotado nos bastidores da Luz) mas uma sequência de lesões abriu-lhe as portas do onze, ao lado de Otamendi, e António Silva não mais saiu da base de eleição de Roger Schmidt, técnico que cedo viu que o menino de 1,87m tinha as características certas para ser um dos seus projetos.
    No polo oposto do espetro da idade, Pepe voltou a ser o "patrão" da defesa portista, impressionando com arrancadas miraculosas aos 40 anos. João Basso (jogador que já representou este Arouca em 3 diferentes patamares do futebol português) voltou a evidenciar que há poucos centrais com a sua qualidade no nosso país, Tomás Araújo aproveitou a "rodagem" em Barcelos para mostrar que merece uma oportunidade na pré-época encarnada em 23-24, e André Amaro afirmou-se como mais uma pérola defensiva saída da formação do Vitória.


Defesa Central: O campeão do mundo Nicolás Otamendi. Capitão benfiquista depois de outrora portista, Otamendi viveu o seu melhor período de 2022/ 23 no Qatar, onde fez parte de uma bonita página da História do futebol mundial como um dos centrais em destaque da competição da FIFA. Na liga portuguesa, Otamendi cometeu um ou outro erro, mas no geral foi a voz de comando das águias e um líder pelo exemplo.
    Sikou Niakaté dominou o jogo aéreo como poucos, e Iván Marcano tornou-se o defesa com mais golos na História do FC Porto, convencendo Conceição a depositar em si toda a confiança mesmo depois de avultado investimento em David Carmo. Entre os jogadores mais jovens, Ibrahima Bamba demonstrou uma maturidade muito acima da média, faltando por esta altura ainda perceber se vingará como médio defensivo ou central a 3, e Filipe Relvas dissipou quaisquer dúvidas que os mais céticos podiam ter quanto ao seu potencial, crescendo à esquerda numa experiência similar à que Eddie Howe fez com Dan Burn no Newcastle.


Lateral Esquerdo: O futebol português vai ter saudades de Álex Grimaldo. Antes de partir para Leverkusen, entregue a Xabi Alonso, o lateral espanhol do Benfica revelou-se um dos principais responsáveis pelo título encarnado, com a melhor prestação individual de sempre de águia ao peito (5 golos e 9 assistências no campeonato, 8 e 14 se considerarmos todas as competições). Um dos melhores marcadores de livres diretos no mundo, Grimaldo deixa uma herança e responsabilidade pesadas para o seu sucessor.
    Sem que o Porto tivesse um destaque assíduo, e com o Braga a dividir méritos entre Sequeira e Borja, no Sporting foi Nuno Santos quem mais brilhou na ala, marcando vários golos candidatos a melhor do ano. Bruno Langa foi o lateral esquerdo mais competente a defender nesta Liga Bwin, Leonardo Lelo abriu o apetite com a sua subtileza a criar, fazendo por merecer a atenção dos principais emblemas portugueses, e Mateus Quaresma foi sinónimo de regularidade.


Médio Defensivo: Na arte mecânica de saber ler o jogo e ser o pêndulo da equipa houve, ironicamente, grande equilíbrio entre dois nomes - Manuel Ugarte e Al Musrati. O médio uruguaio, um dos 2 representantes leoninos neste 11 do Ano, acumulou desarmes e interceções valorizando-se no plano individual num coletivo irregular. Cedo deu para perceber que Ugarte duraria pouco tempo em Portugal. Poderemos segui-lo agora em Paris. Em relação a Al Musrati, o líbio - é desta que o Braga realiza significativo encaixe financeiro com ele? - terá sido até mais consistente do que Ugarte, exibindo-se porém menos vezes num pico tão alto. Mérito do Braga, com plantel bem planeado, a equipa ter acusado menos a sua ausência do que o Sporting, desequilibrado sem o seu jovem leão.
    Na posição há ainda a destacar Florentino, cuja candidatura a escolha de topo nesta eleição caiu no decorrer da segunda volta, algo que não apaga a sua brutal evolução, sobretudo na sua participação proativa no jogo, passando a pressionar em terrenos mais adiantados e contribuindo com mais passes verticais a quebrar linhas. Matheus Uribe despediu-se dos relvados portugueses num nível abaixo do que mostrou no passado, e Vítor Carvalho cresceu bastante em Barcelos com Daniel Sousa, numa época que já lhe valeu transferência para Braga.


