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Breve dissertação sobre sensualidade, charme, brincos, e sobre o meu rico, rico progenitor.

Dei por mim a pensar que gostaria de ter um brinco na orelha.

É estranho ou não é estranho?

Claro que é.

Eu a pensar? É, diria mesmo, mais do que estranho. É ridículo e é estúpido.

Sempre fui um pretensioso, eu. Vejam bem vejam bem para o que me haveria de dar. Pensar. Eh eh eh. Não, eh eh eh.

Qualquer dia ainda me lixo por causa destas manias que tenho. O que está a dar é ser uma amiba, não é ser um ser pensante.

E perguntam vocês: mas porque é que tu queres pôr um brinco daqueles de madeira na orelha, tu que já debitas charme e sensualidade pelas orelhas, tipo um elefante com o cio?

Primeiro porque charme e sensualidade nunca são demais. Depois, porque sensualidade e charme nunca são demais, também.

A questão é que eu tenho um rico, rico progenitor que é, vá, como é que hei-de caracterizar o gajo, retrógado.

Retrógado não, tem é ideias, vá, obsoletas.

Minto. Não tem ideias obsoletas. Até porque nem sequer tem ideias.

Um dia tentou ter uma ideia e ia tendo uma trombose. Vi-o a ficar vermelho, vermelho, e disse: Ehhhh ladrão, vais soltar um gás ou quê?

Ao que ele me responde: não, estou a sentir-me mal, estou a lembrar-me da... da... da... ai o que é isto, parece a letra c, mas tem uma perninha.... ai o que é isto, o que será isto...

Um cê cedilhado? - perguntei eu.

SIM!!!!! É UM CÊ DECILHADO.

Cedilhado.


DIM!!! BÊ DESSELADO.

Cê cedilhado, pai.

CÊ Ced....E nisto desmaiou, e esteve assim 3 horas, a balbuciar DESSELADO.

Quando acordou, perguntou, e isto comove-me, pelos que mais preza neste mundo, que são o pipo de 20 almudes e a parreira de uvas moscatel.

Estando esses bem, também ele está bem.

Não se pode meter nisto de pensar, em prol da sua rica saúdinha.

O meu rico, rico progenitor é aquele tal animalzinho que refiro atrás, imediatamente antes do ser pensante.

De maneiras que se eu tivesse a coragem de entrar em casa dele com um ornamento sexy desses na minha orelhica perfeita (de salientar que seria sexy em mim, e só em mim, porque de resto é muito muito muito panisgas), ele levantava-se imediatamente, bebia dois copos de vinho em simultâneo, que é para isso, diz ele, que Deus lhe deu duas mãos, e deserdava-me instantaneamente.

E eu não estou preparado para sobreviver sem os 30,25 euros que ele se prepara para me deixar quando morrer.

Entro mesmo em pânico, ai ora eu, ai ora eu, que farei eu da minha vida sem essa pequena fortuna, que me dá para ir daqui a Lisboa no meu bólide cinza, isto sem contar com as portagens.

Para voltar vinha à boleia.

E é assim que, covardemente, opto por não me tornar ainda mais sexy e irresistível aos olhos de todas as mulheres, todos os homens, e tambem todos os restantes seres vivos.

É um dilema constante, esta minha vida privilegiada.



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