Sempre ouvi dizer que após a tempestade, vem a bonança. Que nem tudo o que é mau, ou bom, dura para sempre.


Também ouvi dizer, desde que me lembro, que colhemos o que semeamos, que cada um se deita na cama que faz.


A sabedoria popular é regra, sempre pensei.


Mas toda a regra tem excepção.


Claro que poderia entrar aqui em pormenores da treta e argumentar que se toda a regra tem excepção, então a frase "toda a regra tem excepção", também ela uma regra, terá que ter excepção.


E a conclusão a retirar seria que "nem toda a regra tem excepção".

Mas isso é filososofia de bolso.


O que eu penso, eu que nada sei e que nada sou, é que o povo também se engana.


Há fulanos que se deitam em camas que não foram feitas por eles. Mas deitam-se, porque não têm opção. Primeiro ajoelham ( sem rezar), e depois quebram ainda mais, e sucumbem.



Há fulanos que são diariamente fustigados por dificuldades, por problemas, por merdas e merdas que lhes fodem a vida, dia após dia, sem excepção.



Esses fulanos até são bons fulanos. Até estudaram, até são trabalhadores, até são educados, até são amigos do seu amigo.



Mesmo assim, não conseguem sair da lama. Isso é fazer uma má cama?

Penso que não.

O mais irónico é constatarem, não eu, esses fulanos, que há pessoas que os admiram. Que os acham competentes, inteligentes, capazes. Mesmo muito.


Apetece, não a mim, a esses fulanos, rir até ficar com dores de barriga. Não até soltar um gás, sem querer. Só até doer a barriga.

AHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAH. Ai.

A ironia deste mundo muito dócil e nada cruel, a mim, não a esses fulanos, embebeda-me mais do que uma garrafa de whisky.

Só não me faz ajoelhar em frente da sanita, arqueado e a tremer.

Daí que eu, não esses fulanos, prefira a garrafa...