Médio Centro: Até partir para Londres para o Chelsea, Enzo Fernández foi uma das grandes figuras, talvez mesmo a principal, do Benfica e do futebol português. Soa a injusto não incorporar o argentino (vendido por 121 milhões de euros) no 11 do Ano, mas também seria injusto esse onze não conter 1 entre Aursnes, Pote, João Mário e Otávio. O melhor Benfica foi o Benfica com Enzo, mas Fredrik Aursnes é um dos jogadores que melhor personifica o campeão nacional versão Roger Schmidt. Adquirido ao Feyenoord, jogou a médio esquerdo, a médio direito, nas costas do avançado, foi médio centro de pressionar mais a saída do adversário, foi médio centro mais a conter e orquestrar a partir de trás, e até foi lateral direito. O canivete suíço norueguês, tão adorado pelos benfiquistas quanto bacalhau numa consoada lusitana, deu jogo após jogo uma masterclass do que é tomar sempre a melhor decisão. Esteja onde estiver no campo, a bola está-lhe bem entregue. Um futuro capitão.
    Podíamos ter chamado à discussão Makouta, mas os restantes nomes para debate foram Guga (não ficaremos surpreendidos se assinar por um grande), Hidemasa Morita, elemento super completo e que talvez venha a ter maior preponderância na próxima temporada, e Santiago Colombatto, argentino que teve os holofotes sobre si na sequência da polémica com Pepe mas que já vinha justificando todos os olhares face ao seu diferenciado pé esquerdo. 


Médio Ofensivo: Com 15 golos e 11 assistências (apenas Taremi esteve diretamente envolvido em mais golos), Pedro Gonçalves, ou Pote se preferirem, foi um dos principais destaques individuais da Liga Bwin 2022/ 23. Num Sporting que desiludiu, é certo que faltou ao número 28 dizer presente doutra maneira nos "jogos grandes", e o seu capítulo mais inolvidável até foi vivido em Londres com um golo a 40 metros, mas mesmo na Liga o Sporting foi sempre Pote + 10. Sempre em alta rotação, foi o jogador mais rematador da Liga, quem mais assistências somou e, a par de Grimaldo, um dos dois jogadores que mais oportunidades criou (74).
    Alguns furos abaixo de Pedro Gonçalves esteve Rafa. O velocista do Benfica, desta vez incumbido de ocupar terrenos centrais (que máquina seria este Benfica se Rafa tivesse outro critério a decidir e uma superior visão 360º do jogo), voltou a cair de rendimento na 2.ª volta depois de arrancar a todo o gás. Oito golos e 4 assistências são números muito modestos para um jogador tão privilegiado na dinâmica encarnada.
    Gostámos muito da revelação que foi o guineense Morlaye Sylla (podia ser um jogador útil para o plantel em qualquer equipa de topo em Portugal) num Arouca onde também Alan Ruiz, peça mais central do que Sylla que andou por todo o lado, brilhou e acrescentou perfume a espaços. Menção ainda para Ivo Rodrigues, que de extremo de diagonais venenosas e drible insistente passou a um criador mais maduro, mais influente e mais focado no coletivo.


Extremo Direito: Temos poucas dúvidas que, se Otávio fosse um jogador menos controverso e com outra postura, seria considerado de forma quase unânime o melhor atleta a jogar em Portugal. O médio do FC Porto foi o jogador que vimos apresentar um nível mais elevado num maior número de jogos esta temporada, impressionando a conjugação de duelos ganhos com oportunidades criadas e decisões acertadas. Não contribui para um futebol português menos tóxico, mas é um jogador especial que podia facilmente encaixar num Liverpool, Nápoles ou Atlético desta vida. Continua no Dragão, os adeptos agradecem, os adversários não podem com ele.
    Depois da festa do título ganha contornos especiais colocar Otávio e David Neres na mesma frase, claro. O extremo brasileiro do Benfica, de penteados variados, olhar semi cerrado, drible desconcertante e pé esquerdo fulminante, foi um dos elementos mais decisivos no arranque e no fecho da prova. Pelo meio, faltou outra consistência.
    Há ainda que elogiar a forte época de Iuri Medeiros (apresentou melhores números em 21-22 e mesmo quando representou o Moreirense, mas desta vez mostrou-se sempre mais jogador no geral), o por vezes endiabrado Marcus Edwards, e Tiago Gouveia, uma jovem promessa que seguramente fará pela vida na próxima pré-época do Benfica.


Extremo Esquerdo: Aos 30 anos, João Mário explodiu. Com 23 golos no conjunto de todas as competições, guarnecidos com 13 assistências, JM marcou basicamente mais numa só temporada do que no somatória das 7 temporadas anteriores. É certo que as grandes penalidades ajudaram, mas o camisola 20 foi sempre um dos jogadores-chave de Schmidt, e até parecia a dada altura estar lançado para MVP da época, reconhecimento beliscado por uma reta final em que o seu rendimento caiu a pique.
    Ricardo Horta (6.º melhor marcador, 4.º jogador com mais assistências e 3.º no total de oportunidades criadas) voltou a carregar o Sporting de Braga, melhor acompanhado desta vez num conjunto menos Hortadependente, e Iván Jaime terá deixado os "grandes" loucos. O espanhol de 22 anos, dez nas costas da camisola famalicense, acrescentou o que lhe faltava (números e regularidade) perspetivando-se o mais do que certo salto para um grande ou para La Liga.
    Trincão, quando esteve em dia sim, foi um dos melhores, mas teve muitos dias não e longos períodos de pouca inspiração depois de um jogo incrível, e Galeno não fez esquecer Luis Díaz, naturalmente, e podia ter tido outro rendimento (Janeiro deixava perspetivas de um 2023 superior do extremo brasileiro) mas, ainda assim, cresceu muito do ponto de vista sem bola.


Avançado: Gonçalo Ramos vs Mehdi Taremi. O ponta de lança iraniano do FC Porto foi o máximo goleador da Liga, com 22 golos, mas tudo somado o "88" dos encarnados realizou uma temporada superior. Os números nem sempre dizem tudo. Com uma disponibilidade e entrega inexcedíveis, indo ao choque e pressionando, sacrificando-se para outros colegas seus estarem mais "soltos", Ramos chegou aos 19 golos sem apontar qualquer grande penalidade do Benfica. Diz a matemática que, com penalties, o rapaz de Olhão teria ficado perto dos 30 golos.
    Taremi assaltou a Bota de Prata nas jornadas finais, com um decisivo póker em Famalicão, numa corrida que durante algum tempo pareceu entre Gonçalo e João Mário, mas é injusto reduzir Taremi ao que marca. O goleador azul e branco não batalhou tanto como o avançado dos novos campeões nacionais mas, enquanto avançado criador e hábil no último passe, não há melhor que ele em Portugal.
    Fran Navarro apontou 17 golos ao serviço do Gil Vicente, embora tenha sido também o jogador que desperdiçou mais ocasiões flagrantes desta Liga; Abel Ruiz contribuiu para o bom futebol do Braga, acrescentando uma fluidez diferente do mais posicional Banza, e Yusupha merece a última vaga, que não estaria mal entregue a Mújica.



    If you love football, you love Fredrik Aursnes. Ao contrário de outros anos, em que Jonas ou Bruno Fernandes foram destaques individuais com larga vantagem sobre os restantes colegas de profissão, 2022/ 23 foi um ano de muito equilíbrio e muitas flutuações nos momentos de forma.
    Até se sagrar campeão do mundo e fazer as malas para o Chelsea, Enzo Fernández estava a ser provavelmente o melhor jogador em Portugal. Pedro Gonçalves e Ricardo Horta fizeram por merecer um lugar neste Top-6, mas nos instantes finais não fomos capazes de riscar nenhum destes seis.
    João Mário foi o Most Improved Player do ano, marcou numa só época tanto como tinha marcado nas 7 anteriores, afirmou-se na hierarquia de capitães do Benfica e, só mesmo uma reta final medíocre o afastou de uma (a dado momento) anunciada distinção como MVP. Mehdi Taremi foi o melhor marcador da prova (22 golos) e o jogador com participação direta em mais golos, mas contrariamente a JM foi o seu brilhante último quarto de campeonato que ajudou a mudar a perceção global duma época oscilante.
    Gonçalo Ramos foi o melhor avançado da Liga Bwin. Chegou aos 19 golos, deixando todas as grandes penalidades para o colega João Mário, fartou-se de correr para auxiliar sem bola e desbloquear linhas de passe, tornando-se o clássico avançado completo. Se o critério de escolha assentar nos jogadores que durante mais tempo estiveram a um nível mais alto, então Otávio e Álex Grimaldo seriam as escolhas naturais. O lateral espanhol deixa saudades na Luz, e o médio portista continua a ser uma brutalidade de jogador, vendo o seu carácter (ou falta dele) prejudicar a justa avaliação dos seus predicados técnicos e da sua impressionante versatilidade tática.
    Assim, Fredrik Aursnes é o nosso Jogador do Ano da Liga Bwin 2022/ 23. O médio norueguês, camaleão tático de fabuloso QI futebolístico será talvez quem melhor personifica este Benfica de Roger Schmidt. À falta de um óbvio MVP, a escolha acaba por recair num elemento polivalente que nos deslumbrou e convenceu a cada toque, deixando o futebol feliz como bacalhau numa consoada de Natal.



    E o sucessor de Vitinha, Pote, João Félix, Rúben Dias, Renato Sanches ou William Carvalho, para nomear alguns dos anteriores distinguidos pelo BPF, é Gonçalo Ramos.
    O Jovem Jogador do Ano, avançado de trabalho incansável, confirmou quem acreditava que poderia estar no 88 o próximo grande dianteiro do futebol português. Ramos, tal como António Silva e Enzo Fernández, deu corpo a um Benfica entusiasmante, um viveiro de juventude no qual despontou ainda João Neves (com apenas 600 minutos na Liga, tem que ficar adiada a sua presença neste Top para a próxima temporada).
    Pedro Malheiro, Tomás Araújo, Ibrahima Bamba e André Amaro foram equacionados, mas o leque fica completo com o uruguaio Manuel Ugarte, o mágico espanhol Iván Jaime e a locomotiva à direita do Estoril, Tiago Santos.



Treinador do Ano: Roger Schmidt revolucionou o Benfica. Em menos de 12 meses, o técnico alemão foi a principal figura do "38" pela forma como reconquistou os adeptos, desenvolveu jogadores (João Mário, Gonçalo Ramos, Chiquinho e Florentino tiveram todos dedo de treinador), apostou na prata da casa (em circunstâncias idênticas, muitos treinadores não confiariam em António Silva e João Neves) e tudo isto com um futebol cativante, com personalidade nos palcos europeus. A sua serenidade, de mãos nos bolsos confiante no trabalho de casa e no valor dos seus pupilos, e o sorriso rasgado no capítulo final servem de boas fotografias da Liga Bwin 2022/ 23.
    Além de Schmidt, importa valorizar novo trabalho de excelência de Sérgio Conceição, a conseguir manter a sua equipa intensa e focada numa perseguição que adiou o título encarnado até à última jornada, e Artur Jorge, o homem que bateu o recorde de pontos no Sporting de Braga, colocando os arsenalistas com hipóteses de chegar à fase de grupos da próxima Champions.
    Para Rúben Amorim foi um ano de aprendizagem, Vítor Campelos e Filipe Martins seriam escolhas sensatas para este Top-5, mas optámos por Armando Evangelista e Moreno. O técnico do sensacional Arouca convenceu-nos com um futebol de processos muito bem assimilados, enquanto que no Vitória, Moreno fez muito com pouco, orientando uma equipa forte a defender e com muitos jogadores da formação vimaranense a despontar.



Melhor Marcador: 1. Mehdi Taremi (Porto) - 22
2. Gonçalo Ramos (Benfica) - 19
3. João Mário (Benfica) e Fran Navarro (Gil Vicente) - 17

Melhor Assistente: 1. Pedro Gonçalves (Sporting) - 11
2. Álex Grimaldo (Benfica) - 9
3. David Neres (Benfica) e Ricardo Horta (Braga) - 8

Clube-Sensação: Arouca
Desilusão: Sporting
Most Improved Player: 1. João Mário, 2. Florentino, 3. Andrew
Reforço do Ano: Enzo Fernández (Benfica)
Flop do Ano: David Carmo (Porto)
Melhor Golo: Nuno Santos (Sporting 3 - 0 Boavista) (Link)




This post first appeared on Barba Por Fazer, please read the originial post: here

Share the post

Prémios BPF Liga Bwin 2022/ 23

×

Subscribe to Barba Por Fazer

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×